Mesmo que se considere o metaverso, um mundo ainda em construção, já podemos ver inúmeras perspectivas e promessas dentro desse novo universo. Um desses aspectos prevê a possibilidade de um indivíduo ter o poder de replicar sua identidade e até melhorá-la virtualmente. Esse fato ocorre por conta de muitas opções de aplicações que podem se integrar a essas diretrizes, uma delas é a IoT.
Para se ter uma ideia, a IoT conecta dispositivos digitais por meio de sensores e gadgets. Ela possui a capacidade conectar alto-falantes ativados por voz, aparelhos médicos, termostatos e sensores climáticos a fontes de dados e muitas outras aplicações práticas que melhorem a imersão e adesão à experiência digital.
Em uma visão prática, os aplicativos IoT do Metaverso podem coletar e distribuir dados do mundo físico para criar uma representação precisa de um objeto, com detalhes bastante específicos sobre modelos de tomadas de decisões e sistemas reativos ou reagentes. Exatamente por conta desse processo é que a réplica de uma pessoa dentro do metaverso pode gerar uma série de respostas biofísicas únicas, como por exemplo, quando o indivíduo real se muda para um lugar cujo clima natural seja diferente.
Ademais, a interseção de IoT e Metaverse trará o foco principal na realização de simulações nas operações atuais. Isso ajudará a identificar perigos potenciais e tomar precauções para evitá-los. Essas tecnologias ajudarão a aplicar novos modelos às circunstâncias atuais e criar produtos e serviços baseados nessas informações.
Essa etapa provavelmente exigirá a capacidade do metaverso de capturar dados de seus arredores, incluindo a ingestão em massa de informações da Internet das Coisas. Esses insights não apenas precisam ser representados de maneira significativa nesse universo imersivo, como também devem ser responsivos e adequadamente protegidos.
O resultado disso é que as empresas – que podem ter medo de liberar o controle de ativos físicos para operadores remotos – podem encontrar um caminho mais seguro em aplicativos transformacionais, principalmente com a união entre os gêmeos digitais de IoT, ou seja, representações digitais de entidades do mundo real.
Em síntese, os ambientes 3D tornam-se mais fáceis de adaptar dentro de um universo virtual, pois se conectam à uma variedade de dispositivos da vida real por intermédio da aplicação de IoT. Realizar simulações no Metaverso, particularmente com gêmeos digitais, torna-se muito mais simples, fazendo com que os mundos metafísico e virtual convergem-se e se transformem em indistinguíveis, concomitante em que fornece um local, cuja interface esteja personalizada.
A tecnologia de gêmeos digitais exige que os objetos digitalizados sejam incorporados com metadados reais e feeds de dados ao vivo por meio de sensores de IoT. Com o interesse e o investimento atuais fluindo para o metaverso, muitos desafios na implementação de gêmeos digitais serão superados, abrindo as portas para casos de uso mais avançados.
Um desses exemplos são as fontes de energia renováveis que dependerão fortemente de dados em tempo real alimentados a plataformas IoT conectadas a sensores climáticos, painéis solares, turbinas eólicas, sistemas de gerenciamento de bateria e ferramentas de rede. O metaverso permitirá esse nível de gerenciamento de dados em escala, permitindo o uso sustentável e otimizado de energia.
Além disso, em se tratando do uso da realidade aumentada no Metaverso, ela pode ser aplicada às redes sensoriais na estrutura IoT para trazer objetos físicos para o reino digital. Isso ajuda as experiências da vida real, fornecendo contexto e consciência situacional para os respectivos objetos. Seja a colocação física de fatores no campo de visão, ou iniciando um evento ciber-físico ocorrendo no mundo real.
A título de exemplo, imagine um cenário cuja mesma interface do jogo propicie uma perspectiva na qual os batimentos cardíacos e respiratórios do avatar estejam elevados. Havendo isso, poderá se cogitar a possibilidade acionar procedimentos internos de etapas pré definidas para que o indivíduo se vincule com essa nova realidade e lide com responsabilidades para solucionar esses problemas apresentados.
Portanto, pode-se dizer que a IoT deverá ser como um elo entre o mundo real e o cibernético para o futuro do Metaverso. A integração de diversos recursos tecnológicos é essencial para essa evolução, ainda mais em um espectro ainda tão pouco explorado e incerto, no qual a única certeza é de que existe um mar de opções e possibilidades para se experimentar. Em suma, neste oceano chamado Metaverso, a isca que separa o que está imerso na água e tudo aquilo que está submerso a ela, está ligado diretamente a IoT.
Adriano da Silva
Jornalista e escritor, formado na Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Reconhecido pelos prêmios de Excelência em webjornalismo e jornalismo impresso, é comentarista do podcast “Abaixa a Bola” e colunista de editorias de criptomoedas, economia, investimentos, sustentabilidade e tecnologia voltada à medicina.