17ª Edição

LegalMente | O plano é bom, a execução é que falha

Por Redação

04/11/2025 14h00

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Estratégias impressionam, mas é a disciplina diária que faz o marketing jurídico gerar impacto, credibilidade e percepção de valor

Todo escritório de advocacia quer crescer. Poucos, no entanto, conseguem transformar  intenção em execução. O problema raramente está na falta de boas ideias, mas na dificuldade de transformar  prioridades em ação.  

No mercado jurídico, é comum ver planejamentos estratégicos robustos, apresentações  inspiradoras e discursos alinhados sobre visão, propósito e metas. Mas, quando o  entusiasmo da reunião passa, o que sobra muitas vezes é um arquivo salvo em alguma  pasta, enquanto o dia a dia volta a engolir tudo: prazos, demandas, urgências e  imprevistos. E é aí que mora o problema.

O planejamento não falhou porque foi mal elaborado. Falhou porque nunca saiu do  papel. Executar, no Direito, exige uma mudança de mentalidade: entender que um  escritório de advocacia não é apenas um espaço de prática jurídica, é uma organização  que precisa de ritmo, método e constância.  

O marketing jurídico, nesse contexto, é um dos pilares mais afetados pela falta de  execução. Não é raro ver escritórios com diagnósticos impecáveis, branding bem estruturado e estratégias de conteúdo mapeadas por consultorias externas, por  exemplo, que simplesmente não avançam, seja por dificuldade de priorizar o tema, falta de investimento contínuo ou desconhecimento sobre como transformar o plano em  prática diária. 

A execução no marketing jurídico tem um desafio duplo: cultural e operacional.  Cultural, porque o setor jurídico ainda associa “fazer marketing” à ideia de visibilidade,  não de posicionamento e negócio. Operacional, porque a ausência de processos,  prazos e papéis definidos faz com que as boas ideias morram antes mesmo de serem  testadas. E o mercado não espera. Enquanto alguns escritórios hesitam, outros implementam,  testam, ajustam e crescem. A diferença entre eles não é orçamento, nem talento, é ritmo.  

Planejar é pensar o caminho. Executar é ter coragem de percorrê-lo, mesmo sem  garantia de resultado imediato. É só na execução que a marca começa a ganhar corpo, consistência e percepção real de valor. No Direito, a ação é o que transforma reputação em resultado.  

Um plano de comunicação só se torna relevante quando o cliente o percebe.  Uma estratégia de posicionamento só existe quando é vivida na prática, em cada  contato, em cada entrega, em cada palavra. Por isso, mais do que planejar, escritórios precisam aprender a executar com método:

  • Definir metas reais, possíveis de mensurar;
  • Delegar responsabilidades claras;
  • Adotar rotinas de acompanhamento;
  • E, principalmente, sustentar o que foi decidido, mesmo quando o cotidiano  aperta.  

O mercado jurídico não precisa de mais planos, precisa de movimento, de equipes que tirem ideias do papel e façam delas práticas diárias, de líderes que entendam que o papel do marketing não é apenas criar, mas consolidar  a marca no mercado, com ações coerentes, consistentes e contínuas.  

No fim, o que diferencia um escritório em crescimento de outro que apenas repete  discursos não é a qualidade da ideia, mas a capacidade de agir. Como em qualquer negócio, estratégia sem execução é só intenção. E, no Direito, intenção sem ação custa caro; em tempo, reputação e oportunidades.

Mara França
Especialista em Marketing Jurídico
Mara França é pioneira e referência em Marketing Jurídico no Norte e Nordeste. Com mais de 15 anos dedicados ao marketing de serviços — sendo 10 deles exclusivamente ao setor jurídico — atua como estrategista, mentora de profissionais do Direito e professora universitária. Fundadora da consultoria que leva seu nome, Mara é reconhecida por posicionar escritórios e advogados com autenticidade, sofisticação e autoridade. Especialista em branding jurídico, comunicação estratégica e visibilidade de marca, tornou-se uma das principais vozes na transformação da forma como o Direito se comunica com o mercado. Seu trabalho une repertório técnico, sensibilidade de mercado e pensamento criativo com um único propósito: traduzir o valor do Direito em marcas com voz, presença e intenção.