Estudo do RankMyApp indica avanço rápido das plataformas e aponta mudança no comportamento de compra dos consumidores
Aplicativos como Shopee, Shein e Temu já fazem parte do dia a dia do consumidor brasileiro, e vêm ganhando espaço de forma acelerada no ecossistema de m-commerce nacional. De acordo com um novo estudo do RankMyApp, a Temu e a Shein se destacam como o aplicativo chinês com maior penetração de mercado, ambas com 17,5% de participação, seguidos pela Shopee, aparece com 3,5%.
Na categoria Shopping, o cenário revela comportamentos mais complexos entre as subcategorias analisadas. Na subcategoria de Marketplace, o mercado se mostra altamente competitivo, com Temu e Shopee dividindo a dianteira, ambas com cerca de 34,2% de participação. Para além do mercado chinês, marcas consolidadas como Mercado Livre, Magalu e Americanas mantêm presença relevante, cada uma com aproximadamente 6,8% do total de downloads, seguidas por Casas Bahia e Ponto Frio, que completam o panorama.
Já na subcategoria Moda & Vestuário, o domínio é absoluto: a SHEIN concentra 89,4% do market share, alcançando cerca de 500 milhões de downloads globalmente. A ampla vantagem reforça o posicionamento da marca como principal referência em moda digital, enquanto os demais players, como Riachuelo, Renner, C&A e Marisa, brigam pelos outros 10%, com aproximadamente 2% de participação cada.
“A aceleração das plataformas chinesas não é apenas uma questão de preço”, afirma Leandro Scalise, CEO do RankMyApp. “Essas empresas entenderam profundamente o comportamento do consumidor brasileiro. Elas usam dados em larga escala para segmentar audiências, testar mensagens em ciclos rápidos e ajustar ofertas em tempo real. Essa capacidade de leitura e resposta coloca Shopee, Shein e Temu em uma posição muito competitiva na disputa pela atenção e pela recorrência de compra.”
Além de mídia e oferta, essas companhias investem de forma disciplinada na otimização nas App Stores, para converter melhor tanto o tráfego orgânico quanto o pago. Os resultados se confirmam em um ambiente altamente concorrido na categoria Shopping.
Para integrar o top 5, os aplicativos operam com métricas de excelência: rating médio de 4,5 e stickiness acima de 45. Esses apps também são referência em escalabilidade, possuindo em média 260 milhões de downloads, e prova social, com médias de quase 90 mil avaliações positivas.
Segundo o estudo, esse avanço está diretamente relacionado ao comportamento do consumidor, que tem buscado maior conveniência e custo-benefício. Há um aumento significativo da adesão a experiências gamificadas de compra, como cupons, recompensas e programas de fidelidade, que estimulam a recorrência. Além disso, o consumidor tem demonstrado maior tolerância a prazos de entrega mais longos quando os descontos aplicados são expressivos, um reflexo do aumento do custo de vida e da necessidade de compras mais racionais.
Ainda que partam de posicionamentos distintos, Shopee, Shein e Temu têm trajetórias que se cruzam no mercado brasileiro. A Shopee se consolidou por meio de forte capilaridade entre pequenos vendedores e presença fora dos grandes centros urbanos. A Shein, inicialmente focada em moda, ampliou seu marketplace para novas categorias. Já a Temu aposta em campanhas massivas de awareness e políticas agressivas de preço para acelerar sua entrada.
O movimento revela que as plataformas seguem disputando espaço no ambiente digital, intensificando investimentos em experiência do usuário ao longo de toda a jornada de compra. Isso inclui interfaces mais intuitivas, recursos de engajamento, personalização de ofertas e programas de fidelidade que estimulam a recorrência. Além disso, há ciclos constantes de atualização e otimização nas lojas de aplicativos para aumentar visibilidade e conversão. Assim, a disputa vai além do preço e passa pela construção de preferência e retenção de longo prazo.
