De forma personalizada, estratégia tecnológica se torna meio para engajar consumidores e impulsionar negócios
O live marketing evoluiu de ações promocionais tradicionais para um modo estratégico de unir as marcas aos seus consumidores. Hoje, a personalização, a inteligência artificial (IA) e o meio digital desempenham papéis fundamentais na criação de experiências impactantes. A estratégia tem sido intencional em mesclar novas tecnologias com interações mais profundas para o público. Segundo Duda Moreira Salles, diretor de criação da Agência Terruá, o live marketing é o que costumamos chamar de “uma caixinha de surpresas”:
“Ele pode ir desde uma ação promocional tradicional, como aquelas em que você envia um cupom para concorrer a um sorteio, até eventos imersivos de brand experience e ativações tecnológicas que conectam o consumidor com a marca de forma emocional e memorável”, explica. Para o diretor, a tendência “impacta praticamente todas as etapas do funil, desde ações táticas no ponto de venda, passando por lançamentos de produtos e eventos de relacionamento com stakeholders, garantindo que as experiências não apenas engajem, mas gerem impacto mensurável e resultados para os negócios”.
Salles ainda destaca que uma das tendências mais fortes, atualmente, é o uso de inteligência artificial (IA) para criar experiências em tempo real. “Não tem como começar um papo sobre tendências se não for com ferramentas de IA. Elas estão mudando a forma como interagimos com consumidores, oferecendo experiências sob medida e altamente personalizadas. Isso significa que um evento ou ativação pode adaptar-se ao perfil do visitante em tempo real, proporcionando conteúdos e interações únicas e cada vez mais personificáveis”, falou.
O crescimento do retail media, por exemplo, que transforma pontos de venda em canais de experiência, é outro exemplo. Para ele, “as lojas não são mais apenas espaços de compra; elas se tornaram hubs de interação, entretenimento e experimentação”. Estratégias assim fortalecem o vínculo do consumidor com a marca e potencializam as vendas.
O especialista cita, inclusive, um estudo realizado pela RD Station, que apontou que as ações híbridas podem ampliar em até cinco vezes o impacto de uma campanha. Também de acordo com a Insider Intelligence, o mercado de retail media deve ultrapassar US$100 bilhões em investimento global até 2026.
Fusão entre físico e digital
Uma vez que as marcas passaram a integrar experiências físicas e digitais, em uma de suas campanhas, intitulada “All Amazônia”, para o Banco do Brasil, a Agência Terruá desenvolveu ações presenciais na Conferência do Clima em Nova York, com ativações digitais na Times Square e no Central Park.
“Criamos, em parceria com a W/MCann e com a Oficina da Palavra (RP), uma estratégia 360º, que não apenas considerou os dados demográficos do público, mas também seus hábitos, localização e o tipo de informação que eles estavam consumindo naquele período da campanha. Esse nível de segmentação nos permitiu orquestrar ações em múltiplos pontos de contato, garantindo que a mensagem chegasse às pessoas certas, no momento certo”, destacou. O resultado, segundo o diretor de criação, foi a captação de US$1,5 bilhão para a Amazônia.
Outro case de sucesso foi o lançamento do Cartão Orgulho, também do Banco do Brasil, focado na inclusão financeira da comunidade LGBTQIAPN+. O especialista conta que a ação ocorreu na Parada LGBTQIAPN+ de São Paulo com experiências personalizadas.
“Para engajar o público, criamos um espaço diferenciado dentro da feira da Parada. Enquanto o foco tradicional do evento é entretenimento e ativação de marca, levamos um conteúdo disruptivo: educação financeira”, contou.

Após o evento, os resultados comprovaram a eficácia da campanha. “Tivemos 313% de aumento na emissão de cartões – o maior lançamento do Banco do Brasil nos seus 216 anos de história. Mais de 16 mil pessoas utilizando o Cartão Orgulho, em poucos meses, e um aumento de 5% no faturamento global de cartões após o lançamento”, relatou.

Com os dois cases, Duda Moreira Salles finaliza destacando: “quando uma estratégia é bem fundamentada e alavancada por insights de dados, é possível criar campanhas criativas que vão além do “awareness” e realmente mudam a vida das pessoas.”