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Mais de 10 mil funcionários demitidos no Google, Apple, Amazon, Microsoft e Facebook. O que isso significa?

Por Redação

24/11/2022 10h00

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Moisés Santos, especialista em inovação, conta que a Pandemia e a Guerra Ucrânia podem explicar os cortes nas gigantes da tecnologia

 

No mês de novembro, as grandes empresas de tecnologia – Google, Apple, Amazon, Microsoft e Facebook  – anunciaram a demissão de um número expressivo de funcionários. Fatores macroeconômicos influenciam diretamente nessa decisão, uma vez que a Guerra na Ucrânia e o aumento da  inflação global montam um cenário imperfeito para o investimento em tecnologia.

 

Nesse contexto de escassez de capital, é preciso criar uma performance melhor no fluxo de caixa e para fazer isso é preciso cortar altos salários. No último trimestre, a Alphabet, empresa dona do Google, encerrou o último trimestre com uma queda de 26,5% na receita em relação ao mesmo período do ano anterior. Entre janeiro e setembro deste ano, a Amazon acumulou um prejuízo de US $3 bilhões. No caso da Microsoft, a empresa teve uma queda de 14% no seu lucro líquido. Enquanto as ações da Meta, empresa dona do Facebook, perdeu mais de 70% do seu valor.

 

 

Moisés Santos é consultor de inovação, marketing e acelerador de negócios. Além disso, Moisés atua como diretor de inovação da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Ceará. Em entrevista exclusiva para o Nosso Meio, o mentor de startups explicou algumas circunstâncias que explicam a série de demissões das grandes empresas.

 

“Há várias circunstâncias para essas demissões. Muito provavelmente a questão dos altos salários é uma delas. Um bom gestor de growth, um bom desenvolvedor etc são profissionais que estão cada vez mais caros e o ciclo de rotatividade acaba sendo muito alto, pois estão sempre recebendo ofertas de outras empresas. Então, quando a empresa se depara com a crise econômica e percebe que não vai receber investimentos, torna-se necessário enxugar o caixa, ou seja, é preciso retirar os grandes salários. Além disso, os produtos/programas em fase de teste foram abortados. Dessa forma, os profissionais envolvidos em programas de inovação em fase de teste, foram demitidos”, conta.

 

Mas, há uma esperança por trás das demissões, visto que as empresas podem considerar a recontratação desses profissionais, porém com um detalhe, o salário menor.

 

“As empresas americanas podem está fazendo um lay-off para recontratar com salários menores. Demitiram e vão entender a capacidade de entregar resultados com o time reduzido. Provavelmente, o nível operacional das empresas e a capacidade de entrega de cada colaborador vai aumentar muito”, explica.

 

Outro ponto destacado pelo consultor é que houve um boom de contratações durante a Pandemia. O Google, por exemplo, contratou cerca de 30 mil pessoas. Assim como a Amazon, que precisou investir no operacional, para atender ao consumo intenso no e-commerce. Esse crescimento desacelerou e as incertezas com a Guerra na Ucrânia agravam ainda mais a expectativa de crescimento. Moisés Santos aponta que nos próximos meses os ciclos de demissões devem se repetir.

 

“Na minha percepção essas demissões vão continuar acontecendo. Eu acredito que depois desse ajuste de final de ano, as empresas irão gerar resultados para o início do ano que vem – por volta de três meses – e isso pode gerar indicadores para mais ações como essa. Quais áreas estão mais efetivas? Quais salários estão maiores? Onde a automação vai ser mais estratégica? Então irão surgir esses pontos críticos nos próximos meses que irão abalar muito o Brasil”, finaliza.

 

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