Adultos de 25 a 44 anos são os que mais defendem seu potencial de marketing
Dia 13 de fevereiro marcou o Dia Mundial do Rádio, um dos mais importantes canais de comunicação e consumo de conteúdo de massa no Brasil. De acordo com a YouGov, multinacional de pesquisa on-line, mais de três quartos da população do país afirma ouvir rádio por pelo menos alguns minutos em uma semana regular. Isso o torna um meio mais popular do que videogames (móveis ou console/PC), revistas digitais e físicas e jornais impressos. Os dados são da ferramenta YouGov Profiles.
Mais importante ainda, o rádio analógico ainda tem popularidade comparável, e às vezes até maior, do que seus equivalentes digitais. Também nos dados do Profiles, 80,7% dos consumidores no Brasil dizem que passam pelo menos alguns minutos ouvindo música em plataformas de streaming. A porcentagem é apenas um pouco maior do que os 77,3% que ouvem rádio com a mesma regularidade.
Paralelamente, o rádio supera os podcasts em popularidade: apenas 65,2% dos adultos no Brasil afirmam ouvir pelo menos alguns minutos por semana desse tipo de conteúdo, um número muito menor do que o registrado para seu antecessor analógico. O rádio tende a ser mais popular entre os consumidores do sexo masculino e, curiosamente, entre os jovens de 18 a 24 anos. Esses nichos são estatisticamente mais propensos a passar mais de três horas por dia ouvindo rádio.
Rádio digital vs. rádio analógico
Os números do Profiles também confirmam que o rádio não viu a migração para canais digitais que foi observada em outras mídias de massa que agora são consumidas principalmente pela Internet, como conteúdo escrito ou TV. Nos últimos seis meses, 48,9% da população no Brasil afirma ter ouvido música por meio de um rádio analógico (em um dispositivo dedicado, no rádio ou por meio de sistemas Hi-Fi). Esse número é substancialmente menor do que os 62,1% dos brasileiros que ouviram música em plataformas de streaming nesse período.
Mas está bem acima dos 40,6% que consomem streaming de música de estações de rádio por meio de canais digitais, seja na Internet, em smart TVs ou em outro canal semelhante. Isso sugere que os brasileiros que ainda apreciam a experiência única do rádio (ou seja, um programa em tempo real que é sintonizado, em oposição às opções sob demanda) também estão preferindo experimentá-la por meio de dispositivos analógicos, sem depender da Internet.
É importante observar ainda que existem algumas diferenças na forma como os brasileiros ouvem rádio, dependendo se eles sintonizam sua programação favorita por meio de um dispositivo analógico ou com um dispositivo conectado à Internet. Aqueles que preferem a experiência tradicional do rádio tendem a ouvir rádio de manhã e no início da tarde, entre 6h e 13h, enquanto aqueles que optam por se conectar a dispositivos digitais estão mais conectados à tarde e à noite/madrugada.
Como os brasileiros ouvem rádio (por idade e gênero)?
Em termos gerais, ouvir rádio continua sendo uma atividade “secundária” para uma boa parte dos brasileiros, geralmente para substituir as interações sociais. Os dados mostram que 40,8% dos adultos no país, de acordo com o Profiles, dizem que ouvem rádio como som de fundo quando estão sozinhos. Três em cada 10 também concordam com a afirmação “Às vezes dependo do rádio para me fazer companhia”, sugerindo que, pelo menos no Brasil, esse tipo de conteúdo é consumido mais por indivíduos e não por grupos.
Homens e mulheres também têm uma percepção diferente do rádio no Brasil. Os homens são estatisticamente muito mais propensos a dizer que preferem ouvir estações de rádio locais (40,9%, contra 37,3% das mulheres que dizem o mesmo). Ao mesmo tempo, quatro em cada 10 homens brasileiros dizem que o rádio on-line transformou sua interação com o rádio em geral, em comparação com apenas um terço das mulheres brasileiras que dizem o mesmo.
As diferenças são ainda mais marcantes entre as diversas faixas etárias. Embora o rádio ainda seja considerado um excelente canal de publicidade por três em cada 10 brasileiros, os adultos de 25 a 44 anos são os que mais defendem seu potencial de marketing. Por outro lado, os adultos de 45 a 54 anos parecem gostar mais do rádio sozinho, especialmente quando comparados aos hábitos dos jovens de 18 a 24 anos.
Escola de samba Águia de Ouro faz homenagem ao rádio no Carnaval 2024
No Carnaval de São Paulo de 2024, a escola de samba Águia de Ouro prestou uma vibrante homenagem ao centenário do rádio no Brasil com o enredo “Águia de Ouro nas Ondas do Rádio”. A agremiação, que foi a quinta a desfilar no Sambódromo do Anhembi, trouxe para a avenida um espetáculo que mesclou nostalgia, história e reconhecimento à importância deste meio de comunicação, além de apontar “que o futuro é agora”, alusivo a evolução digital do rádio.
O desfile destacou personagens cruciais na história do rádio brasileiro, como Edgar Roquette-Pinto, fundador da Rádio Sociedade, e o Padre Roberto Landell de Moura, pioneiro nas transmissões radiofônicas no fim do século XIX.
O enredo foi uma iniciativa do presidente da Águia de Ouro, Sidnei Carriuolo, e celebrou não apenas o legado do rádio, mas também sua evolução e capacidade de adaptação às novas tecnologias. Eli Corrêa, o “Homem Sorriso do Rádio”, foi um dos homenageados e esteve pessoalmente em destaque, simbolizando a contribuição de personalidades marcantes para a história e o desenvolvimento do rádio no país.
A letra do samba, que evocou memórias e homenageou o rádio como um tesouro nacional, ressaltou o papel do rádio na unificação da nação e na transmissão de cultura, fé e entretenimento ao povo brasileiro. A Águia de Ouro, com este desfile, não apenas recordou a trajetória do rádio no Brasil mas também reafirmou sua relevância contínua na era digital.