Entenda a aplicação da neurociência e de psicologia para criação de designs eficazes
Neurodesign é a aplicação de insights de neurociência e de psicologia para a criação de designs mais eficazes. O que podem a psicologia e a neurociência nos dizer sobre o que realmente nos induz a entrar e olhar numa loja física ou on-line, a escolher onde clicar ou o que pegar, a compartilhar uma imagem numa mídia social ou a tomar uma decisão de compra?
O neurodesign explica. Para isso, se baseia em outros campos correlatos para nos ajudar a compreender por que as pessoas reagem de certas maneiras aos designs – áreas como análise de imagem por computador (a capacidade dos computadores de analisar a composição das imagens ou até de reconhecer o que é mostrado nas imagens), economia comportamental (o estudo de como fazemos escolhas – quase sempre de maneira aparentemente irracional – sobre
como gastar dinheiro) e psicologia evolucionista (ramo da psicologia que procura explicar os comportamentos em termos de como teriam evoluído para ajudar nossos ancestrais a sobreviver). Os designers já usam a intuição para criar designs e, em seguida, para analisar a criação e para julgar com os próprios olhos quanto são eficazes e para fazer os ajustes necessários.
No processo, usam um conjunto de princípios compartilhados ao longo dos anos pelos designers sobre como produzir um bom design. O neurodesign complementa e aprimora esses princípios. Como as pesquisas em neurociência e psicologia acumularam muitas informações nas últimas décadas, ambas as disciplinas têm muito a dizer sobre os fatores comuns que influenciam na possibilidade de as pessoas gostarem de um design. Essas
pesquisas se aceleraram nos últimos anos, inclusive com o surgimento de uma área especializada – neuroestética – que estuda, especificamente, os fatores que afetam a maneira como o cérebro reage às imagens, mais ou menos favorável ou desfavorável. Em suma, o design é cada vez mais relevante para o sucesso dos negócios.
A importância das imagens digitais
Talvez o mais importante que a web tenha nos ensinado seja como as pessoas gostam de imagens. A web é muito visual, tendência que se torna cada vez mais intensa. As pesquisas nos mostram reiteradamente os efeitos benéficos das imagens digitais. Os artigos com boas imagens são mais visualizados. As postagens com imagens em mídias sociais são mais compartilhadas. Na verdade, as redes de mídias sociais que giram em torno de imagens – como Instagram e Pinterest – têm apresentado taxas de crescimento explosivas. Da mesma maneira, imagens e fotos são parte vital do Facebook e do Twitter.
Somos criaturas visuais. Não evoluímos para a leitura, mas sim para a observação de imagens. É o nosso sentido mais agudo, e o que ocupa mais espaço no cérebro. Somos, portanto, consumidores hábeis de imagens. Nós as decodificamos com rapidez e facilidade. Elas nos possibilitam absorver com rapidez o significado. Elas nos levam a apreender de imediato o cerne de uma página ou postagem e a orientar nossas decisões para nos aprofundarmos ou nos afastarmos do que vemos. As imagens nos seduzem a ler a mensagem, facilitam a compreensão de instruções, e são mais capazes de viralizar o conteúdo. Algumas das descobertas de pesquisas sobre a importância das imagens on-line incluem as seguintes:
- As pessoas são 80% mais propensas a ler o conteúdo que inclui imagens em cores
- Os infográficos atraem três vezes mais curtidas e compartilhamentos em mídias sociais do que outros tipos de conteúdo.
- Os artigos com pelo menos uma imagem para cada cem palavras são duas vezes mais propensos a ser compartilhados nas mídias sociais.
- O compartilhamento de conteúdo pelos usuários no site de imagens Pinterest é altamente provável: oito em dez
pins no site são “re-pins”. - A probabilidade de que instruções com imagens visuais sejam seguidas corretamente é três vezes superior a
instruções sem imagens visuais.
Uma das explicações para isso é que as pessoas acham mais difícil ler textos na tela do que no papel, mesmo que a tela seja de alta definição. Em contraste, observar imagens na tela exige menos esforço. O design também exerce impacto real sobre como valorizamos as coisas. Sites com design otimizado em relação às preferências do cérebro inspiram mais confiança e curtição. Produtos e embalagens com melhor design aumentam o volume e o valor das compras. Em economias avançadas, onde se tornou mais difícil diferenciar os produtos com clareza apenas com base na qualidade ou em atributos funcionais, o design é cada vez mais importante como indutor de valor.
Mas atenção! A explosão de informações e escolhas exerce mais pressão sobre os elementos psicológicos de um negócio, como os designs de seus sites, produtos e comunicações. As pessoas, em geral, não têm tempo suficiente para pesquisar em profundidade e para considerar todos os detalhes do que estão lendo, fator que reforça a influência das imagens nas escolhas e decisões. Você está usando as imagens certas para se comunicar?