Em março foi publicado o Infinite Dial 2023, a recente edição da pesquisa mais antiga sobre o comportamento do consumidor de mídia digital nos Estados Unidos. O estudo, que marca o 25º aniversário da série que começou em 1998, revela que o consumo de áudio digital e podcast atingiram recordes em 2022, oferecendo novas possibilidades para anunciantes se conectarem com audiências. Comparando os números de lá com os nossos, o futuro é promissor para o áudio por aqui também.
De acordo com o Infinite Dial 2023, 78% dos norte-americanos com 12 anos ou mais ouvem qualquer tipo de áudio digital mensalmente e 68% ouvem semanalmente. No Brasil, segundo a última edição da pesquisa Tic Domicílios, esse número é de 73% se igualando ao hábito de ver vídeos, programas, filmes ou séries.
O podcast se recuperou após uma queda em 2020 por causa da pandemia da covid. A pesquisa ainda mostra que 41% dos norte-americanos com 12 anos ou mais ouvem podcasts mensalmente e 28% ouvem semanalmente, tendo um aumento de 4 pontos percentuais em relação ao último relatório. Essa plataforma também mostra alto nível de engajamento entre os ouvintes: o número médio de podcasts ouvidos por semana é de oito.
O crescimento do consumo de áudio digital é impulsionado por vários fatores, como:
- A maior disponibilidade e acessibilidade de smartphones e alto-falantes inteligentes, que permitem acesso conveniente ao conteúdo de áudio digital a qualquer hora e em qualquer lugar. O estudo mostra que a posse de smartphones aumentou de 85% em 2018 para 91% em 2023, enquanto a de alto-falantes inteligentes aumentou de 18% em 2018 para 33% em 2023.
- A diversidade e a qualidade do conteúdo de áudio digital, que atende a diferentes gostos e preferências dos ouvintes. O estudo mostra que existem mais de 2 milhões de podcasts disponíveis hoje, abrangendo diversos tópicos, como notícias, comédia, esportes, música, educação e outros. Serviços de streaming também oferecem recomendações personalizadas com base nos hábitos e interesses dos ouvintes.
- Os benefícios sociais e emocionais do consumo de áudio digital, pois fornecem entretenimento, informação, educação, inspiração e companhia para os ouvintes. O estudo mostra que os ouvintes são mais propensos a confiar nos apresentadores de podcasts do que em outras personalidades da mídia – além de se sentirem conectados aos seus podcasts favoritos, compartilham suas opiniões nas mídias sociais e tomam medidas após ouvir um anúncio.
Esses fatores tornam o consumo de áudio digital uma mídia obrigatória para anunciantes que desejam alcançar consumidores que são difíceis de alcançar por meio de canais de mídia tradicionais, complementando a sua jornada diária nos momentos de descanso de tela.
Venho chamando a atenção, nos últimos oito anos, sobre como o áudio digital é único pela intimidade que proporciona. Diferentemente dos meios de comunicação visual, o áudio é uma mídia íntima, consumida ao pé do ouvido, que permite que as marcas se conectem com seus consumidores de forma muito mais pessoal e profunda. Por exemplo, os anúncios de áudio podem ser direcionados para momentos em que os consumidores se concentram no que estão ouvindo, como quando estão dirigindo ou fazendo exercícios, possibilitando uma conexão emocional mais forte com o público.
A tecnologia atual de dados, desenvolvida a partir do celular “cookieless”, juntando a geolocalização, os pontos de interesse e aplicativo instalados no aparelho, permite que as marcas forneçam conteúdo altamente relevante e personalizado para seus ouvintes, aumentando, assim, o engajamento e a fidelidade do consumidor.
Temos aqui no Brasil tudo pronto para que as marcas possam falar com o público por meio do áudio. O consumo de áudio é tão grande quanto o de vídeo e já temos empresas e tecnologias especializadas em conectar as marcas aos ouvidos do público. Em 2021, o áudio foi o formato que mais cresceu nos EUA e segundo o último Ad Spent do IAB US chegou a quase US$ 5 bilhões e vejo que temos tudo pronto para seguir também com esse crescimento no Brasil.
Rodrigo Tigre, head de Áudio da Adsmovil no Brasil