9ª edição

O Cego, o ansioso, o Homo Erectus e o mentiroso: um passeio sobre as oportunidades e medos da Sociedade x IA

Por Redação

18/09/2023 15h01

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1. O “Cego” vê seu chão, e não o céu.

A era atual é caracterizada por avanços tecnológicos notáveis, incluindo a crescente utilização da inteligência artificial (IA) nas mais diversas áreas de atuação. Entretanto, a ansiedade, muitas vezes, pode obscurecer a visão de oportunidades que emergem desses avanços, deixando-nos vulneráveis a uma verdadeira “cegueira”. A experiência de luta de taxistas contra os Ubers, por exemplo, constatou que NÃO é possível competir contra algo que o mercado “abraça”. 

A referida emoção, frequentemente desencadeada pela incerteza e pelas altas expectativas, exerce um impacto profundo na saúde mental de indivíduos e comunidades. A velocidade vertiginosa da sociedade moderna, com suas demandas implacáveis e busca constante por validação, cria um terreno fértil para o crescimento de preocupações excessivas. Como consequência disso, nossas mentes tornam-se “confinadas” a pensamentos negativos, limitando a capacidade de identificar oportunidades reais.Sendo assim, a ansiedade não devidamente tratada pode criar uma barreira que nos impede de visualizar as oportunidades emergentes associadas ao avanço da IA.

2. A ANSIEDADE é uma emoção SECUNDÁRIA AO MEDO. 

O vencedor do prêmio Nobel de Economia, o israelense Daniel Kahneman, em seus estudos, apresenta uma análise sobre o que podemos chamar de “viés de familiaridade” ou “viés da zona de conforto”. Isso explica um padrão comportamental que ocorre quando as pessoas se sentem mais confortáveis e seguras ao optar por soluções que conhecem previamente e já estão acostumadas.

Uma outra teoria que lança luz sobre a relação entre ansiedade e percepção distorcida é a “focalização seletiva”. Conforme essa teoria, em momentos de ansiedade, tendemos a concentrar nossa atenção em elementos ameaçadores ou negativos, negligenciando informações positivas. Isso nos leva a uma visão de túnel, onde só percebemos aspectos desfavoráveis, perdendo de vista oportunidades valiosas que podem ser exploradas através da colaboração com a IA.

Nesse sentido, as empresas precisam tornar seus ambientes de trabalho mais acessíveis e abertos. O ambiente externo desempenha um papel significativo na perpetuação do comportamento de seguir o que é comum – o que pode ser um erro capital- uma “cegueira” coletiva. Se sua empresa apresentar tais sintomas de estagnação, comece, imediatamente, a pivotar o seu negócio!

Além disso, pensar que estas mudanças passam somente pelo setor  de tecnologia da organização também é um outro grande erro: a inovação deve acompanhar TODOS os seus  setores , a começar pelo RH, pois são pessoas que transformam. Pense na IA, no computador e no seu ERP como o fogo era para o Homo Erectus, uma ferramenta para apoiar e melhorar o que já existe. E por falar em Homo Erectus, talvez esteja na hora do seu negócio começar a copiá-lo. Seja mais nômade, passeie por outros mercados, cenários, culturas e aprenda a conviver em novos ambientes.

3. Trabalhe com as máquinas, não contra.  

A ansiedade não é apenas uma barreira para a compreensão da IA; ela também pode moldar nossas reações a novas tecnologias. Um exemplo é o “metaverso”, um conceito cada vez mais discutido que envolve um espaço virtual compartilhado, onde as interações simulam o mundo real. Quando o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou a mudança de nome da empresa para “Meta” e destacou seu compromisso com o metaverso, surgiram temores sobre privacidade, dependência digital e realidades alternativas desconectadas da vida real. Esses medos obscureceram as possibilidades inovadoras do metaverso e geraram apreensão. O resultado final foi uma “flopada” congruente com o trambolho que era o óculos do “Mark”

Mas onde deve morar o nosso medo? Certamente na mentira que a IA permite construir. As deepfakes são representações digitais realistas, porém falsas, de pessoas reais, criadas usando IA. Elas podem ser usadas para criar vídeos falsos convincentes, levantando preocupações sobre a disseminação de informações enganosas, difamação e ameaças à confiança nas mídias. A sociedade enfrenta agora o desafio de discernir entre o que é genuíno e o que é fabricado. Essa é a grande luta. Lidar com o impacto das deepfakes exige um esforço conjunto. 

Em resumo, estamos diante de um novo fogo descoberto pelo homem e é impressionante como a educação sempre é a porta da salvação, mas existe uma negação dentro do ser que não se deixa ser convencido do óbvio. Você está disposto a mudar? Ou prefere entrar no casulo da negação?

Sobre o autor:

Erick Picanço Dias é publicitário com MBA em Gestão, Finanças e Marketing. Diretor Comercial e Marketing do Sistema Verdes Mares.  Atuante nos setores de sustentabilidade e educação corporativa para resultados.