Por Pedro Junior, CEO da CUIDARH
Em tempos de inteligência artificial, o ser humano nunca foi tão necessário. Especialmente neste cenário pós-pandemia, onde todos, de alguma forma, estamos emocionalmente abalados, sobrecarregados, precisando de cuidado, escuta e atenção genuína.
No universo das organizações, imagino o quão desafiador tem sido manter o equilíbrio entre a busca por resultados financeiros ou as necessidades básicas de colaboradores que, muitas vezes, querem apenas sobreviver com dignidade. São pessoas que, além de trabalhar, lutam diariamente contra a ansiedade de não saber se conseguirão pagar as contas no fim do mês. E quem está ali, acolhendo, tentando oferecer soluções e apoio? O RH.
Profissionais que, por vezes, são desvalorizados ou até invisíveis aos olhos da alta liderança. Ainda assim, resistem. Estão ali diariamente tentando construir pontes, gerar acolhimento e garantir que as pessoas sejam vistas. E isso não é fácil, especialmente em contextos como o do Nordeste, onde ainda há falas que escancaram a dificuldade em fazer o cuidado ser prioridade.
Recentemente, um empresário afirmou a um dos nossos clientes que não iria oferecer plano odontológico porque “a água que eles consomem já tem flúor”. Parece piada. Mas não é.
Você já parou para pensar em quem cuida de todos dentro de uma empresa? Quem ampara o colaborador em crise, escuta o líder em dúvida, acolhe o recém-contratado e ainda precisa lidar com metas, processos, desligamentos, admissões, conflitos e cobranças, tudo isso sem perder a sensibilidade? Esse alguém tem nome: é o RH.
Desde a pandemia, esse papel se intensificou. O mundo ficou mais ansioso, mais sensível, mais exigente. E o RH teve que ser ainda mais forte. Se reinventou, segurou a mão de quem precisava, cuidou da saúde emocional de equipes inteiras, lidou com perdas, incertezas, transformações profundas.
É sobre reconhecer quem raramente é reconhecido. É sobre olhar para esses profissionais com a gratidão e o respeito que eles merecem.
