Inovação

O futuro é híbrido e o metaverso é antigo, explica a best-seller Martha Gabriel no segundo dia do RD Summit 2022

Por Redação

27/10/2022 12h00

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A evolução das camadas digitais com as quais interagimos desde o início da internet configuram o metaverso e você já está nele. Além disso, não se trata de um mundo virtual, mas é sobre a integração do on e do off no nível máximo

Martha Gabriel é um ícone multidisciplinar na América Latina nas áreas de negócios, tendências e inovação. Futurista pelo IFTF (Institute For The Future), engenheira (UNICAMP), pós-graduada em Marketing (ESPM) e Design (Belas Artes), mestre e PhD em Artes pela ECA/USP e formação executiva pelo MIT Sloan, a especialista brilhou no Keynote de abertura do segundo dia do RD Summit 2022, nesta quinta-feira (27).

A palestra aguardada iniciou com uma surpresa: Martha surgiu nos telões de LED diretamente do metaverso para apresentar seu avatar, dando boas-vindas ao público de mais de 4 mil pessoas que lotou a plenária do Centro-Sul  — Centro de Convenções de Florianópolis. Mas… onde exatamente fica o metaverso?

Não se trata apenas de um mundo 3D, realidade virtual e realidade aumentada. O metaverso é toda a fusão de on e off do nosso atual cenário. Para isso acontecer, os indivíduos foram constituindo camadas de experiências digitais, desde e-mail, sites, jogos e mundos 3D, e-commerce etc.

 

Segundo a autora, deve-se destacar que desde o início da era digital temos vivido gradativamente uma fusão entre os mundos físico e digital. Com a aceleração da digitalização causada pela pandemia de 2020, essa fusão também acelerou, configurando um ambiente fluido entre ambientes online e offline, não apenas no trabalho, que está se tornando cada vez mais híbrido, mas em todas as dimensões das nossas vidas — relacionamentos, educação, entretenimento, negócios, etc. Assim, o metaverso evoluiu e já traz oportunidades para aqueles que o identificam muito além dos games ou dos óculos de realidade aumentada. Além disso, a recente mudança de posicionamento do Facebook para se transformar na empresa Meta também causou o buzzword sobre o assunto e claro, foi proposital. Mark Zuckerberg quis ser lembrado como pioneiro no assunto, mas ainda em 1992, Neal Stephenson cunhou o termo metaverso no livro Snow Crash.

No romance de Stephenson, as pessoas usam avatares digitais de si mesmas para explorar um universo online, na maioria das vezes, para escapar de uma realidade distópica. O livro prevê, em suas quase 500 páginas, que o metaverso se tornará um sucessor da internet e, consequentemente, das redes sociais. Os personagens criados pelo escritor podiam se deslocar por este mundo virtual inteiro — concebido a partir de um sistema complexo de computação gráfica 3D — oferecendo aos usuários um repertório incrivelmente realista, tão popular quanto os programas de televisão da década de 1990. Assim, o conceito do metaverso é bem mais antigo do que parece.

“O metaverso é uma evolução, não uma revolução. É uma complementariedade da experiência do mundo físico, podendo abrir novas possibilidades para interagir e viver”, explica a especialista. Paralelo a isso, está se construindo também uma nova fase da internet. Aliás, a internet pode ser considerada um projeto sempre em construção. Por esse motivo, desde sua criação, as diferentes maneiras de se usar a internet configuraram fases, que  recebem os nomes de Web 1.0, Web 2.0 e Web 3.0.

A Web 3.0, abreviada como Web3, é um conjunto de ideias, projetos e protocolos que buscam criar uma nova estrutura descentralizada. Nesse ambiente, os usuários controlam a propriedade dos seus dados, contam com transações digitais seguras e globais e podem usufruir de trocas online de valores e informações de forma descentralizada. Por trás dessa infraestrutura é que a dinâmica dessa evolução digital vai acontecer.

 

Atualmente, podemos ter múltiplos mundos virtuais 3D interagindo com o físico. Entre as tecnologias que ajudaram a construir e pavimentar esse caminho, destacamos Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT), 5G e 6G, Blockchain, Big Data, nanotecnologia, impressão 3D, robótica e computação quântica. Todas essas tecnologias são importantes, mas o carro-chefe para a formação do metaverso é a integração entre o nosso mundo físico e digital. E a tecnologia mais importante para vencer a complexidade de todas as conexões tecnológicas é a Inteligência Artificial.

Martha Gabriel ainda elencou tudo aquilo que é considerado metaverso – mas ainda assim não o define.

  1. Metaverso NÃO é só mundo virtual 3D;
  2. Metaverso NÃO é só game vitrual;
  3. Metaverso NÃO é Web 3.0;
  4. Metaverso NÃO é só realidade aumentada e realidade virtual.
  5. Metaverso é a experimentação de tudo isso, em fusão de camadas de experiência.

 

Confira entrevista exclusiva da Martha Gabriel para o Nosso Meio TV:

 

Estrutura gigantesca e multi experiências chamam atenção do público

O evento segue até sexta-feira (28) no CentroSul — Centro de Convenções de Florianópolis — com a maior estrutura já realizada ao longo de suas oito edições: com mais de 14 mil pessoas  circulando pelo evento (entre inscritos, funcionários da RD Station e trabalhadores do evento) e uma equipe de especialistas do setor formado por mais de 130 palestrantes dedicados a 180 horas de conteúdos simultâneos. A estrutura do RD Summit 2022 é a maior já preparada pela organização do evento e leva mais de 60 dias para montagem, numa área de ocupação que supera os 56 mil metros quadrados espalhados nos dois andares do CentroSul, além das demais áreas do complexo de eventos, como estacionamento, passarela e ambientes externos.

 

 

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