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O jornalismo e a capacidade de adaptação: mais conexão com as pessoas em um mundo multiplataforma

Por Redação

07/04/2025 10h29

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Por Paulo Jr. Pinheiro, diretor da Caramelo Comunicação e professor universitário

Neste 07 de abril, Dia do Jornalista, é impossível não refletir sobre o papel fundamental da profissão em uma sociedade marcada pela informação instantânea e a era digital. Como jornalista, com a comunicação como minha primeira formação, eu aprendi ao longo dos anos que a escuta ativa e a construção de textos fluidos são elementos essenciais para um bom trabalho, seja em reportagens seja em textos voltados para o jornalismo empresarial. Essas habilidades, cultivadas ao longo da minha trajetória, acompanharam-me durante a transição para o mundo corporativo, onde a comunicação deve ser precisa, estratégica e, acima de tudo, humana.

O jornalismo, especialmente o atual, exige mais do que nunca uma capacidade de adaptação. Estamos vivendo em um momento no qual o conteúdo não se limita mais a um único canal. O cenário exige que os jornalistas dominem a produção de conteúdo multiplataforma, navegando com fluidez entre textos, vídeos, podcasts e até posts nas redes sociais. A habilidade de transformar uma ideia em um conteúdo adaptável a diferentes mídias é essencial, pois, hoje, a informação chega ao público de formas variadas, e os hábitos de consumo estão em constante transformação.

A interseção entre o jornalismo e as redes sociais também é uma realidade. A presença das plataformas digitais, como o Instagram, alterou a dinâmica de consumo e o modo como o jornalista se relaciona com o público. É preciso ter em mente que a simples divulgação dos fatos não é mais suficiente. O engajamento com a audiência e a criação de uma relação de confiança são elementos imprescindíveis. O jornalismo precisa, mais do que nunca, entender a relevância de sua mensagem para as pessoas, reconhecendo suas expectativas e suas demandas.

No entanto, o que se mantém intocado, independente das mudanças tecnológicas, é o compromisso com a credibilidade. Em um contexto em que as fake news proliferam com velocidade alarmante, o trabalho de verificação e a busca pela verdade continuam sendo pilares da profissão. A credibilidade dos meios de comunicação, que sempre foi um valor importante, ganha ainda mais relevância neste cenário. O jornalista de agora e o do futuro será aquele que souber equilibrar a inovação com o compromisso com a verdade, reforçando a confiança do público nas fontes que utiliza.

O futuro do jornalismo passa pela construção de uma comunicação mais inteligente, na qual a credibilidade é a chave e o foco continuará a estar nas pessoas. O jornalismo não é apenas sobre fatos e dados, mas sobre as histórias que as pessoas têm para contar. O protagonismo deve ser dado a elas, às suas vozes, aos seus anseios, aos seus desafios. O jornalismo tem a responsabilidade de ser o meio através do qual essas histórias são contadas, com respeito, sensibilidade e profundidade.

A profissão que vem por aí é aquela que ouvirá mais e melhor, que estará presente onde as pessoas estão, e que se conectará com elas por meio da empatia, da curiosidade genuína e da busca por compreensão.