Artigo de Opinião
Aceitar o novo e se mostrar resiliente diante de diferentes situações. Essa é uma das principais lições aprendidas nos últimos meses e um desafio para a cadeia produtiva onde está inserido o varejo, que passa por adaptações que se fazem necessárias. O foco do marketing de varejo, que até então sempre fora o cliente, começa a enxergar os “leads” muito mais como pessoas em sua individualidade, o que deveria ter acontecido sempre. A pandemia trouxe para o centro dos debates relacionados a ações, sentimentos como empatia, compreensão e cuidado, que nortearam as iniciativas de comunicação de marcas e negócios comprometidos com seu público.
Com o “Novo Normal”, período no qual denominou-se o processo adaptação do pós-coronavírus, uma nova realidade integrativa nasceu para unir cada vez mais mais o “on” e o “off”, saldo positivo, haja visto que os dois são a união perfeita para oferecer solução e possibilitar experiência de compra multicanal por ferramentas eficazes e em espaços físicos do varejo. As novas formas de se relacionar e vivenciar experiências entre as pessoas passam a ocupar um lugar de destaque, onde o cliente precisa ter a certeza de que está sendo compreendido em suas necessidades e em seus desejos, além de ser cercado de cuidados de higiene que se tornaram quesitos básicos em todos os ambientes.
Com as novas mudanças no cotidiano, quando se pensa em consumir, deixam-se de lado os ambientes fechados de alguns centros comerciais para explorar espaços externos, ao ar livre, com áreas verdes, tendência crescente no Brasil e no mundo. Assim, passam a ganhar mais notoriedade os shoppings de rua, os open e strip malls que, apesar de menor porte, possuem mix de lojas que possibilita fácil acesso a produtos e serviços variados. São abertos, trazem natureza e segurança, além de conforto e qualidade para essa hora feliz. Tais mudanças evidenciam uma “sede” não só de consumir, mas sim de socializar; já que é bom estar ao lado de quem se ama, seja fazendo compras, vivenciando uma experiência gastronômica ao ar livre ou apenas marcando um encontro em um banco de madeira nos jardins de um open mall, para conversar despretensiosamente ou tomar um cafezinho.
Dessa maneira, percebemos hoje que o ato da compra não é mais o mesmo e gestos como presentear alguém podem significar o mesmo que um abraço apertado. Assim, prova-se que lojistas precisam se preocupar com a experiência e com a conexão emocional no seu atendimento e relacionamento. Estamos em um novo normal e, consequentemente, temos um novo comportamento de cliente. Parte na frente quem está pronto para oferecer a todos essa experiência com toda sensibilidade que ela requer.
Raquel Carioca
Jornalista, especialista em Marketing Estratégico e Marketing Digital e 8 anos de experiência no varejo. Gerente de Marketing do Jardins Open Mall.