9ª edição

O poder das collabs entre marcas: estratégias e branding

Por Redação

18/09/2023 14h58

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Cultivando alianças estratégicas para o sucesso das marcas

A evolução do cenário de mercado atual tem instigado as marcas a buscarem abordagens inovadoras para se destacarem em meio à crescente concorrência. Uma conduta que tem ganhado força é a colaboração entre marcas, onde empresas se unem para criar produtos, serviços ou campanhas conjuntas. Essa tática vai além de uma simples parceria e pode ser um diferencial significativo para o branding e a visibilidade das marcas envolvidas.

As  colaborações podem ser extremamente vantajosas, desde que bem planejadas e executadas. Elas podem ser usadas com diferentes objetivos de mercado, unindo marcas completamente improváveis e em momentos de vida também completamente diferentes. Isso traz uma elasticidade fantástica para os planners.

O objetivo é que as partes envolvidas no processo se beneficiem mutuamente. Além disso, o foco dessa estratégia queridinha do momento pode abranger a expansão das audiências, a solidificação das marcas, o aumento do reconhecimento e, claro, o incremento das vendas.

Uma das principais estratégias utilizadas é a combinação de expertise e recursos. Esse tipo de collab acontece quando duas marcas com áreas de atuação diferentes se unem, criando experiências únicas que combinam o melhor de ambos os mundos. A parceria entre GoPro e Red Bull, por exemplo, resultou em vídeos espetaculares que mostram atletas em esportes radicais. A ação demonstrou a capacidade técnica e alta performance  de captura da GoPro e revelou a conexão emocional da Red Bull com o público aventureiro.

Outra estratégia é a expansão de mercado. Colaborações azeitadas podem abrir portas para novos segmentos de consumidores. Um exemplo prático e notável foi a collab entre a grife de luxo Balmain e a marca de  fast fashion H&M, em 2015, que reverberou no mundo inteiro. Essa parceria permitiu que a Balmain alcançasse uma base de consumidores mais ampla e diversificada, ao mesmo tempo em que manteve sua exclusividade e status.

Dentro desse mesmo segmento e bem pertinho da gente, podemos destacar a expertise da Riachuelo. Os consumidores abraçaram as colaborações  com designers renomados, como Cris Barros e Martha Medeiros, além das coleções desenvolvidas em parcerias com nomes internacionais, incluindo Donatella Versace e Karl Lagerfeld. A coleção desenvolvida em parceria com a grife italiana Moschino, que esgotou no site em menos de seis horas após seu lançamento, ilustra como as colaborações podem gerar uma grande demanda.

Se mesmo com esses exemplos ainda existem dúvidas sobre as collabs, podemos citar vários outros casos como Apple e Nike. A união dessas duas gigantes resultou no Apple Watch Nike+. O produto não apenas atendeu às necessidades dos entusiastas de tecnologia, mas também atraiu corredores e atletas, fortalecendo o branding das duas empresas.

Já o Starbucks aproveitou a sua forte ligação com a música e emplacou uma colaboração com o Spotify para envolver mais ainda os seus clientes. Os frequentadores da rede de cafeterias ganharam acesso à playlists exclusivas no aplicativo, aumentando o tempo de interação com a marca além do momento da compra.

O filme da Barbie – sim, temos que falar sobre essa mega ação mundial – resultou em collabs completamente fora da curva. A Coral Tintas entrou no universo Barbiecore e lançou uma paleta com 14 cores inspiradas na boneca, com o slogan: “para transformar você e sua casa no que você quiser”. A Coral não parou por aí e, ao lado do Burger King, transformou visualmente uma das lojas da gigante de fast-food, em São Paulo.

Devemos admitir que a collab entre marcas pode ter um impacto profundo no branding. A associação com uma marca respeitada ou renomada pode elevar a percepção de valor e qualidade de outra menos conhecida, ou fazer o burburinho acontecer entre nomes de peso em segmentos diferentes. No entanto, é mais que importante – é crucial – que haja o pleno alinhamento em valores e identidade para evitar danos à imagem. A colaboração entre a Gap e o rapper Kanye West, por exemplo, recebeu críticas devido à falta de coesão entre as marcas, o que resultou no cancelamento do projeto.

O poder das colaborações entre marcas é inegável. Estratégias bem executadas podem levar a resultados impressionantes em termos de visibilidade, alcance de público e fortalecimento do branding. No entanto, é fundamental que as interessadas escolham parceiros que se complementam. Quando feito com autenticidade e estratégia, essa união pode ser uma ferramenta valiosa para se destacar no mercado.

Sobre a autora:

Larissa Maia

Publicitária. Professora. Especialista em Marketing e planejamento. Apaixonada por gente e por comportamento. S/A Propaganda – Teresina (PI)