O que Marcos Mion nos ensinou sobre employer branding

O que a Netflix, o Nubank e a Globo têm em comum? Estratégias de empresas para fortalecer a reputação como marcas empregadoras

Em um contexto de recorde histórico de desemprego registrado pelo IBGE, – são 14,8 milhões de brasileiros desocupados no trimestre de fevereiro a abril de 2021 – qualquer contratação é motivo para celebrar. Mas, na última semana, o Brasil parou para acompanhar os primeiros dias de Marcos Mion como colaborador da Rede Globo.

Aos 42 anos, o já consagrado apresentador Marcos Mion conquistou seu espaço na maior emissora do país e trouxe uma reflexão sobre a passagem do tempo e o alcance de objetivos, mas também ampliou a discussão sobre o poder das marcas no processo de captação e retenção de talentos. Como uma organização ganha o status de empresa dos sonhos para um candidato?

Netflix, Nubank e Globo são alguns exemplos de fortes marcas empregadoras e para isso, a cultura organizacional é apontada como um dos principais diferenciais. Por definição, cultura organizacional é o conjunto de valores que orientam as ações de uma empresa no ambiente interno e externo, determinando a forma como um negócio se organiza e lida com o colaborador e se posiciona no mercado. Assim, a experiência positiva do colaborador reflete, em última instância, na reputação da organização. Ela também transforma os membros da empresa em verdadeiros advogados da marca.

Estratégias de Employer Branding (gestão de marca empregadora) visam fortalecer a cultura organizacional e fazem parte do processo para o caminho da felicidade dos colaboradores. Um estudo realizado pelo Center for Positive Organizational Scholarship, da Universidade da Califórnia, mostra que um colaborador feliz é, em média, 31% mais produtivo, três vezes mais criativo e suas vendas são 37% mais elevadas, em comparação com outros, demonstrando que investir na felicidade organizacional é um bom negócio.

A depender da cultura organizacional, seja ela mais conservadora ou mais adaptativa, os valores das empresas devem convergir com os valores do profissional que ela seleciona. E se o mundo está mais flexível, diverso, tecnológico e colaborativo, as empresas que estão fazendo sucesso como marca empregadora também nutrem esse perfil.

Desde o fim de 2019, a Dale é responsável pelas redes sociais da Globo focadas em Employer Branding. No Instagram, Facebook e LinkedIn, a agência trabalha a atração de talentos mostrando bastidores por meio da criação de webséries com personagens importantes da empresa, além de contar histórias de colaboradores e cobrir grandes eventos e atrações da principal emissora do país. A hashtag #vempraglobo é um das ferramentas de monitoramento dessa proposta.

Por sua vez, o Nubank reserva a seção “Carreira no Nu” do seu blog para contar o motivo pelo qual alguns profissionais escolheram o Nubank como empresa. Lá, é possível acompanhar a divulgação de novas vagas, dicas de seleção, o dia a dia de capacitação interna e as ações voltadas para diversidade e inclusão no time. Já a Netflix, frequentemente cria vídeos sem roteiro nos quais os funcionários falam sobre algum aspecto da marca empregadora. Uma dessas séries chama-se Netflix Culture Explained. Cada vídeo apresenta funcionários reais discutindo algum aspecto de como é trabalhar na produtora de streaming. Em vez de simplesmente explicar que a empresa oferece férias ilimitadas, por exemplo, cinco funcionários contam como são suas próprias experiências com a política e suas opiniões sobre ela – incluindo as desvantagens.

Em comum, as empresas que buscam fortalecer sua reputação como marca empregadora estão pautadas pela transparência. Sim, a melhor ferramenta para montar sua estratégia de employer branding e reforçar os valores da marca é se basear em honestidade e coerência com a realidade de cada organização, apresentando isso por meio das pessoas.