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Os desafios da comunicação interna e engajamento nos novos formatos da jornada de trabalho

Por Artigo de Opinião - autor

06/09/2021 08h00

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Era o dia 16 de março de 2020, exatamente às 21h15, sim, essa data e horário marcaram a minha memória. O telefone toca, era a diretora de Recursos Humanos da companhia me passando a seguinte mensagem: cuidamos das pessoas e as pessoas cuidam dos negócios, esse é o nosso ciclo, portanto, em virtude da pandemia Covid-19, a partir de amanhã, você não volta a trabalhar presencial no escritório, vamos iniciar o trabalho remoto com 100% do nosso grupo de risco. Sim, naquele momento eu fazia parte do grupo de risco, estava gestante, terceiro mês.

A partir daí, o modelo de trabalho passava a ser novo pra mim, e para uma parcela dos profissionais da organização, porém, com uma atuação que já era plural, pois tínhamos colaboradores nos sites e na rua também.

O conceito “se reinventar” passou a ser um impulso obrigatório, desde o novo, os ritos, a cultura. Protocolos de ações preventivas precisavam ser viralizados com velocidade, então, contamos com a tecnologia por meio dos canais digitais já existentes, porém, aumentando a humanização das mensagens, com um discurso empático. O desenvolvimento e aplicação de pesquisas curtas, e com frequência, foi outro caminho, afinal, precisávamos ouvir as nossas pessoas com tratativas rápidas. Os conceitos: conectar e engajar passaram a ser materializados de uma forma que nenhuma bibliografia havia apontado até ali.

O cuidado, que já era rotina da organização, foi fomentado por meio de pautas de saúde, principalmente emocional, com periodicidade fixa e com uma rede de apoio disseminada com novos canais de escuta ativados.

E por falar em pautas com foco no emocional, aqui, cabe uma atenção especial. Se antes, a saúde mental de nossos colaboradores era prioridade, com este cenário, a nossa atenção frente ao tema, redobrou. Afinal, como engajá-los diante de um panorama externo cheio de dúvidas e incertezas? Como bem fala, Leandro Teles, autor do livro, O cérebro ansioso, “tensão exagerada leva a baixa de rendimento, dificuldade de sentir prazer e incapacidade de estar tranquilo e pleno de si”. E era assim que muitas pessoas se encontravam. Engajá-las, de forma humanizada, com o olhar voltado ao que o mundo estava passando, era o nosso grande desafio inicial. Aliás, segue sendo, pois a pandemia ainda não acabou!

Mesmo com uma comunicação 360 graus, com frentes on e off – aqui, traduzo em murais, revista, newsletter, app, WhatsApp e embaixadores internos -, o meio mais forte apontava: uma mudança de cultura. Desde o ensinar a gerenciar uma rotina com dicas de reuniões eficazes, a promover ações que, mesmo à distância, emanasse a lembrança que, naquele negócio, ninguém estava sozinho e que a vida de cada pessoa era um valor inegociável.

Com esse intuito, um dos protagonistas desse movimento foram os líderes, que tiveram a oportunidade de aquecer o seu poder de “comunicólogos” e estreitar todas as técnicas obtidas na sua jornada no desafio desse papel. Assim, munidos de informações em primeira mão, o poder de cascatear estava na voz desse time. Independente do estilo de gestão, a necessidade de atuar com clareza e confiança tornaram-se o combustível para o alcance das metas.

Mas, o maior aprendizado desses últimos tempos nos mostrou que tudo está relacionado ao propósito, pois é o que faz as pessoas se movimentarem, porque acreditam no seu trabalho. E, pra quem tem um bastidor regado de propósito, o palco da vida se revela por meio de uma história contada, de um reconhecimento valorizado, de uma campanha que empodera, de uma estratégia traduzida em resultados ou de uma voz representada. 

Vale acordar. Vale pensar. Vale repensar. Vale buscar outros caminhos. Vale por gente! 

E, esse é melhor indicador. Levanta o número, faz diagnóstico… sim, mensurável! E o que toca? O que mexe? O que reflete? Não mensura, é valor!

Enquanto isso, sugiro não procurar respostas onde as bibliografias não respondem! 

Encontre o seu bastidor e agradeça com a certeza de que somos eternos aprendizes.

 

 

Mara Fernandes

Publicitária pela Estácio (FIC – CE), especialista em Propaganda e Marketing pela (UNI7 – CE), coordenadora de Comunicação Interna e Engajamento na Solar Coca-Cola