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Os mascotes e as marcas: o papel dos mascotes nos times de futebol

Por Victor Campos

30/08/2024 10h47

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Confira os mascotes que marcaram o futebol cearense e como eles são utilizados pelos times para alcançarem o público e garantiram seu lugar na memória dos cearenses.

No cenário esportivo cearense o futebol é mais do que um jogo, é uma paixão que une a comunidade, inspira gerações e representa um orgulho cultural profundo. Assim, os mascotes dos times locais desempenham um papel fundamental na construção da identidade e no engajamento das torcidas. Os times não são apenas conhecidos por suas conquistas em campo, mas também por seus mascotes, que se tornaram ícones culturais e símbolos de uma paixão regional inigualável.

Confira:

Ceará Sporting Club

O Ceará Sporting Club foi o primeiro clube do estado a adotar um mascote em campo e o personagem foi criado inspirado em Meton de Alencar Pinto, ex-presidente do clube, onde ele chamava carinhosamente os meninos que treinavam na categoria de base do time de “meus netinhos”. A brincadeira tomou maiores proporções e a molecada passaria a combinar os treinos com a expressão “lá no Vovô”, o que daria origem ao apelido que se transformou em mascote.

Foto: Acervo pessoal Ceará Sporting Club

Mas foi somente em 2008 que os torcedores que frequentavam os estádios puderam pela primeira vez acompanhar o personagem em campo. Desde então, o mascote do Ceará é figura recorrente em campo, sempre com irreverência, animando a torcida e garantindo a energia extra que move os jogadores em campo.

O mascote marca presença nos jogos, pode ser contratado para eventos e está presente nas ações do time, além de participar de campanhas internas do time que geralmente são veiculadas na Vozão TV e nas redes sociais do time. Toda a comunicação do time do Ceará é assinada pela equipe de marketing do time.

Confira o evento de lançamento da nova loja do time e dos uniformes do time de 2020 com a presença do mascote:

Fortaleza Esporte Club

O mascote “Juba” do Fortaleza Esporte Clube foi criado através da iniciativa de Sílvio Carlos, jornalista e ex-dirigente do time Tricolor, com o auxílio do jornalista Vicente Alencar, no final da década de 60.

O Leão foi escolhido inspirado na trajetória de dedicação dos atletas que passaram pelo Clube. A fibra do nordestino e a garra do leão foram as justificativas para que esse pudesse representar toda a força e tradição do Tricolor. Foi a partir daí que o Fortaleza passou a ser chamado de Leão.

E em 18 de outubro de 2020, na comemoração dos 102 anos do Fortaleza, foi criada a mascote feminina. A Nação Tricolor escolheu o nome de “Stella” em homenagem ao time que inspirou a fundação do Clube.

Os dois mascotes marcam presença nos jogos, podem ser contratados para eventos e estão presente nas ações do time, além de participar de campanhas internas que geralmente são veiculadas na TV Leão e nas redes sociais do time. Toda a comunicação do time do Fortaleza é assinada pela equipe de marketing do time.

Confira a campanha de 2023 do lançamento do manto Eiffel em homenagem a Alcides Santos, fundador do time que contou com a participação do “Juba em Paris”.

Confira também a campanha de lançamento da mascote ”Stella” no mês do Outubro Rosa em 2020.

Ferroviário Atlético Club

O “Tutuba” é o mascote do time do Ferroviário desde os anos 60, quando a sede do clube coral foi construída na Barra do Ceará e, coincidentemente, um Tubarão apareceu no encontro do mar com o Rio Ceará, próximo de onde existe a ponte que liga a cidade às praias de Tabuba, Icaraí, Cumbuco. Assim, os moradores da região associaram a chegada do Ferroviário no bairro à aparição do animal nas águas e, assim, desde então, virou o “Tubarão da Barra”.

A ideia de implementação do mascote no Ferroviário partiu de um torcedor chamado Márcio Meira, que se encantou com mascotes de outros times após uma viagem Brasil afora. Ele entrou em contato com Chateaubriand Arrais Filho, hoje diretor de marketing do Ferroviário, que gostou da ideia e o apoiou. Os dois bancaram os custos do próprio bolso na produção do mascote e implementaram a ideia. O nome “Tutuba” foi batizado por Evandro Ferreira Gomes, historiador do Ferroviário e também diretor do clube à época. De lá para cá, o “Tutuba” se tornou referência por sua alegria e carisma.

Como os outros mascotes, o “Tutuba” também marca presença nos jogos, pode ser contratado para eventos e está presente nas ações do time, além de participar de campanhas internas que geralmente são veiculadas na TV Ferrão e nas redes sociais. Toda a comunicação do time do Ferroviário é assinada pela equipe de marketing do time.

Confira a campanha e visitação do “Tutuba” com a equipe do Ferroviário ao SOPAI em 2022:

Rivais em campo, mas amigos do bem

Historicamente, os mascotes desses clubes não são apenas elementos visuais; eles são parte integral da cultura esportiva local. Desde as suas criações, essas figuras têm servido para unir as torcidas e intensificar o apoio durante os jogos, além de solidificar a presença das equipes na memória coletiva da região.

Além de sua função como símbolos de lealdade e entusiasmo, os mascotes ajudam a promover uma conexão emocional com o público, auxiliando em campanhas a favor da paz, de doações de sangue, órgãos e em apoio a instituições de acolhimento e cuidados.

Notamos que o papel dos mascotes em times de futebol vão além do campo esportivo, esses mascotes se tornaram símbolos da culturalidade e da identidade local, esses símbolos possuem um grande poder de impacto na comunicação e no marketing dos clubes, e no papel de informar e engajar a torcida. Mas para além disso, entendemos que eles possuem um importante papel social, que não só promove vitorias esportivas, mas cria uma conexão verdadeira com a comunidade.

É valido também citar mascotes de outros times cearenses como:

Guarany de Sobral: O mascote do Guarany é um indígena, que representa o patrimônio cultural e histórico da região onde o clube está localizado. O nome do mascote “Cacique do Vale” está ligado às origens indígenas do norte do Ceará.

Caucaia Esporte Clube: O mascote é uma Raposa, que simbolizar a estratégia e a habilidade em campo. A “Raposa Metropolitana” representa a astúcia e agilidade do time.

Crato Esporte Clube: O mascote é um Carcará, que refleti características como força, determinação e coragem. O “Azulão” homenagear a biodiversidade local e estabelecer uma conexão com o ambiente natural da região.

Crateús Esporte Clube: O mascote é o “Guerreiro do Poty” que simboliza força e robustez. O guerreiro representa a garra e o espírito competitivo do clube de Crateús.

Atlético Cearense: O mascote é uma águia, simbolizando visão e grandeza. A “Águia da Precabura” é uma representação da ambição e do desejo de voar alto no cenário esportivo.

Confira mais mascotes que evoluíram suas marcas no mercado local, no segundo episódio da série de matérias “Os mascotes e as Marcas” no link: Os mascotes e as marcas: como evoluíram e se firmaram no mercado local? – Portal Nosso Meio