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Parcelamento sem juros: entenda a discussão entre Abrasel e grandes bancos que foi ao Conar

Por Redação

12/09/2023 10h22

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Os dois lados do debate polêmico em torno de uma campanha publicitária feita pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes

Os bancos Bradesco, Itaú e Santander protocolaram na véspera do feriado de 7 de setembro um pedido de liminar ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) para que a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) retire do ar a campanha em defesa do parcelamento sem juros no cartão. Nas peças, a entidade chama a atenção para a intenção dos bancos de acabar com a competitividade do parcelado sem juros, no âmbito da discussão sobre o financiamento rotativo no cartão de crédito. Para Abrasel, as alterações no parcelamento sem juros traria perdas para os cidadãos, para o setor de comércio e serviços e para o país, em benefício exclusivo das instituições financeiras.

O documento assinado pelos bancos, afirma que a associação de restaurantes propagou informações falsas e que não contribuem para as discussões sobre o fim do parcelamento sem juros em compras. Santander, Bradesco, Itaú e Febraban (Federação Brasileira de Bancos) assinaram a representação que pedia a suspensão da peça publicitária. Confira os trechos da representação e da decisão do Conar.

“Uma associação como a Abrasel divulgar, sem qualquer cautela, informações mentirosas e sem qualquer fundamento demonstra que sua atuação está pautada em propagar pânico e inflamar os ânimos de toda a sociedade”, afirma o texto.

“A REPRESENTADA através de sua campanha publicitária fere frontalmente os parâmetros éticos mais basilares e fundamentais que devem nortear a atividade publicitária, transmitindo informações inverídicas, e explorando de maneira abusiva o medo e a falta de conhecimento dos consumidores”, complementa.

Com o título “Bancos querem aleijar parcelado sem juros“, a propaganda da associação foi publicada em 25 de agosto. O cartaz de divulgação mostra um senhor segurando uma maquininha de cartão. Relata que o fim da modalidade de compras prejudica o consumidor brasileiro.

No texto institucional que acompanha a imagem, a Abrasel chama as taxas de juros de “estratosféricas” e declara que “os bancos apontam o dedo para um vilão, que não são eles e sua ganância”. A entidade se manifestou sobre a liminar do Conar. Disse que o objetivo da propaganda era explicar de maneira clara como o fim do parcelamento sem juros poderia trazer riscos à competitividade de mercado. O presidente da associação, Paulo Solmucci, gravou um vídeo sobre o tema. Ele se dirigiu diretamente aos consumidores brasileiros.

As discussões sobre a restrição do parcelamento sem juros começaram depois que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu restrições ao crédito rotativo. Ele associou a modalidade de pagamento à inadimplência e deu um prazo de 90 dias para implementação da medida.

“Que o crédito vá direto para o parcelamento e que seja uma taxa ao redor de 9%. Quem não paga o cartão vai direto para o parcelamento”, declarou Campos Neto em sessão do Senado em agosto.

“Não é proibir o parcelamento sem juros, é simplesmente tentar que eles fiquem de forma disciplinada”, acrescentou.

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