História da administração, desafios e oportunidades na gestão de negócios são tópicos pontuados durante a palestra
“Governança Corporativa para as empresas” é o tema da palestra de Rafael Saldanha, Advogado especialista em Governança Corporativa, Estratégia empresarial e Negociações, e Sócio da R. Saldanha Advocacia Corporativa e da RSGovernance. O executivo trouxe ensinamentos sobre a história da administração e como os grandes líderes podem se comportar para executar uma ótima estratégia de governança corporativa.
Para explicar o que é uma empresa, Rafael conceitua o termo a partir de uma definição da literatura de administração espanhola, e uma imagem que faz referência a essa conceituação.
“Toda instituição tem três pilares: o propósito pelo qual ela existe, a estrutura e a motivação que fazem esse propósito ser seguido”, contou
Existem elementos que são indispensáveis para compreender a dinâmica constitutiva empresarial, Rafael elenca aspectos que devem ser considerados pelos líderes de empresa.
- Finanças corporativas: teoria do investimento
“A primeira coisa que qualquer pessoa tem que fazer ao começar uma empresa é se ela vai dar retorno e quanto vai dar em retorno em determinado período de tempo”, disse
- Governança corporativa: teoria de como os investidores proporcionam incentivos para os gestores e se relacionam com demais interessados ao entorno
“As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum”, pontua.
Para elucidar esses pontos, Rafael faz uma viagem pelos principais marcos e tendências globais percebidos acerca das demandas de governança corporativa.
“Nada evoluiu na administração quanto a prestação de contas e transparência das transações bancárias depois do 11 de setembro”, lembrou
Existem diversas cadeias de relacionamentos dentro de uma organização, e cada uma dessas deseja suprir um interesse. Rafael esclarece isso, pontuando quais são os principais integrantes das relações e quais os interesses:
- Shareholders: proprietários ou investidores
- Internos : órgãos de Governança e empregados
- Externos: credores, fornecedores, clientes
- Entorno: comunidades próximas, sociedade em geral, governos, associações civis, ONGS
“Existe uma série de interesse entorno do negócios, e quanto mais a empresa consegue se relacionar bem com cada uma dessas pontas, desde quem bota dinheiro dentro, até com quem recebe esse retorno na sociedade, melhor essa empresa tende a ir para o mercado”, explicou
“Quem joga isso aqui, joga o jogo melhor”, apontou
Rafael explica que existem determinadas esferas que não podem ser esquecidas na governança corporativa, para listar isso, ele trouxe um livro do José Rosseti e Adriana Andrade, que aborda a metodologia dos 8 P’s:
- Propriedade;
- Princípios;
- Papéis;
- Práticas;
- Pessoas;
- Perpetuidade;
- Propósitos;
- Poder.
“As empresas não sabem alinhar propósito, não sabem o que é valor. Valor é: eu tenho uma visão, e determinados valores e missões que fazem valer essa visão”, explicou
A perpetuidade de uma empresa é o que trabalha a durabilidade de determinado modelo de negócios, para isso acontecer, existem estratégias e tarefas a serem cumpridas para garantir que aquela empresa esteja alocada no mercado de trabalho. Confira a lista apresentada por Rafael:
- Ciclo de vida dos negócios (perspectiva de continuidade e expansão);
- Coesão e alinhamentos internos (harmonia entre os grupos societários);
- Direcionamento estratégico (consistente, claro, razoável e focado no longo prazo)
- Perspectivas promissoras de resultados (sustentabilidade de médio-longo prazo)
- Tratamento dispensado às questões-chave dos negócios e da gestão com ênfase em controles e no mapeamento e na mitigação de riscos.
- Comando da Administração por conselheiros dotados de capacidade técnica, abertura à escuta e à interação construtiva, com firmeza e equilíbrio na condução de questões estratégicas.
- Diretoria executiva conduzida por líder, ”campeão da causa”, com equipe motivada, comprometida e focada em resultados.
- Atenção ao tripé da sustentabilidade: econômico-financeiro, social e ambiental.
“Você precisa se entender que todo modelo de negócios é datado, mas quanto tempo vale o seu modelo?”, instigou
“Pessoas que não tem líderes inspiradores não duram”, complementou
Direcionadores estratégicos sãos os termômetros da dor do negócio no mercado, é o que explicou Saldanha ao apresentar uma linha do tempo da evolução desses direcionamentos ao longo da trajetória da empresa no mercado.
Os principais desafios dessa jornada, segundo Rafael, estão na justa medida à situação concreta; nos sócios e família, se esse for o caso; gestão; conflitos internos; estratégia e crescimento.
“Você tem que ajustar essa comparação de super alto nível para o seu negócio. Se alguém vende carros precisa olhar pra Fórmula 1, mas isso não diz que você precisa ser a Ferrari. O principal grau de comparação e inspiração, é saber se ajustar de acordo com a sua realidade”, destacou.
Rafael Saldanha:
Sócio da R. Saldanha Advocacia Corporativa e da RSGovernance. Advogado,consultor e conselheiro empresarial. Especialista em governança corporativa, estratégia e negociações. 15 anos de experiência em evoluções de empresas, com destacados cases em famílias empresárias.
Certificação CPC-F em compliance financeiro. Formação como Conselheiro Empresarial no PDC da Fundação Dom Cabral.
NM2B 2023:
Os dias 23 e 24 de agosto já estão marcados por uma programação cheia de conhecimento e insights provocados pelo encontro de alta gestão e criatividade, o Nosso Meio to Business, que acontecerá na Torre Norte do BS Design. A segunda edição do evento traz grandes nomes do mercado nacional para dentro de dois auditórios que serão movimentados simultaneamente, além de salas de mentorias para acompanhamento individual dos ingressantes.