Segundo a consultoria Think Work Lab em parceria com a HR Tech global Atlas aponta que cultura organizacional é o principal ponto de atenção para o setor no Brasil
Uma pesquisa realizada em dezembro de 2022, analisou 69 empresas brasileiras de todos os portes nos setores de serviços e indústrias para revelar os principais desafios na agenda dos líderes de RH para este ano, além das tendências e prioridades do setor.
Uma das conclusões é de que, com a digitalização e os formatos híbrido e remoto ganhando cada vez mais adeptos, 57% das empresas analisadas pretendem manter o trabalho híbrido ou remoto e 14% planejam ampliar o modelo. Apenas 17% das empresas afirmaram não ter aderido ao sistema online de trabalho.
Uma indicação de que as organizações brasileiras estão cada vez mais confortáveis com a mudança é a queda brusca na preocupação com a conciliação de modelos de trabalho: enquanto em 2022 o tema era o 5º mais prioritário para os respondentes, em 2023 houve queda de 10 posições.
Neste cenário, o fortalecimento da cultura organizacional se consolida como o maior problema para 35% dos entrevistados. Já a transformação digital do RH tornou-se um desafio ainda maior, saindo do 4º para o 2º lugar no ranking de preocupações na comparação com a edição de 2022. Das empresas participantes, quase um terço já iniciou a digitalização do RH e as ações avançam rapidamente.
“O uso de dados e de tecnologia na gestão de pessoas deve ser um capítulo à parte na agenda do RH. Fica claro que o RH precisa das ferramentas tecnológicas e dos indicadores para promover uma gestão de pessoas mais justa e flexível — como exigem os tempos atuais”, afirma Tatiana Sendin, fundadora e CEO da Think Work.
Graças aos desafios macroeconômicos, a diminuição de custos da área de RH virou uma prioridade e saiu de 25º lugar para a 13ª posição na comparação com a pesquisa divulgada no ano passado. A melhoria da comunicação interna também subiu 14 posições no mesmo período (de 26º para 14º), possivelmente indicando o ganho de importância do tema em um cenário de menos presencialidade.
Uma parcela de 59% dos entrevistados espera enfrentar desafios na busca por mão de obra em tecnologia em 2023. Há dois motivos principais apontados para isso: número insuficiente de profissionais no mercado e baixa qualificação dos profissionais existentes. A categoria em que a percepção de ausência de profissionais é maior é o setor de tecnologia: 56% dos gestores entrevistados afirmam se deparar com esse desafio. A alta liderança vem logo em seguida, com 34%. Já em termos de baixa qualificação dos profissionais existentes, os ramos mais afetados são a área de operações e produção (54%) e engenharia (37%).
O cenário é desafiador principalmente para as empresas que planejam expandir seus times em 2023, que representam 45% das organizações participantes do estudo. Neste contexto, a disposição para buscar soluções que qualifiquem a mão de obra existente no mercado ou que abram novas avenidas para a contratação de talentos – inclusive fora do Brasil – se mostram cada vez mais relevantes.
“Com o crescimento da tendência do anywhere office, que abre a possibilidade de acionar talentos em qualquer parte do mundo, as empresas brasileiras podem olhar para um cenário mais amplo de oportunidades”, pontua Adriano Araújo, Gerente Geral da Atlas para a América Latina. “Empresas com equipes internacionais tendem a ser mais diversas e, consequentemente, desenvolver produtos e soluções mais inovadores”, finaliza Maíra Gracini, VP de Marketing e Growth da Atlas para América Latina.