Hoje é comemorado o Dia do Orgulho LGBTQIA+, para quem ainda não sabe, a data marca uma marcha que aconteceu em 1969, onde um grupo de homossexuais se reuniu em Manhattan para protestar por direitos e contra a repressão da época.
De lá pra cá, 54 anos se passaram, a sigla cresceu, conquistamos o direito de casar, adotar filhos, garantimos o nome social nas carteiras de identidade, ocupamos cargos públicos, somos donos de empresas e… representamos 10% do PIB do Brasil.
São números muito expressivos. A comunidade movimenta por ano no país mais de 400 bilhões de reais e temos até 4 vezes mais disposição para o consumo que pessoas heterossexuais.
Além disso, gastamos 30% mais com viagens e lazer, de acordo com um estudo feito pela consultoria norte-americana Out Leadership. Somos 9% da população, ou seja, mais de 14 milhões de pessoas se consideram LGBTQIAPN+ de acordo com uma pesquisa feita pelo Datafolha a pedido da Havaianas.
Marcas como a Tiffany & Co, Apple, Google, Gol, GAP, Levis, Chanel, Burger King, Amazon são exemplos de empresas que se posicionam há décadas por sentirem a importância de incluir o público gay em suas campanhas e é claro, por perceberem a importância desses números para o mercado e isso se faz cada vez mais necessário, pois as gerações que se renovam querem, cada vez mais, consumir de empresas que se conectam aos seus ideais, estejam atentas às suas demandas e reproduzam mensagens de respeito e representatividade.
Durante esse mês principalmente, me perguntei quais eram as empresas em Fortaleza que me representavam como gay. Procurei outdoors, anúncios, conversei com amigos, esperei publicações em redes sociais e nada do que vi chegou ao menos perto do superficial.
Por que ainda é tão difícil para os empresários locais levantarem a bandeira da inclusão?
Além de reconhecer o LGBTQIAPN+ como público consumidor é preciso entender a importância social dessa visibilidade e não apenas no mês de junho, é necessário ter CONTINUIDADE. Gastamos nosso pink money diariamente em restaurantes, lojas, parques e em shoppings, onde nunca somos representados. E falo isso como um homem gay cis, que é o máximo que a publicidade retrata. Até marcas lideradas por LGBTS, não conseguem fugir desse padrão, se esquecendo das pessoas mais velhas, pretas, gordas, travestis ou fluidas. Essas são ainda mais apagadas das campanhas e é claro, da sociedade.
E que fique claro, que não queremos apenas banners, outdoors e posts, apesar de querermos, mas que o mais importante é que se compreenda que de nada adianta fazer uma publicação neste dia 28 de junho a fim de gerar engajamento e ser uma empresa que não tenha gestão voltada para essas pessoas, que não oportunize melhoras, que não acelere carreiras e que não compartilhe avanços na pauta do enfrentamento ao preconceito.
Tem que ser real e estar estampado nos muros.
Sem vergonha, com orgulho!
Sou Diego Gregório, comunicador, homem e sou o G da LGBTQIAPN+
Diego Gregório
Jornalista, assessor de imprensa e escritor. Trabalha com comunicação há mais de uma década e acredita que o agora precisa ser inclusivo.