Presenteísmo. Que sintoma é esse?

Por Redação

16/12/2022 09h00

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Presenteísmo é o ato de estar presente no local de trabalho, onde mesmo que o colaborador esteja dentro da carga horária estabelecida, não falte, porém, a sua atenção e pensamentos estão direcionados para outro lugar, ou seja, não há um interesse propriamente nas tarefas atribuídas a ele.

 

O hábito de ir todos os dias pode ser pela necessidade do seu próprio sustento, ou medo de perder o emprego e não conseguir outro, então ele acaba comparecendo, ainda que esteja somente de corpo presente. O presenteísmo traz prejuízos a empresa, ele afeta a produtividade, o bom desempenho e consequentemente atrasa o alcance dos objetivos de todos. Ele é um sinal de que a relação empresa e funcionários não está bem, mas, como todo relacionamento, pode ser melhorado através de algumas ações, revertendo muitas vezes a situação.

 

Mas vamos a pergunta que não quer calar? Como identificar o presenteísmo nos colaboradores? Procrastinação, acúmulo de tarefas, falta de interesse no desenvolvimento profissional, olhares constantes no relógio na busca por saber se a hora de ir embora se aproxima, isolamento social, desentendimentos mais frequentes, falta de participação nas reuniões tornando-as improdutivas e o não alcance das metas.

 

Claro que a empresa não pode ser a única responsável pelo presenteísmo do funcionário, fatores externos como a vida pessoal, podem influenciar nessa presença ausente, como por exemplo: problemas familiares, rompimentos nas relações amorosas, dificuldade financeira, doenças físicas ou problemas psicológicos sem diagnóstico e tratamento. Mas se pararmos para avaliar, ainda que os motivos do presenteísmo não seja responsabilidade exclusiva da empresa, se ela proporciona um ambiente acolhedor e é sensível às necessidades dos colaboradores, consequentemente ela pode evitar que possíveis problemas tomem maiores proporções.

 

O que pode causar o presenteísmo? Alta demanda: onde o colaborador realiza tarefas de modo excessivo, muitas vezes ultrapassando a sua função designada assim o deixando sobrecarregado; insatisfação com o cargo: nesse caso o funcionário sente que as responsabilidades e desafios não correspondem às suas expectativas de quando foi contratado, falta de flexibilidade, salários abaixo do piso da categoria, não identificação com a cultura, clima organizacional ruim: aqui pode haver assédio moral, que se caracteriza por violência moral, pessoal e psicológica no ambiente de trabalho, seja realizada de forma clara ou velada.

 

Algumas pesquisas realizadas, demonstram um índice significativo de insatisfação com o ambiente de trabalho e sinta-se instigado a refletir sobre os motivos abaixo:

 

40% planejam deixar o emprego nos próximos 6 meses

44% horas extras

45% falta de flexibilidade

46% consideram o trabalho muito estressante

51% burnout

53% dos trabalhadores se sentem esgotados

57% salário baixo

 

Fontes: Talk Space, McKinsey e Gallup

 

A prevenção é uma das formas mais eficazes para lidar com o presenteísmo. Quando existe um olhar mais atento e disposição para oferecer um apoio àqueles que passam por dificuldades e que muitas vezes não sabem lidar,  há maior probabilidade de evitar prejuízos futuros também para empresa como o absenteísmo, rotatividade, perda de tempo e gastos com demissões e novas contratações. É muito importante observar as condições de trabalho, qual o clima do seu setor? É um ambiente agradável? Fornece suporte ao colaborador através da ajuda, ainda que não seja solicitada de forma clara da parte dele? Existem formas de incentivar o seu grupo através do reconhecimento quando os objetivos são alcançados? Há uma procura pela pessoa quando ela demonstra comportamentos diferentes do comum? É fornecido uma escuta qualificada e acolhimento quando o colaborador procura o seu gestor expressando alguma dificuldade, problemas pessoais ou no trabalho?

 

A relação empresa e colaboradores é uma via de mão dupla, pois assim como ela precisa da prestação de serviço para alcançar os seus objetivos, o colaborador também tem as habilidades compatíveis para oferecer a ela, é uma troca, ambos precisam um do outro. A busca pelo equilíbrio entre vida pessoal e ambiente de  trabalho, não pode ser vista como algo ruim, ao contrário, quando existe limites bem estabelecidos e um ambiente de trabalho psicologicamente seguro, os colaboradores podem se sentir acolhidos, amparados, valorizados e deste modo incentivados a oferecer o melhor no seu desempenho, criatividade e comprometimento com a empresa, ou seja, todos saem ganhando de forma saudável.

 

Valdirene Souza

Psicóloga. CRP: 11/15338

Colaborativa
O Amar.elo é uma plataforma de saúde emocional que ajuda o RH na construção de um ambiente emocionalmente sustentável por meio da análise do ambiente empresarial, do cuidado com os colaboradores através da psicoterapia online e da psicoeducação por intermédio do Amarelo Academy, uma plataforma educacional própria com conteúdo desenvolvido por especialistas em saúde mental.