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Projeto Migma busca criar uma plataforma inteligente para investimentos em hidrogênio verde

Por Redação

06/08/2025 11h08

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À frente do projeto, estão as empresas Energo Soluções em Energias; BFA Assessoria em Finanças e Negócios; a Ceneged; e a HL Soluções Ambientais

A promulgação da Lei nº 14.948, que estabelece o marco legal do hidrogênio de baixo carbono, inaugurou as bases regulatórias para o desenvolvimento de sua cadeia produtiva, posição que já atraiu mais de R$188 bilhões em investimento para mais de 20 projetos de hidrogênio verde. No Nordeste, o hub de hidrogênio do Ceará desponta como exemplo pioneiro. Lançado em 2021, o projeto é fruto de uma articulação entre o governo estadual, a Federação das Indústrias do Ceará (FIEC), a Universidade Federal do Ceará (UFC) e o Complexo do Pecém (CIPP S/A). Desde então, 34 memorandos de entendimento foram firmados, dos quais quatro evoluíram para pré-contratos com empresas nacionais e internacionais.

Nesse contexto, um projeto busca criar uma plataforma inteligente para investimentos em hidrogênio verde, a Migma. A plataforma irá realizar o monitoramento de variáveis do mercado e recursos disponíveis em tempo real para definir a finalidade mais rentável ou eficiente da produção naquele momento. À frente do projeto, estão as empresas Energo Soluções em Energias; BFA Assessoria em Finanças e Negócios; a Ceneged; e a HL Soluções Ambientais.

“São quatro empresas cearenses que se uniram para desenvolver essa empresa maior. O Projeto Migma propõe um sistema integrado de produção de hidrogênio voltado para a geração de energia estável e a produção de metanol de baixo carbono. O sistema será operado por uma interface inteligente de monitoramento e controle desenvolvido para otimizar a eficiência dos processos, prolongar a vida útil dos equipamentos e maximizar a produção e as receitas. Essa otimização será baseada na análise contínua das variáveis de recursos disponíveis e nas condições dinâmicas do mercado”, destaca Adão Linhares,  presidente da Energo.

O projeto Migma pretende ter inicialmente 110 MW de eletrólise e deverá funcionar de forma contínua, 8500 horas por ano. O hidrogênio produzido será armazenado até que possa se decidir onde ele será usado, como gás para geração termelétrica, na produção de metanol, alimentação de células combustível ou para abastecimento do mercado local, essa decisão será tomada a partir da interface de monitoramento que buscará a maximização do projeto Migma. O projeto terá capacidade de 93500 Ton/ano de metanol, 760000 MWh/ano de energia elétrica de baixo carbono, e produção de 26000 toneladas/ano de hidrogênio a partir de reforma a vapor, terá capacidade instalada de 6MW para célula combustível e 6MW para armazenamento em bateria.

Hoje, estamos passando por um problema, a questão dos curtailments (cortes na geração de energia renovável no Brasil). Temos excesso de energia e ela está sendo jogada fora. Nesse cenário, se eu tenho uma usina de hidrogênio, eu devo produzir energia? Não. Nesse caso, o mercado está me dizendo que não é o momento ideal para a produção de energia. Agora, se o metanol a partir do hidrogênio verde está valorizado, vamos produzir mais metanol. Já se o hidrogênio está melhor de ser vendido do que o metanol e a energia, o ideal é produzir  hidrogênio. Então, o diferencial da Migma é o estudo de mercado. A plataforma consegue dizer o que é melhor para produzir agora. Importante ressaltar que a plataforma Migma pode atuar diferente de acordo com a região em que ele está. Ela é uma plataforma totalmente adaptável”, ressalta Adão Linhares.