Seja no supermercado, em uma loja de cosméticos ou em um restaurante, as pessoas têm se tornado cada vez mais atentas ao que consomem. Em um número mais específico, um levantamento da Nielsen apurou que 42% dos consumidores mudaram seus hábitos de consumo a fim de limitar seu impacto no meio ambiente, do ponto de vista social, econômico e ambiental.
Igualmente atentas às exigências do mercado, as empresas têm repensado seus costumes e políticas para se inserir nesse novo momento — de forma gradual, mas consistente. E há outras, entretanto, que já nascem com essa característica no DNA, como é o caso da GE Beauty, inaugurada em agosto no Shopping Iguatemi Bosque, em Fortaleza (CE).
Nascida em meio a pandemia, a marca da influenciadora e empresária Camila Coutinho levanta bandeiras relevantes: seus ingredientes são 100% naturais, veganos, têm embalagens recicláveis e não são testados em animais.
Além disso, a linha é composta por poucos produtos (que inclui shampoo, máscara condicionadora e alguns boosters), apresentando um conceito personalizado de cuidar dos cabelos, ao mesmo tempo que incentiva um uso consciente e equilibrado. Em um futuro próximo, a marca pretende oferecer a opção em refil e um programa de logística reversa, que possibilite o aproveitamento de embalagens.
De acordo com Coutinho, um dos pilares da GE Beauty é a sustentabilidade e, com isso, a preocupação genuína em preservar o meio ambiente e promover a educação ambiental. Da embalagem à composição, a linha de hair care convida suas usuárias a pensarem fora da caixa, não só em relação à beleza e ao cuidado, mas sobre responsabilidade socioambiental: “Marcas são muito mais que produtos, são conversas, e acredito que estamos abrindo uma conversa muito legal”, diz.
A GE Beauty chegou há pouco, mas há empresas que combatem o desperdício e promovem o consumo consciente há mais tempo. É o caso da rede de supermercados Mercadinhos São Luiz, responsável por realizar o maior evento de hábitos saudáveis do Norte/Nordeste, o Festival Costume Saudável, que em 2024 vai acontecer pela primeira vez junto com outro evento realizado pela marca, o Festival Costume Gourmet, em novembro.
Unindo conscientização sobre hábitos mais saudáveis e gastronomia, o evento chama atenção para a importância de descobrir e cultivar estas práticas, com atividades físicas e, principalmente, uma alimentação balanceada e consciente, reduzindo o desperdício.
Para realizar este festival, o São Luiz une forças com marcas que abraçam o mesmo propósito. Para este ano, já estão confirmadas as parcerias com Ambev, Trebeschi, Nestlé DPA e Merchan.
“Os festivais foram criados para proporcionar experiências, acesso a um conteúdo qualificado e apresentar possibilidades aos consumidores que buscam novidades e mudanças de hábitos. Os dois eventos apresentam tendências e ampliam a conexão com as marcas e com os produtos e, acima de tudo, fortalecem a confiança das pessoas com o próprio Mercadinhos São Luiz”, diz Ana Luiza Ramalho, diretora de Marketing do grupo São Luiz.
Mais nutrição, menos custos
Quem também vem contando uma história inspiradora e que contribui para mudanças de comportamento em prol de um consumo mais consciente é a Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco. Lá, os alunos aprendem a cultivar hortaliças, leguminosas e plantas alimentícias não convencionais (Panc).
O cultivo atende a uma demanda própria: os estudantes os utilizam nos pratos produzidos nos cursos ofertados, o que aumenta o potencial nutritivo, apoia a sustentabilidade e, por fim, auxilia na redução de custos.
Dentro da sala de aula, essas práticas são ainda mais expressivas. O chef e professor Luiz de França compartilha: “trabalhamos a gastronomia social, a sustentabilidade e a cultura alimentar de forma interligada, seja na cozinha, na panificação ou na confeitaria”.
Na escola, os insumos são 100% aproveitados — e mesmo o que vai para o lixo, passa por um processo de compostagem, servindo como adubo para as hortas agroecológicas internas. Nesse ciclo sustentável, os aprendizes também são ensinados a valorizar a cultura local: “priorizamos o respeito aos agricultores locais e a preservação dos saberes da gastronomia ancestral como forma de enaltecer nossa cultura alimentar”, destaca Luiz. Outra boa prática, que promove o consumo consciente, é a compra de peixes menos conhecidos na região do Titanzinho, apoiando pescadores locais.
A adoção desse estilo de vida tem impactos pessoais — na saúde, no bolso — mas também e, principalmente, na sociedade e no meio ambiente. A colaboração para formar uma consciência coletiva e sistêmica aproxima um futuro cada vez mais justo, equilibrado e promissor.