Por Ana Randal, gestora de marketing com mais de 20 anos de experiência, especializada em Branding, Marketing 360°, Growth e Digital; com passagem por empresas como 99 Tecnologia, Diageo e Uze
O mercado é extremamente dinâmico e precisamos estar atentos às oportunidades e ameaças. As mudanças de cenário exigem, muitas vezes, que as empresas se reinventem ou criem verticais de negócio, a fim de se manterem competitivas ou escalarem seu negócio.
Apenas como exemplo, na empresa em que atuo, nos deparamos com uma nova vertical de negócios e a adição de um público-alvo bem diferente, então tornou-se essencial mergulharmos na proposta de valor e promessas da marca.
Mas afinal, quem é o público-alvo? Quando temos diferentes verticais de negócio embaixo do mesmo guarda-chuva, é bastante comum perdermos a clareza de quem somos enquanto marca, então um projeto de rebranding permite que a empresa crie uma narrativa que ressoe com esses públicos, garantindo que a mensagem e os valores da marca sejam claros e atraentes.
Em mercados saturados ou com alta competitividade, a diferenciação é fundamental e o rebranding deve destacar as características que tornam a empresa única. Podemos considerar desde a mudança da logomarca, uma nova tagline, nova identidade verbal e visual, além de rever toda a estrutura estratégica da marca, como propósito, missão, visão e valores. Afinal, a cultura empresarial deve ser vivida, e não somente ficar estampada na parede.
Além de gerar awareness de marca, precisamos gerar “Consideração de Marca”, ou seja, é preciso ser considerado pelo cliente no momento da compra. Porém, para essa finalidade, somente a renovação da identidade visual não é o suficiente. O caminho passa por criar experiências, campanhas de marketing, estratégias de comunicação por meio de PR e creators, sempre com o objetivo de influenciar a percepção do consumidor.
Claro que não existe uma receita de bolo. É necessário entender quais estratégias são mais adequadas ao público-alvo, contexto, budget etc. Sempre que possível, é recomendado que seja realizada uma pesquisa de mercado para entender o que o consumidor está buscando. Mas se o budget estiver apertado, tanto grupos focais quanto conversas com as lideranças da empresa, clientes e prospects, ajudarão a identificar as fortalezas e fraquezas da marca e a pensar estrategicamente em como se posicionar.
Para que o rebranding seja bem-sucedido, todos os elementos e pontos de contato precisam estar alinhados e coerentes. Isso não só fortalece a identidade da marca, como constrói confiança e reconhecimento perante os consumidores. A consistência solidifica o posicionamento e facilita a construção de valor e relacionamento com os clientes.
Um dos pontos mais críticos de um rebranding é o alinhamento do tom de voz, já que precisamos ter consistência e implementar a maneira como a marca se comunica nos diversos pontos de contato, como redes sociais, site, atendimento ao cliente, campanhas, materiais promocionais, entre outros. O KV (Key Visual) também deve refletir essa consistência e garantir total alinhamento com a identidade verbal, a fim de que ambas (comunicação verbal e visual) transmitam a mesma mensagem.
O rebranding da marca não é apenas uma questão estética; é uma estratégia fundamental para a adaptação e crescimento em um mercado em constante mudança. À medida que as empresas exploram novas verticais de negócio, adicionam públicos-alvo e buscam diferenciação, a importância do rebranding bem planejado torna-se evidente.
Por meio da criação de uma identidade de marca consistente, diferenciada e alinhada, as empresas podem estabelecer uma presença forte e relevante no mercado, garantindo o aumento de share de mercado e sua posição no futuro.