Inovação

Recife forma nova geração de talentos digitais e impulsiona inclusão produtiva com políticas públicas de tecnologia

Por Redação

19/12/2025 10h40

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Programas como Embarque Digital, Residência Tecnológica e Porto+ criam uma política de formação de talentos em escala e consolidam Recife como referência nacional

Em apenas quatro anos, o Recife realizou um salto histórico na formação de profissionais de tecnologia. O conjunto de políticas públicas ligadas ao Porto Digital — que completa 25 anos como um dos mais relevantes distritos de inovação da América Latina — transformou a cidade em referência nacional em qualificação para o mercado digital, com impacto direto na renda, na inclusão produtiva e no acesso de jovens da rede pública às carreiras do futuro.

Tudo isso acontece em paralelo ao crescimento econômico do Porto Digital, que reúne mais de 475 empresas, 21,5 mil profissionais e registrou R$ 6,2 bilhões de faturamento em 2024. “Formar pessoas é o que sustenta o Porto Digital. A educação é o motor da inovação e o que garante que esse ciclo seja realmente inclusivo”, afirma Pierre Lucena, presidente do Porto Digital.

De acordo com dados recém-publicados pelo Novo Caged (MTE), iniciada em 2020, o emprego formal em funções de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no Recife retomou uma aceleração notável na geração de vagas, sustentando o dinamismo até o presente momento. Nos últimos 12 meses, foram criados mais 1.289 postos de trabalho com carteira assinada em Recife, sendo 1.054 apenas em 2025. Em Pernambuco, o total de empregos formais em funções TIC já soma 13.535.

O Embarque Digital é o principal exemplo dessa virada. Criado em parceria com a Prefeitura do Recife, o programa já formou 785 estudantes em cursos superiores de tecnologia — 527 homens e 256 mulheres — distribuídos em quatro turmas completas, e mantém 973 alunos ativos, sendo 636 homens e 330 mulheres. Somados, representam 1.758 jovens que ingressaram ou avançaram no ensino superior em TI por meio de uma política pública gratuita, de alta qualidade e com foco na empregabilidade, e hoje, tem uma das maiores bases qualificadas do país.

O impacto social é evidente. A pesquisa de empregabilidade entre estudantes do Embarque Digital mostra que 509 egressos já estão trabalhando na área, o equivalente a 65% de inserção produtiva apenas nos primeiros ciclos do programa. A maioria desses jovens é a primeira geração de suas famílias a ingressar no ensino superior e vem de bairros periféricos, reforçando o papel do programa na mobilidade social. Entre os estudantes, 45% relatam dificuldade de acesso à internet e 51% são de famílias sem histórico de ensino superior, o que evidencia o alcance da política pública.

“O Embarque Digital é a maior política pública de formação em tecnologia do Brasil. Ele não só prepara profissionais para uma das áreas que mais cresce no país, como muda vidas, amplia renda e cria horizontes novos para jovens que antes tinham poucas oportunidades. Nosso compromisso agora é ampliar ainda mais esse impacto, devolvendo à cidade profissionais capacitados que contribuam diretamente para o crescimento e desenvolvimento do Recife”, reforça Pierre Lucena, presidente do Porto Digital.
 
Entre as ações de formação, a Residência Tecnológica se destaca. O programa do Porto Digital conecta estudantes de instituições de ensino superior parceiras ao mercado desde os primeiros semestres. A integração curricular permite formar profissionais em escala, com experiência prática e alinhamento às demandas das empresas do ecossistema. Esse modelo colaborativo, raro no Brasil, aproxima a educação da economia real e reforça a inclusão no setor de tecnologia.

O Porto+ é outra iniciativa de inclusão produtiva. O programa atende a um público diverso e específico, incluindo pessoas trans, neurodivergentes e outros grupos historicamente sub-representados, garantindo que todos tenham oportunidades reais de desenvolvimento profissional. As pessoas participantes têm acesso a cursos de ensino superior gratuitamente em parceria com a Faculdade Senac.

Com novas trilhas planejadas em inteligência artificial, ciência de dados e segurança cibernética, além de integração com centros internacionais, o Recife aprofunda uma estratégia de longo prazo que transforma capital humano em desenvolvimento econômico. “A cidade está criando um modelo que integra tecnologia, educação e inclusão. Isso garante que o futuro da economia digital não fique concentrado, mas seja distribuído e acessível. É assim que construímos o futuro”, conclui Pierre.