16ª edição

Recrutamento e Seleção | Do anúncio da vaga ao onboarding

Por Redação

07/07/2025 17h38

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Com alinhamento entre propósito, cultura e comunicação, talentos certos são atraídos e relações profissionais duradouras se sustentam

O ambiente organizacional vem passando por uma mudança silenciosa e profunda. Além de um bom pacote de benefícios e uma remuneração justa, profissionais, principalmente os das novas gerações, estão procurando empresas com quem possam se vincular de forma autêntica.

A prioridade, agora, é fazer parte de um negócio cujos valores conversem com os seus, com práticas alinhadas ao discurso institucional e onde o propósito não represente apenas uma frase bonita na parede. Assim, a congruência entre esses pilares se tornou não apenas desejável, mas indispensável para atrair as pessoas certas.

Segundo o estudo 2025 Gen Z and Millennial Survey, da companhia global Deloitte, que entrevistou 23 mil participantes em 44 países, parte da Geração Z e dos millennials — que ocuparão 74% da força laboral mundial até 2030 — estão menos preocupados em chegar à liderança e mais com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, desenvolvimento contínuo e impacto positivo.

Em outras palavras, a conexão com o local escolhido para trabalhar virou um critério decisivo de escolha e permanência. Além de pesquisas como essa, as próprias empresas atestam isso no dia a dia: quando há sinergia entre o que dizem e o que fazem, a performance e o engajamento são mais expressivos.

O Grupo Marquise, por exemplo, investe em uma estratégia de marca empregadora reconhecida pela valorização das pessoas desde o primeiro contato. “Fortalecemos práticas internas que ultrapassam os muros e levam o nome da empresa como um bom lugar para se trabalhar, sob o olhar de quem verdadeiramente conhece os valores do grupo”, explica Ludmilla Moniz, coordenadora de Atratividade, Clima e Saúde Integral do Colaborador na empresa. No grupo, segundo ela, há programas voltados para socialização, desenvolvimento, saúde integral e reconhecimento, permeando toda a jornada do funcionário.

Discurso e prática alinhados

Essa coerência também se vê no Riomar Fortaleza, uma das empresas do Grupo JCPM. Kássia Sales, coordenadora da área de Gestão de Pessoas, afirma que o propósito está diretamente relacionado à promoção da responsabilidade social e qualidade de vida, abrangendo não somente colaboradores, mas também a comunidade do entorno — até porque, em muitos casos, trata-se do mesmo público.

A gestora explica que os processos seletivos acontecem em parceria com o Instituto JCPM, cuja atuação é focada na capacitação e inserção profissional dos jovens que moram nos bairros adjacentes. “Somos reflexo do que falamos, e isso se reflete em como fazemos”, completa. Após aprovação, o processo de onboarding reforça a cultura, os benefícios que abrangem a família e o crescimento contínuo, fortalecendo a conexão entre o discurso e a prática.

Além destes, a comunicação é pautada na escuta ativa e, principalmente, no respeito. No Grupo Marquise, os feedbacks individualizados são um dos diferenciais, e englobam os candidatos não aprovados também. De acordo com Ludmilla, essa conduta não só beneficia a reputação da organização, mas contribui para construir uma experiência positiva para quem entra (ou tentou entrar). Afinal, cada etapa do processo é uma oportunidade para demonstrar que a empatia faz parte dos valores defendidos e vividos.

Avaliando o que dá resultado

Empresas que estão atentas às novas exigências e necessidades têm a ganhar e, principalmente, economizar. De acordo com o relatório Diretrizes sobre Saúde Mental no Trabalho, publicado pela Organização Mundial da Saúde (2022), a depressão e ansiedade custam US$ 1 trilhão anualmente à economia global. Em tempo, são 12 bilhões de dias de trabalho perdidos. A atenção à saúde mental — e o investimento correspondente — se tornou um diferencial competitivo e vem demonstrando que o bem-estar é encarado de maneira ampla.

Então, como medir se tais estratégias estão dando certo? No Riomar Fortaleza, de acordo com Kássia Sales, as pesquisas de clima, os feedbacks trimestrais e os encontros com a gestão auxiliam na captação dessa percepção. Esse acompanhamento contínuo permite ajustes na cultura, deixando claro que o propósito não é estático, porém adaptável e dinâmico.

A construção de conexões reais entre profissionais e empresas resulta de ações intencionalmente executadas em cada fase da jornada do colaborador, contemplando atração, seleção, retenção e até desligamento. Dessa forma é possível ter uma identidade plenamente vivida, que reflete o que a companhia acredita no dia a dia, através de sua conduta.

Quando propósito, cultura e comunicação estão alinhados, o clima fala por si: o ambiente é saudável, os times são engajados e a marca se posiciona bem no mercado — retendo quem faz parte e atraindo quem quer fazer.