Recrutamento & Seleção | Caminhos para um RH estratégico: Inteligências Artificiais e a otimização dos processos
Por Redação
18/09/2023 14h25
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Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e em constante evolução, o departamento de Recursos Humanos enfrenta o desafio de se reinventar
A inteligência artificial (IA) é uma peça-chave na otimização de processos em diversas áreas do conhecimento e do mercado de trabalho, com os Recursos Humanos (RH) não é diferente. Um estudo da consultoria Deloitte, publicado em 2022, revelou que 54% das empresas brasileiras estão usando inteligência artificial para automatizar tarefas de RH. Isso é um dos exemplos que destaca a importância da IA na modernização dos departamentos.
De acordo com um estudo da Gartner, “70% das tarefas de RH serão automatizadas por IA até 2024”. Isso significa que os profissionais de RH poderão se concentrar em tarefas mais estratégicas e de alto valor, como desenvolver a cultura organizacional, além de atrair e reter talentos.
Para Andréa Nogueira, Diretora de Gente, Gestão e Sustentabilidade na M. Dias Branco, essa transformação é notável.
“As tecnologias são, hoje, fundamentais para que as empresas consigam chegar naquele perfil que é necessário para determinado cargo. Então, não é mais o tempo onde nós esperamos que alguém venha buscar a empresa e tenha aquelas características que buscamos. Esta é uma mudança na qual o empreendimento passa a ser o protagonista neste processo. E essas novas possibilidades tecnológicas são um caminho acelerador de captura do candidato mais aderente ao negócio”, enfatiza.
No entanto, a gestora aponta que estas ferramentas não substituem o profissional de recrutamento, mas podem otimizar algumas tarefas, dependendo do grau estratégico.
“Ao realizar uma seleção para cargos mais operacionais, a tecnologia ajuda em mais etapas deste processo. Agora, quanto mais estratégico for o cargo, mais etapas, contatos e redes de relacionamento precisamos agregar para avaliar se o profissional possui os requisitos mais sofisticados, à medida que a natureza do cargo se torna mais estratégica”, detalha Andréa.
O “fit cultural” e a formação humana
Jorge Jubilato, Diretor Presidente do Instituto Mutare, complementa que cada marca tem sua alma própria, e isso insere mais uma variável para uma boa contratação.
“Você pode pegar quaisquer empresas, de quaisquer segmentos, e nenhuma é igual a outra. Até mesmo um supermercado, que tem uma estrutura padrão com caixa, hortifruti, açougue e etc., não é igual a um outro que fica ao lado. Aí entra um ponto fundamental da seleção: a cultura”.
O especialista explica que algumas técnicas, na maioria das vezes, podem ser ensinadas, mas o modo como cada indivíduo enxerga o mundo e, consequentemente, a empresa, é bem mais difícil de se alterar. Além de que, em mercados como o varejista, o funcionário costuma ser o primeiro ponto de contato e, também, o diferencial que agrega – ou não – na fidelização do cliente.
“A maioria dos itens de varejo podem ser encontrados em múltiplos locais, mas o consumidor consome no seu estabelecimento por conta daquele funcionário que o atende bem. Isso é diferencial competitivo”, aponta.
É nesse contexto onde, mais uma vez, as tecnologias aplicadas têm se tornado ferramentas de resolução, como elucida o também fundador do Instituto Mutare.
“Hoje existem plataformas que facilitam muito a implementação do conceito de faculdades corporativas dentro das empresas. Ou seja, cada marca agora pode, se utilizando destas ferramentas, aplicar uma formação complementar, aplicada ao trabalho que, normalmente, as instituições de ensino não costumam trazer”, explana Jorge, que ainda completa: “Ao fim desse processo, a empresa ganha um funcionário alinhado à sua cultura e que possui os pré-requisitos técnicos em dia”.
Seleção virtual?
As plataformas online, como Gupy e Vagas.com, tornaram-se parceiras valiosas para o RH. Elas oferecem alcance e eficiência na divulgação de vagas e na triagem de currículos. Um estudo da consultoria de recursos humanos Robert Half, publicado em 2022, revelou que 84% das empresas brasileiras usam, em algum nível, ferramentas como essas. O estudo também apontou que as plataformas são mais usadas para recrutar profissionais de tecnologia (93%), marketing (88%) e vendas (86%).
Especialmente para as grandes marcas, estas plataformas são indispensáveis, como explica Andréa Nogueira.
“Todo o nosso processo de seleção hoje, na M. Dias Branco, acontece por meio da Gupy. E estamos registrando uma experiência muito gratificante nos últimos dois anos. Essas ferramentas, no geral, ampliam nossa capacidade de alcançar candidatos qualificados “, comemora a gestora, que aprova a utilização das tecnologias, mas ressalta que a decisão final sempre vai ser do humano.