Eventos como a Gramado Summit reverberam, mesmo após o encerramento da programação oficial. Em parte, porque a bagagem de conteúdos e networking nos acompanha, no retorno pra casa e pra rotina de trabalho. O formato summit é intenso e tem seus altos e baixos, provocando reflexões sobre o universo da inovação, nas diferentes frentes apresentadas. Inovação e gente deram o tom das discussões. E isso, em minha avaliação, é extremamente positivo.
Mostrar soluções em inteligência artificial, como a que a Adobe apresentou, ou se preocupar em otimizar redes sociais, como o LinkedIn, para se portar profissionalmente na web, como algumas palestras trouxeram, em nada faz sentido se não houver conexão com as pessoas. Parece discurso comum, eu mesmo defendo essa linha de raciocínio, mas validá-lo coletivamente a partir do que pensam marcas expressivas, é muito interessante. Destaque, neste aspecto, à programação do palco Share.
Diferentemente do palco principal, com palestrantes de “renome”, que nem sempre garantiram conteúdo para além da performance e do viés institucional, o Share trouxe discussões sobre produção de conteúdo e comportamento de consumo muito interessantes. Um exemplo foi a palestra de Dado Schneider. O doutor em Comunicação pela PUC/RS, professor, escritor e palestrante nos presenteou com uma fala rica sobre gerações.
As discussões sobre ser e ter, parecer e aparecer se somam, na visão dele, ao aumento da expectativa de vida. Das gerações que valorizam um passo de cada vez àquelas que se movimentam em espiral, há muito o que se falar sobre maturidade, relação com o trabalho e a tardia saída da casa dos pais. Entender isso é fazer comunicação mais assertiva.
No palco principal, destaque para a palestra de Washington Olivetto. Vê-lo tão produtivo, com uma terceira temporada de podcast e uma pós-graduação, foi ótimo. Vê-lo apresentar de maneira contextualizada seu portfólio e outras campanhas admiradas por ele, mesmo sem terem sua assinatura, é pensar sobre um processo que parte das boas ideias à execução delas. É processo criativo na veia.
Pra mim e pra Caramelo ver tudo isso e ainda estabelecer conexões in loco com marcas e profissionais foi incrível. É fortalecimento de networking e posicionamento. É mostrar o Nordeste, tendo a parceria significativa do Nosso Meio. Mas é, acima de tudo, a possibilidade de ampliar repertório. E não há nada mais importante para qualquer comunicador, como eu, do que o que se carregada na bagagem.
Paulo Jr. Pinheiro
Diretor da Caramelo Comunicação