O mundo corporativo precisava de mudanças e podemos dizer que a pandemia foi um forte impulso para que essa transformação se consolidasse em todo o planeta. O RH é uma área extremamente poderosa e estratégica dentro de uma organização e sem ela, o mercado de trabalho certamente não existiria da forma que conhecemos.
Os últimos anos foram uma montanha-russa para muitas empresas, mas como resultado, o setor de Recursos Humanos se tornou mais resiliente. As mudanças globais redefiniram o RH e trouxeram atualizações em um nível que não víamos há anos.
Sem um manual pré-existente para lidar com uma crise global, as empresas recorreram aos líderes de RH para ajudá-los e orientá-los na incerteza – e eles assumiram o papel. De acordo com a HRD Connect, 72% dos gestores de Recursos Humanos disseram que a crise aumentou o valor e a compreensão mais ampla de seu papel nas organizações, e 59% afirmaram que a pandemia permitiu que eles se tornassem mais visíveis e influentes. Para reforçar os números, 60% dos funcionários alegaram que notaram mudanças positivas no papel do setor, e que adotaram posturas mais estratégicas e foco total nas pessoas.
Então, o que o futuro do RH reserva para o mercado de trabalho?
1. O RH deverá focar nas experiências dos funcionários
Os trabalhadores querem mais, e essa tendência irá permanecer pelos próximos anos. Ainda hoje, as expectativas dos colaboradores em relação ao seu trabalho vão muito além do pagamento e remuneração. Mais da metade dos funcionários querem melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Eles desejam ser valorizados e vistos como seres humanos e querem sentir que estão fazendo a diferença no mundo como parte de uma organização que realmente os valoriza e respeita.
Até 2030, espera-se que os estilos de trabalho continuem mudando significativamente, como resultado, em grande parte, impulsionado pela Geração Y. De acordo com uma pesquisa da Gupy, os millennials se tornaram o maior grupo populacional do planeta entre 2019 e 2020, são cerca de 34% da população mundial e 70% do mercado.
Essa geração pode ser um dos principais motivos pelas mudanças no setor de RH e no mercado de trabalho. A personalidade dos millennials é diferente de qualquer outra geração, principalmente quando se refere ao serviço.
Outro ponto importante dos millennials é que possuem a autoestima elevada e não veem problemas em ter que enfrentar hierarquias para impor suas ideias. Esses profissionais não aceitam qualquer tipo de trabalho pois prezam muito mais por qualidade de vida do que por uma carreira de sucesso.
Isso significa que as empresas que prezam por profissionais altamente capacitados e bem-informados, devem investir em mudanças para alcançar o futuro do RH e conseguir captar os talentos desses profissionais.
2. Automação de RH significa libertação
Tarefas rotineiras e complicadas do setor serão produzidas pela automação, permitindo que os especialistas se concentrem em afazeres mais gratificantes, como estratégia, liderança e crescimento organizacional. A tecnologia já está disponível hoje, mas nem todas as empresas aproveitam o potencial que o RH automatizado oferece, então, acredita-se que nos próximos anos as ferramentas de automação irão ganhar ainda mais espaço no mercado.
De acordo com uma pesquisa da Sage, 40% dos líderes de RH admitem que estão muito ocupados cuidando da papelada administrativa. Com a automação desses processos burocráticos, o setor poderá assumir uma função mais estratégica para os negócios alcançando os progressos do futuro.
Para empresas que querem se manter competitivas no mercado de trabalho, a automação do RH é essencial. Implementar tecnologias para fazer o serviço burocrático dará mais liberdade para os profissionais do setor investirem em metas, objetivos e no desenvolvimento da equipe.
Um exemplo disso é a automação da folha de pagamento. Apesar de ser um recurso abrangente e que auxilia o RH a otimizar grande parte do tempo em suas atividades, essa tecnologia ainda é pouco explorada pelas corporações.
3. Diversidade, inclusão e sustentabilidade precisam fazer parte do escopo do RH
Esses três pilares devem significar muito mais do que apenas palavras “populares” entrelaçadas em uma estratégia de RH. Ainda segundo a pesquisa da HRD Connect, 70% dos candidatos a emprego dizem que querem trabalhar em uma empresa que demonstre forte compromisso com diversidade, inclusão e sustentabilidade.
Criar um local de trabalho igualitário é a coisa certa a se fazer, e essa mudança não precisa ser instaurada nos próximos anos, podemos começar agora. A Geração Y está dominando cada vez mais a força de trabalho e eles esperam que as empresas tenham uma atitude mais séria em relação à igualdade, diversidade e inclusão, e sejam mais flexíveis e adaptáveis às modificações.
De acordo com uma pesquisa da organização WeForum, até 2025 cerca de 75% da força de trabalho global será comporta por millennials – o que significa que esse grupo ocupará a maioria dos cargos de liderança na próxima década.
Esses três tópicos são os mais esperados para o futuro do RH nos próximos anos. Para se manter em um mercado tão amplo, as empresas precisarão evoluir essas questões da forma mais rápida possível, se quiserem conquistar a confiança de profissionais qualificados e exigentes.
RH deve acompanhar mudanças
Assim como o futuro do RH está sendo decidido pelas mudanças sociais e comportamentais do planeta, o RH do futuro deve acompanhar essas modificações de forma ágil e responsável para que consiga implementá-las dentro da empresa.
O RH deve ser impulsionado pelo valor humano e enxergar cada colaborador como um funcionário único. A força de trabalho moderna exige espaço para crescimento pessoal e flexibilidade para expor suas ideias, isso requer uma abordagem proativa à experiência e satisfação dos profissionais.
Para iniciar esse processo, será preciso utilizar estratégia, fator humano e um conjunto de ferramentas tecnológicas. Portanto, o RH do futuro é também o futuro do RH.
Paulo Oliveira
Gerente de Marketing da Apdata