Na loja, os clientes encontram mais de 250 peças artesanais, como itens decorativos de Natal
Após passar pelo shopping RioMar Fortaleza, o artesanato produzido pelas mãos habilidosas dos internos da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado do Ceará ganhou um novo
espaço. Dessa vez, o trabalho, fruto de reinserção social, passa a ser comercializado em uma loja no RioMar Kennedy. O espaço funcionada de segunda a sábado das 10h às 22h e domingo das 13h às 21h, no Piso L2, próximo à C&A.
No local, os clientes podem conferir mais de 250 peças confeccionadas pelos internos de nove unidades responsáveis pela produção dos artigos. Produtos como almofadas de chita, mochilas de patchwork, jogos americanos de vagonite, peças em ponto cruz, bolsas de macramê e de crochê estão disponíveis
à venda no local. Além disso, também é possível encontrar peças decorativas produzidas através do reaproveitamento de resíduos têxteis como matéria prima. São artigos como conjuntos de mesa, tapetes, panos de limpeza, painéis de parede, porta guardanapos, chaveiros e bancos.
O secretário da Administração Penitenciária e Ressocialização, Mauro Albuquerque, comemora o novo espaço.
“Mais um avanço. Sistema avançando cada vez mais, com novas parcerias e sinergia. O nosso
artesanato é uma arte. Cada peça é única. Essa loja vai nos ajudar a incentivar e investir ainda mais nos projetos de ressocialização no sistema prisional. Essa parceria, não só ajuda as pessoas privadas de liberdade a terem uma capacitação profissional, mas também a transformá-los em pessoas melhores para o retorno à nossa sociedade”, disse.
O superintendente do RioMar Kennedy, Patrick Garcia, comenta sobre a parceria.
“Contar com a loja dos Programas Arte em Cadeia e Reciclarte no RioMar Kennedy é importante para o nosso mix, uma vez que traz produtos resultantes de um trabalho artesanal talentoso. Além de contribuir
para o processo de ressocialização dos internos do Ceará”, conclui.
As habilidades artesanais dos internos são incentivadas através do projeto “Arte em Cadeia” como forma de ocupação, remição de pena, capacitação profissional e geração de renda. O projeto possui a participação de 400 internos na produção, onde nove unidades são beneficiadas. No total, são confeccionadas 2000 peças por mês e distribuídas em três pontos fixos de vendas: Emcetur, Unidade Prisional de Triagem e Observação Criminológica (UP-TOC) e Unidade Prisional Feminina Desembargadora Auri Moura Costa (UPF).
Neste projeto, além de aprenderem uma nova profissão, recebem o benefício da remição de pena que garante ao interno um dia de pena a menos a cada três dias de trabalho.
Os recursos arrecadados com a comercialização das peças são depositados no Fundo Rotativo do Sistema Penitenciário Cearense – FUROPEN, criado pela Lei Estadual n° 17.610, de 6 de agosto de 2021, nos
quais são utilizados para manutenção dos estabelecimentos prisionais e para atividades de reinserção social da população carcerária.
A arte nas unidades prisionais contribui para o processo de humanização e ressocialização dos internos através dos trabalhos diversificados oferecidos pela Secretaria da Administração Penitenciária
e Ressocialização. O artesanato tal como outras atividades existentes dentro dos presídios tem reflexo transformador.
Além do projeto “Arte em Cadeia”, a Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso também desenvolve o “Reciclarte”. Este projeto teve início na Unidade Prisional Francisco Hélio Viana de Araújo
(UP-Pacatuba) e é desenvolvido pela artista plástica Socorro Silveira.
A iniciativa visa implementar uma nova dinâmica de oficinas de trabalho, com a reutilização de resíduos têxteis doados pela empresa Malwee, instalada no sistema prisional, especializada na confecção
de peças de vestuário. Os internos são capacitados em várias técnicas de reaproveitamento de materiais recicláveis em suas criações, com foco na sustentabilidade e na promoção da arte a partir da utilização de materiais menos convencionais.