Como a rede social e os seus usuários podem ser impactados pelo novo dono
Na última segunda-feira (25), Elon Musk realizou a compra do Twitter pelo valor de aproximadamente 215 bilhões de reais. O empreendedor pretende tornar a rede social uma companhia de capital fechado. Antes disso, no início de abril, o empreendedor adquiriu 9,2% da empresa, o equivalente a R$ 13 bilhões em ações. Porém, esse interesse existe desde 2019, quando o empreendedor observou a ausência de um botão de edição na plataforma.
As inquietações do empreendedor não pararam por aí. O formato atual da plataforma com limite de 280 caracteres também foi questionado por Musk, usuário assíduo da plataforma.
No Twitter, o empresário comentou que “minha conclusão mais imediata dessa novela é que o Twitter está muito atrasado para tweets longos!”.
Além da formatação, outra questão é motivo de indagações para o empresário. Para Elon Musk a liberdade de expressão é a base de uma democracia e a rede social é uma praça digital onde os assuntos mais relevantes são debatidos.
“Espero que até meus piores críticos permaneçam no Twitter, porque é isso que significa liberdade de expressão”, twittou Musk.
Sobre o algoritmo da rede social, Musk indicou que planeja torná-lo um algoritmo de código aberto. Isso significa que tornará disponível para o usuário a visualização online de como a rede social funciona, evitando qualquer tipo de manipulação.
“Quero tornar o Twitter melhor do que nunca, aprimorando o produto com novos recursos, tornando os algoritmos de código aberto para aumentar a confiança, derrotando “bots” (robôs) de spam e autenticando todos os humanos”, afirmou o empresário.
A partir disso, torna-se evidente a intenção de Musk em colocar a liberdade em primeiro lugar. Mas, até que ponto isso pode ser preocupante? Segundo Reuters, agência de notícias britânica, foi percebido uma certa preocupação por parte dos integrantes da plataforma.
Essa inquietação dos colaboradores do Twitter é gerada pela possibilidade do empresário em influenciar nas modificações das diretrizes da rede social, permitindo que a plataforma seja um ambiente propício a publicação e compartilhamento de discursos de ódio.
Portanto, as diretrizes de publicação das redes sociais existem com o objetivo de filtrar possíveis publicações que incitam ao ódio e preconceito, funcionando também como uma potente ferramenta no combate a fake news. Segundo o filósofo Foucault, em sua obra “Vigiar e Punir”, a construção de um sujeito dócil é possível apenas por meio de ‘processos disciplinadores’. Mecanismos que auxiliam na construção de uma consciência guiada pelas regras e normas de uma sociedade, que preza acima de tudo pela paz.
Essas possíveis movimentações na plataforma geram nos usuários a expectativa de transformações no propósito de existência da rede social, podendo tornar-se um ambiente sem lei em que o descontrole se propague.
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