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Saúde mental é pauta obrigatória para as empresas

Por Redação

17/09/2024 10h54

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Por Adriana Isidio, Gerente de Marketing e Comunicação da Vetor Editora

Em 2019, a OMS determinou a importância de notificar casos de doenças relacionadas ao trabalho como parte de um esforço global para melhorar a saúde ocupacional e a segurança dos trabalhadores. Essa medida foi implementada para garantir que as doenças ocupacionais, muitas vezes subnotificadas, recebam a devida atenção e tratamento, além de permitir a adoção de políticas de prevenção mais eficazes.

Em 27 de março de 2024, foi sancionada a Lei 14.831 que instituiu o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental. Essa certificação, concedida pelo Governo Federal, visa reconhecer e valorizar as empresas que demonstram um compromisso concreto com a saúde mental de seus colaboradores. Para obter o certificado, as organizações precisam adotar e implementar ações efetivas que promovam o bem-estar psicológico e a saúde mental no ambiente de trabalho.

O Setembro Amarelo, campanha de prevenção ao suicídio, é fomentado no Brasil desde 2015 e tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre o suicídio e evitar o seu acontecimento.

Abordada já há algumas décadas por algumas empresas, a saúde mental é uma temática que vem se fortalecendo a cada dia e, graças a movimentos como os acima citados, evidencia a necessidade de ações constantes que tenham como foco o cuidado com o bem-estar psicológico no ambiente de trabalho, refletindo na crescente conscientização sobre a importância de um ambiente corporativo saudável e sustentável.

É indiscutível que a saúde mental seja abordada em todos os níveis da organização e não apenas na área de gestão de pessoas. No entanto, sabemos que ainda é desafiador implementar e integrar programas eficazes ao cotidiano das empresas, devido à pressão constante por metas e resultados.

Os dados sobre depressão, burnout e outras doenças mentais que podem levar ao suicídio são alarmantes. No Brasil, o Ministério da Saúde aponta que a depressão afeta cerca de 5,8% da população, e o transtorno de ansiedade atinge 9,3%. Além disso, o país registra aproximadamente 14 mil suicídios por ano, sendo a maioria desses casos relacionados a transtornos mentais como os já citados.

Também, quando analisamos dados recentes relacionados a baixa produtividade, alta rotatividade e licenças ocupacionais, é possível obter informações acerca do impacto nos resultados financeiros da empresa. Segundo o INSS e o Ministério do Trabalho, em 2023, foram notificadas mais de 250 mil licenças de trabalho no Brasil relacionadas a doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. Esses fatores podem custar à empresa até 4,5% do seu faturamento anual, o que indica uma urgente necessidade de implementar medidas para aprimorar o ambiente de trabalho e ampliar a retenção de talentos.

Portanto, a saúde mental deve ser encarada como uma pauta estratégica e essencial no planejamento anual das empresas. Isso inclui revisar e, se necessário, reavaliar as políticas e práticas de recursos humanos. Exemplos de boas práticas incluem a implementação de programas de assistência aos funcionários, treinamentos de gestores para identificar sinais de sofrimento mental, programas de apoio psicológico, treinamentos de gestores, criação de políticas de saúde mental e a criação de comitês de bem-estar.