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Segundo dia de CONARH 2023: Saúde mental e liderança são temas dos principais painéis do evento

Por Redação

09/08/2023 19h25

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Ceará marcou presença na programação do evento e na feira de negócios 

Um dos maiores eventos de gestão de pessoas está acontecendo em São Paulo desde esta terça-feira, reunindo cerca de 20 mil pessoas em um mix de feira de negócios e uma programação completa com palestrantes internacionais. No segundo dia de evento o destaque foi para liderança e saúde mental, termos chaves para os líderes de Recursos Humanos. Cearenses estiveram presentes ao longo da programação do dia. 

O fortalecimento da cultura da empresa e o melhor manuseio dos processos seletivos, também foi pauta do evento. Grandes nomes do setor no mundo compartilharam suas experiências e dicas de como otimizar os processos e o desenvolvimento de pessoas nas empresas dos participantes.

Além da programação, a feira de negócios esteve a todo vapor e uma das empresas que incorporou um dos temas mais debatidos do evento foi a empresa cearense, Amar.elo Saúde Mental, que preparou um estande para receber os interessados e tirar as dúvidas sobre a plataforma que engloba saúde mental e segurança emocional para empresas, por meio da psicoeducação, análise, letramento e terapia online para melhorar a qualidade de vida dos colaboradores.

Confira um resumo das principais palestras do dia:

Impulsionando as pessoas para resultados extraordinários

Dan Cockerell | Valerie Cockerell (Palestrante principal da Disney, 26 Anos no Disney Magic Kingdom, Vice-presidente e Coaching de Liderança)

Clareza e simplicidade foram as palavras chaves de uma das palestras mais esperadas do evento, Dan e Valerie Cockerell deram uma verdadeira aula sobre cultura e relacionamento entre colaboradores. 

O match de cultura foi um dos pontos levantados pelo vice-presidente que ressaltou como encaminha a tratativa ao incorporar uma nova pessoa na empresa. A conexão entre o que o colaborador está disposto a fazer e o que a empresa está precisando não é suficiente para efetivar uma parceria, já que existem valores que não são treináveis.

“Quando o colaborador fala que gosta de ser independente a Disney não é lugar pra você. Aqui trabalhamos em equipe e somos muito claros com isso. Você precisa ter paixão por servir e pro cuidar e se você não estar antenado com isso, não significa que não é uma pessoa boa, mas sim que a Disney não é lugar pra você”, aponta

“Segredo: a gente contrata pessoas que são felizes. A gente não tenta mudar as pessoas. Fazemos um match de cultura”, complementa. 

Durante a palestra, foi esclarecido um pouco do treinamento para trabalhar na Disney. As tradições, as histórias e a magía são aprendizados que devem estar na “ponta da língua” dos colaboradores, afinal, a Disney é um dos maiores e mais antigos empreendimentos que trabalha diretamente com a experiência do consumidor. 

“Você que faz a escolha de fazer parte da equipe. Você está aqui para criar uma mágica para nossos convidados. Você vai criar uma memória mágica nos nossos convidados. E os colaboradores sentem que: “ eu sou importante, é claro o meu propósito, claro meu trabalho e eu faço mágica”, todos fazem parte disso”, conta.

O diretor ainda esclarece a importância de todos os setores da empresa nesse processo, desde a liderança até o atendimento. 

“Então todos estão alinhados, na mesma direção, mesmo propósito. Temos uma organização consistente e você vai rápido e consistente e cria resultados extraordinários com clareza e simplicidade”, destaca.

Valerie Cockerell, ela destaca em sua fala a importância de ter uma liderança com inspiração na maternidade. Tema que a mesma comenta em seu livro “Lidere como uma mãe”. Por ser mulher ela entende os desafios de confiar no próprio trabalho e achar que é suficiente. Então ela brinca com o ego masculino.

“Eu percebi que seria uma boa líder somente se eu gerenciasse como uma boa mãe. Alguns vão pensar: não sou mãe, e agora? Todos tem uma mãe! Então simplesmente você convive ou conviveu com o lado de uma mãe e sabe as dores e as delícias disso, sabe que se conseguirmos aplicar os ensinamentos de uma mãe no ambiente de trabalho então teremos uma empresa excelente”, explica.

Esse estilo de gestão é bem pontuado por Valerie ao longo de sua fala, que complementa explicando que a “cobrança” de uma mãe é diferenciada pois ela conhece o seu filho, ela informa e cobra na medida certa, nas coisas cotidianas e nas sérias.

“A mãe dá detalhes e é precisa com o que quer. Então vemos que os líderes abandonam isso. Não inspecionam o que pediram. A mãe fala: sabe o que eu falei? Entendeu o que falei? A mãe quer ter certeza que a mensagem foi ouvida e entendida. Então a mãe não vive na ilusão de que uma mensagem foi meio entendida. Ela se assegura que a mensagem chegou clara”, destaca.

Ela aconselha os líderes presentes sobre a atenção com a comunicação eficiente, em relação aos feedbacks constantes, aos “puxões de orelha” e a organização. 

“Feedback é necessário todos os dias. E as mães fazem isso por que amam os filho. Elas são esses feedbacks porque querem que os filhos sejam melhores e utilizem o melhor potencial. O sentido não é julgar, mas sim mudar o comportamento errado. Não é dizer: você é um idiota. Mas sim, você fez uma coisa idiota. Assim você não muda a essência da pessoa, mas sim o comportamento”, conclui.

Como Construir a Liderança do Futuro 

Andréa Nogueira (M. Dias Branco) | Carolina Costa Cavalcanti (FDC) | Irene Graça (Banco Angolano de Investimentos) 

O Ceará representou o setor de gestão de pessoas no CONARH 2023, a M.Dias Branco marcou presença e levou um pouco sobre liderança multicultural, o impacto dos avanços tecnológicos na liderança e como ser um líder mais humanizado.  A Diretora do Gabinete de Apoio ao Conselho de Administração do Banco BAI, falou sobre as características de um bom líder dentro da empresa. Carolina traz o olhar da aprendizagem para o debate.

“Liderança multicultural funciona igual casamento, quem está precisa querer que dê certo e precisa se esforçar pra isso. Irão ter dias difíceis, mas se todos tem um propósito em comum, se são apaixonados por isso, eles vão dar o seu melhor e fazer acontecer”, conta Irene Graça. 

Carolina conta como é essencial trazer pra perto as identificações de cada pessoa na liderança cultural. Afirma que tenta aproximar os profissionais de outras regiões com coisas simples, como o chimarrão, o pão de queijo ou o cuscuz. 

“A gente percebe que as práticas são diferentes, não porque é uma mentalidade diferente, mas é uma cultura que impacta e pode ser desafiador”, conta

Andrea comenta a importância de trazer o debate da saúde mental no ambiente de trabalho antes da pandemia, e conteúdos relevantes para dentro da empresa para que todos possam ter o conhecimento do assunto para transpassar processos dentro da empresa, principalmente com os líderes. 

“É super importante a empresa declarar o que ela acredita e o que ela espera do líder, e fazer com que ele tenha esse espaço de se preparar para isso, afinal, é uma jornada”, aponta. 

Para acompanhar as metas da empresa, Andrea comenta como se posiciona em relação as cobranças entre líderes sobre o crescimento da empresa por período.

“Precisamos ter farol baixo e farol alto, a estratégia é amplamente disseminada, pra todos estarem alinhados da mesma forma. A gente criou o Lucrécio, o lucro e o crescimento, pra falar de estratégia pras pessoas, pra ser próximo e humanizado”, conta.

“Somos focados em resultados sim, mas aqui não vale tudo. Os resultados são alcançados de forma sustentável e saudável”, complementa.

Negócio é movido por resultado e conseguir conciliar isso com equilíbrio interno é o grande desafio do novo líder, segundo as palestrantes. O propósito por trás da função de cada colaborador deve ser um comprometimento da empresa e do indivíduo com a sociedade.

Sobre o avanço tecnológico, Andrea ressalta a importância de aproximar a tecnologia das pessoas, enquanto apoio e uma parte da jornada de trabalho. Além de trazer a tecnologia pra perto, o desafio maior está na conexão e humanização desse processo.

Como identificar a adaptabilidade do novo profissional dentro da empresa, Carolina destaca que não existem medidas e requisitos pré dispostos para desejar o profissional perfeito.

“Não existe régua, existe o diálogo sem roteiro pra você se conectar com os sinais que as pessoas dão. A gente não espera herói, que resolva tudo ao mesmo tempo, isso não faz parte da cultura.  Se a gente não tirar a capa de herói do líder, daqui a pouco ninguém quer ser mais líder. A liderança precisa ser facilitadora e não um peso” , destaca

Para concluir a palestra, Irene Graça destaca o maior desafio na construção dos líderes nas novas gerações. 

“Acho que a nova geração tem uma vantagem, a maior parte já pensa que é o campeão do mundo, são pessoas que vem pra empreender, mas falta paciência pra aprender. Na liderança ainda há muito pra aprender no sentido da paciência e do percurso. Se nós tivermos abertura para o aprendizado e paciência para crescer, estamos abertos a todas as gerações que viveram mais do que nós, mas que aprenderam de forma diferente, provavelmente serão melhores líderes do que hoje já somos”, destaca Irene. 

Construindo Saúde Emocional nas Empresas

Daniela Lima | Flávio Deulefeu (Diretor Presidente do ISGH e do IBROSS)  | Mario Henrique Martins (CEO da Orizon)

Quem inicia a palestra é o CEO da Orizon que destaca um pouco dos bastidores que permeiam a empresa, como a jornada de criação de processos, na colaboração e inovação.

“O padrão ouro da transformação cultural hoje é focado no desenvolvimento de hábitos. Cultura é um conjunto de hábitos observados. A nossa jornada na Orizon é uma jornada de desenvolvimento de hábitos, que tem um foco incessante em processos, menos conversa e mais processos”, conta. 

O CEO conta que os processos facilitam o desenvolvimento e o trabalho da empresa, ele chama esses processos de “Hacks”. Mário ainda reforça o papel da liderança dentro da empresa e da criação dos hábitos e a importância do match com a cultura da empresa para gerir as demandas.

“Na liderança da Orizon, uma pessoa tóxica não será feliz e nem vai se dar bem na Orizon por que temos uma cultura muito forte. Lideranças comprometidas com propósito de tratar pessoas com respeito e possibilitar que elas cresçam, quem tem feat vai se dar bem. Com a liderança se dando bem, você dá espaço pra segurança psicológica dos colaboradores”, finaliza sua fala. 

Após Mário, Flávio inicia sua fala trazendo dados sobre a situação do Brasil enquanto a saúde mental nas empresas e as crises de burnout dos colaboradores. O Diretor Presidente do ISGH e do IBROSS, ainda complementa a importância da liderança no papel de intervenção dessas questões. 

Ele traz dados recentes, de 2022 e 2023, que debatem as ações que podem ser feitas nos cuidados com a saúde mental. Sustentabilidade não trata só de meio ambiente, mas do ambiente das pessoas, é o que explica Flávio.

“Esses estudos demonstram claramente a importância de se comunicar e que ninguém faz nada sozinho. Isso mostra a importância das intervenções colegiadas”, destaca.

Upskilling, Reskilling – Lifelong Learning

Fernando Ladeira (Vice-Presidente de Pessoas da Falconi) | Izabel Azevedo (Diretora de Talento&Cultura da Nestlé Brasil) | Joana Rebocho (Head de Cultura, Engajamento e Academia Santander)

Educação é um dos temas mais debatidos no painel. Izabel Azevedo conta que houve um momento de crise para a marca Nespresso e para não prejudicar mais de 1000 pessoas que estavam impossibilitadas de trabalhar, a diretora pensou em testar um modelo de negócios com essas pessoas, enviando computadores para suas casas, para elas aprenderem novas habilidades e continuarem crescendo na empresa. Ela chama essas alternativas de “Missões Alternativas” dentro da companhia. 

“Eu posso tá hoje no setor de pessoas, aprendendo algo sobre sustentabilidade e ampliando minhas habilidades”, afirma. 

Após o depoimento de Izabel, Joana inicia sua fala sobre os projetos de educação no Santander. A marca é a que mais investe no setor no mundo, por meio de bolsas e programas para os estudantes de várias universidades. A head conta que dentro da empresa não é diferente.

“Uma das nossas principais premissas é o autodesenvolvimento e o protagonismo. Na prática, hoje nós temos cerca de 100 mil conteúdos disponíveis na nossa plataforma para as pessoas se desenvolverem”, cona Joana sobre a Universidade que o banco construiu. 

Izabel encerra sua fala reforçando a importância da capacitação e educação dos colaboradores para o crescimento dos setores na empresa. 

Flávio destaca que é fundamental a dinâmica de aprendizagem ao longos dos processos, ele mostra a relevância dos dados na hora de levar estratégias para as áreas de desenvolvimento da empresa.

“Um desafio para as áreas do desenvolvimento de pessoas, é como calibrar as iniciativas pra essas pessoas. Desenvolvimento não é um investimento pequeno. Uma prática que temos observado é saber como usar dados de avaliação de pessoas e setores, para entender como a área de desenvolvimento de pessoas pode ser mais assertiva”, destaca. 

Nosso Meio no CONARH 2023

Com um time presente no evento, o Nosso Meio está fazendo uma cobertura completa da programação de um dos maiores eventos de gestão de pessoas do mundo. Em todas as redes sociais, no portal e no Youtube, a plataforma está comprometida em entregar um conteúdo de qualidade para os apaixonados por Recursos Humanos, cultura e diversidade.

Os nossos parceiros embarcaram nessa jornada com a gente, são eles: ABRH-CE, Amar.elo Saúde Mental, BSCash, Lucrativia e Unimed Fortaleza.

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