A história da ilustração no Ceará se confunde com a sua própria trajetória desenhada em 43 anos de dedicação às artes visuais. Estamos falando de Moesio Fiúza.
Por definição, ilustração é uma composição de desenho feita em um contexto comercial. O desenho por si mesmo não contém esse viés. Já charges e cartuns, por sua vez, possuem um recorte do momento (político, social ou espiritual) em que ela foi feita, muitas vezes contendo uma crítica ou uma reflexão. Assim, hoje, ilustradores fazem da relação entre imagem e texto um movimento que atravessa a expressão artística, a informação, a representação de formas, o belo, a tecnologia, a criticidade e a dinâmica social. Apesar da complexidade do conceito da profissão, muitas vezes, tudo começa como uma brincadeira de criança. Essa é uma máxima que costura as trajetórias de alguns ilustradores cearenses que fizeram do traço um projeto de vida.
Para iniciarmos a série exclusiva ‘Trajetória em traços’, trazemos um dos consagrados nomes que marca a história da ilustração no Ceará: Moésio Fiúza.
Quando ele percebeu, o desenho já estava lá. De forma quase intrínseca, o primeiro contato com a ilustração se deu ainda nas páginas dos cadernos do colégio, quando criança. Não havia uma folha em branco qualquer que escapasse dos rabiscos daquele que viria a se tornar um dos consagrados nomes das artes visuais no Ceará. Chamava atenção até da professora de matemática, que se demorava ao verificar as tarefas, já que todos os problemas chegavam resolvidos e ilustrados. “É o caderno do Fiúza!”, a garotada gritava.
Hoje, Moesio Fiúza tem sua trajetória pessoal entrelaçada com a evolução da profissão de ilustrador. Para ele, “cartoon, charge, tirinha, tudo é ilustração, afinal não se ilustra sem antes desenhar. Acontece que charge e cartoon são livres, enquanto a ilustração tem que seguir uma adequação, comercialmente falando”, explica o veterano do mercado de publicidade.
Moesio conta que no início da carreira, saber ilustrar era um requisito para se inserir nas agências de propaganda. “Na década de 80, quando produzíamos trabalhos visuais, ilustrava-se apenas para servir de referência ao fotógrafo. Depois de fazer a fotografia, na maioria das vezes, o destino da ilustração era o cesto do lixo. Hoje, a ilustração tem muito mais relevância, com intencionalidade e mensagem. Quando se trata do mercado editorial, o campo é ainda bem mais vasto”, relata o artista sobre sua experiência.
Tinta, pincel e aerógrafo foram substituídos pelo computador por volta da década de 90 e de lá para cá, as ferramentas digitais ampliaram as possibilidades de criação. Moesio se reinventou e abraçou as novas técnicas, sempre liderando os movimentos do mercado em uma extensa atuação na agência Slongan. Mas uma premissa é consenso: seja qual for a técnica ou tecnologia, ilustração segue sendo arte. Com prêmios acumulados e trabalhos de excelente repercussão, ele destaca o rebranding da sereia do Sistema Verdes Mares, que “apesar de simples, foi uma responsabilidade gigante”. E ainda dá a dica para quem deseja iniciar no universo das ilustrações: praticar, praticar, praticar!
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