Maior preocupação com o meio ambiente faz com que os fabricantes passem a dar preferência ao papel impresso em seus produtos, ao invés de plástico
A conscientização do consumidor sobre os riscos ambientais do plástico, atingiu o seu auge. Embora o plástico forneça um recipiente relativamente barato que possa proteger e prolongar o sabor dos alimentos, a quantidade de garrafas pet não recicladas flutuando nos oceanos está causando protestos e demandas por mudanças no mundo todo. O mercado de embalagens de papel e papelão é um dos termômetros do nível de produção da indústria. Esses materiais são fundamentais para entregar produtos aos clientes. Portanto, quando a demanda aumenta, significa que a produção de diversos segmentos também cresceu.
De acordo com a Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel), a expedição de caixas e chapas de papelão ondulado subiu 3,7% na comparação entre os oito primeiros meses de 2019 e 2020. Apenas em novembro do ano passado, este mercado somou 337.515 toneladas, o que mostra um avanço de 4,2% em relação ao mesmo mês de 2019.
Por outro lado, o descarte do produto preocupa por conta dos impactos na natureza. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, em junho de 2020, houve o aumento de 30% na geração de materiais descartáveis somente naquele mês. Crescimento que já havia sido verificado em maio, com 28%.
O principal reflexo deste crescimento é o aumento do comércio eletrônico. Durante a pandemia do novo coronavírus, 11.5 milhões de pessoas fizeram sua primeira compra online entre os meses de abril e setembro de 2020, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). A entidade aponta que, antes da pandemia, o Brasil representava pouco mais de 5% das vendas totais do varejo, e passou a responder por 12%.
O crescimento constante do mercado de embalagens, em contribuição com empresas distribuidoras deste material, leva oportunidade para lojistas entregarem seus produtos com segurança até a casa de seus clientes. Ao mesmo tempo, existe o cuidado em como esse material vai voltar para a natureza. O cuidado vai desde a origem da matéria prima, até a conscientização com o descarte do material.
Investimentos em pesquisa e em tecnologia estão nas pautas dos produtores das fibras e das embalagens, com materiais mais leves e resistentes. Enquanto consumidores preferem e esperam embalagens que não agridam o meio ambiente, a indústria investe e inova para atender essa necessidade.
Segundo Luciano Aragão Bezerra, presidente do Sindicato da Indústria Gráfica do Estado do Ceará, a indústria gráfica possui uma das cadeias produtivas mais sustentáveis.
“Ao impulsionar o cultivo de árvores e o crescimento de longo prazo das florestas por meio do manejo sustentável que também ajuda a mitigar os efeitos do CO2 na atmosfera, a indústria gráfica mostra grande preocupação com a preservação do meio ambiente”, afirma.
O presidente também lembra que toda matéria prima utilizada para o delivery proveniente da indústria gráfica, seja o papel, cartão ou papelão, são fabricados a partir de fonte renovável e com alta taxa de reciclagem.
“Sendo assim, a solução para o aumento do volume de lixo gerado pelo crescimento de delivery deve ser de educação e conscientização ambiental”, finaliza.
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