Startups avaliadas em menos de USD 100 milhões registram maior crescimento do que ‘’unicórnios’’
Enquanto a classe de empresas brasileiras classificadas como‘’unicórnios’’ (avaliadas em mais de USD 1 bilhão) atravessam crise e anunciam demissões, startups mais recentes estão resistindo ao momento e registram crescimento.
Startups brasileiras avaliadas em mais 10 milhões de dólares como a Fazenda Futuro, Alice, Manycontent e Cora são exemplos bastante concretos do crescimento contínuo de startups que ainda não se tornaram unicórnios mas crescem anualmente. No caso da Fazenda Futuro e Manycontent, o crescimento tem muito haver com a expansão internacional. Enquanto a Foodtech de carne vegetal chegou com seus produtos físicos a 22 países, a plataforma de inteligência Manycontent alcançou cinco mil usuários com grande alcance internacional desde o lançamento da versão mais recente em inglês. A startup aposta em inteligência artificial para criar imagens e textos personalizados de forma automática e tem conquistado reconhecimento e valor.
Empresas grandes como Liv Up, QuintoAndar, Mercado Bitcoin, Kavak, Loft e Ifood passaram por demissões em massa recentemente. Entre os principais motivos para isso acontecer estão uma combinação do atual momento da economia nacional com características próprias das startups.
É comum que empresas de tecnologia tornarem-se rentáveis apenas a longo prazo, por isso atraem investidores que estão dispostos a ter perdas momentâneas para rentabilizar no futuro, para isso as empresas usam esses investimentos para planejarem a expansão e assim conquistar valor de mercado e rentabilidade. A crise nessas empresas tem haver com rodadas mal sucedidas com pouco investimento captado e por isso tantas demissões têm sido anunciadas.
Na contramão deste momento, empresas de porte menor, com custos menores e novas soluções tem gerado interesse e atraído investimento nacional e internacional para startups, principalmente avaliadas entre USD 10 milhões e USD 100 milhões de dólares no mercado internacional e que podem ser os unicórnios de amanhã.
De acordo com dados da Anjos do Brasil, organização que reúne investidores de startups iniciantes, divulgados pelo Estadão, eles acreditam que durante o segundo semestre de 2022 o mercado deve continuar em alta. Segundo pesquisa levantada com os membros da associação, deve haver alta de 10% no volume de aportes nessa etapa inicial, mantendo o crescimento de 2021, quando o setor registrou mais de R$ 1 bilhão no País. Para investidores, este é um bom momento para investir em startups em expansão, principalmente internacional. Aliás temos um exemplo muito recente de startup brasileira, até então pouco conhecida e que de repente passou a valer bilhões de dólares no mercado internacional, a conceituada Brex, criada pelos jovens brasileiros Henrique Dubugras e Pedro Franceschi.