Segundo pesquisa realizada pela YouGov, TV é o canal de comunicação mais popular entre os brasileiros para acessar notícias, com presença de 63,7% da população
Em plena era digital, a televisão continua sendo a mídia mais popular para consumo de notícias no Brasil, é o que aponta a multinacional de pesquisa de mercado on-line, YouGov. Dados da YouGov Profiles mostram que 63,7% dos brasileiros usam a TV para se informar sobre histórias locais, nacionais e internacionais relevantes. A porcentagem ainda é, estatística e substancialmente, maior do que a registrada no segundo canal mais popular, as redes sociais, com 53,8%. Essas são as únicas mídias que são usadas regularmente por mais da metade dos adultos entrevistados. Confira o gráfico, abaixo:
A preferência por determinadas mídias varia de acordo com certas características demográficas. Por exemplo, no contraste por gênero, as mulheres são estatisticamente mais propensas a usar tanto a TV (67,3%) quanto as redes sociais (58%) para obter informações, em comparação com os homens (59,9% e 49,3%, respectivamente). Os homens, entretanto, tendem a preferir sites de notícias on-line com mais frequência (57,6% vs. 52,9% para as mulheres brasileiras).
O estudo também destaca que os brasileiros com idade entre 45 e 54 anos e aqueles com mais de 55 anos tendem a assistir a notícias na TV com mais frequência do que os jovens entre 18 e 24 anos (69,5% e 74,1%, vs. 49,3%). Na verdade, os jovens em geral tendem a dizer que são informados com menos frequência por praticamente todas as mídias observadas. Eles são semelhantes a outras faixas etárias apenas em sua preferência por blogs e newsletters (usados por cerca de 16% dos entrevistados em todas as faixas etárias).
Rede Globo no topo, tanto na TV quanto nas redes sociais, para consumo de notícias no Brasil
De acordo com os dados da Profiles, o canal mais assistido pelos brasileiros que se informam sobre notícias pela TV é a Rede Globo. Quase sete em cada 10 pessoas desse nicho (69,8%) acessaram a emissora pelo menos uma vez nos últimos 30 dias. Record TV e Band também registram percentuais que se aproximam da preferência de metade da população adulta pesquisada (49,2% e 44,1%, respectivamente). O Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) aparece em quarto lugar.
Algo semelhante acontece com as redes sociais. As plataformas mais usadas pelos brasileiros que recebem notícias por meio desses aplicativos são o Instagram (do qual 83,1% desse nicho da população são membros), o Facebook (76,6%) e o YouTube (69,7%). Muito atrás na preferência, já que são usados por menos da metade dos brasileiros que assistem a notícias nas redes sociais, estão o TikTok (do qual 46,3% desse público são membros) e o LinkedIn (34%).
A pesquisa também aponta que que os brasileiros que consomem suas notícias na TV ou nas mídias sociais, em comparação com a população em geral, tendem a preferir essas plataformas com mais frequência. Confira o gráfico, abaixo:
Digital versus tradicional: diferenças nos hábitos de consumo de notícias
Os dados da Profiles sugerem ainda que os brasileiros têm atitudes e comportamentos diferentes ao consumir notícias, dependendo se as recebem de canais digitais ou da mídia tradicional. 43,7% das pessoas que consomem notícias pela TV, rádio ou publicações impressas dizem que confiam na veracidade dos fatos veiculados jornais. Este número, entretanto, é estatisticamente mais baixo (40,8%) entre aqueles que se informam em sites de notícias, aplicativos, podcasts, redes sociais e similares.
Os brasileiros que preferem a mídia tradicional também são mais propensos a dizer que confiam mais nos jornais estabelecidos do que nos tabloides, em comparação com aqueles que preferem canais digitais (39,2% vs. 36,9%, respectivamente). Da mesma forma, os brasileiros que obtêm suas informações da TV e similares tendem a dar mais importância ao histórico da mídia: 45,8% dizem que confiam na mídia com um histórico de objetividade, em comparação com apenas 43,5% entre os que preferem a mídia digital.
Por outro lado, os brasileiros que preferem a mídia tradicional são estatisticamente menos propensos a considerar as notícias de jornal com certo nível de ceticismo. Em comparação com aqueles que obtêm suas informações por meio de canais digitais, eles também têm menos probabilidade de acreditar que a mídia publica apenas um lado da história. Os dois grupos são quase equivalentes na opinião de que as notícias devem incentivar o debate, na lealdade aos canais de notícias preferidos e na expectativa de que, com frequência, há algum nível de viés político na mídia.