14ª edição

Transformando o mercado: como conquistar o público 50+

Por Redação

17/06/2024 10h45

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Como as marcas podem redefinir o mercado para a Terceira Idade com novas experiências

Estamos vivendo um período de transformações profundas na sociedade, impulsionado pelo envelhecimento da população. De acordo com o último censo, em 12 anos, o número de idosos no Brasil cresceu 57,4%. Esse cenário representa um ponto crucial, onde mudanças adicionais não apenas se tornam inevitáveis, mas também necessárias e desejáveis. À medida que cresce a população idosa, marcas estão buscando ficar mais atentas ao público da terceira idade, reconhecendo a importância de oferecer a esse grupo em expansão novas experiências, que atendam suas necessidades, desejos e aspirações. 

A jornalista e influenciadora Patrícia Parenza, de 54 anos, com cerca de 300 mil seguidores no Instagram, vem se destacando como uma voz ativa na defesa da chamada “economia prateada”. Ela alerta para a negligência de muitas marcas em relação ao público maduro: “é um mercado carente e com grande demanda. As marcas, em geral, ainda ignoram nosso público, exceto em segmentos como saúde, suplementos e produtos para envelhecimento”.  

Quem não está atento a este fenômeno perde oportunidades únicas, já que com o envelhecimento global, especialmente em países como o Brasil – onde o número de idosos tem aumentado significativamente – as empresas podem adaptar seus produtos, serviços e estratégias de marketing para engajar e fidelizar esse público crescente. Ao fazer isso, não apenas respondem a uma necessidade demográfica, como criam oportunidades de inovações que beneficiem a sociedade como um todo.

Patrícia também é a idealizadora da festa Good Night, um evento voltado para o público 50+, que já conquistou as principais capitais do Brasil. “O evento, que acontece entre 18h e meia-noite, tem sido um sucesso absoluto, com ingressos esgotados antecipadamente. A ideia surgiu da demanda de mulheres acima de 50 anos em busca de opções de lazer que não se estendessem até altas horas da noite”, explica.  

Além de promover entretenimento inclusivo, Patrícia destaca o desequilíbrio no mercado publicitário, que favorece influenciadores mais jovens. “Os influenciadores mais novos recebem muito mais oportunidades de publicidade do que os mais velhos, mesmo que o público maduro apresente alto engajamento e grande poder de compra”, afirma.

“O Brasil está envelhecendo rapidamente, e, em breve, haverá mais avós do que netos no país. É essencial que as marcas percebam e valorizem esse público crescente”. Com sua experiência e visão de futuro, Patrícia Parenza se posiciona como uma referência não apenas para a geração 50+, mas para o mercado que precisa urgentemente repensar suas estratégias.

Oportunidades à vista

Ainda de forma tímida, o mercado amplia os olhos e, como apontado por Patrícia, sai do nicho reduzido da saúde e suplementação. Há oportunidades em muitos outros setores, a exemplo da Tecnologia. Dados do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) revelam que, nos últimos cinco anos, a inclusão digital dobrou e 66% do público 50+ tem acesso a redes sociais. Diante da crescente onda de digitalização de serviços e produtos, marcas podem investir em programas de inclusão digital para a Terceira Idade, como cursos de conteúdo simples sobre tecnologia, que ensinam a utilizar aplicativos, redes sociais e e-commerce, cientes de que o público tem envelhecido com mais saúde e autonomia. 

O setor de Turismo tem sido um exemplo claro de adaptação às demandas da Terceira Idade, com pacotes que incluem transporte acessível, atividades menos extenuantes e suporte médico durante as viagens. Espaços de lazer, a exemplo de teatros e cinemas, passaram a adotar políticas de meia-entrada e horários especiais para facilitar a experiência desse público em específico.