Por Raquel Braga, Diretora Regional LATAM de Marketing da Braze
A Black Friday e a Cyber Monday são muito mais do que datas de liquidação. Elas se tornaram símbolos do varejo, tanto pelos números impressionantes de vendas quanto pela chance de mostrar o verdadeiro valor de uma marca. Em 2025, segundo projeção da Gauge (+ W3haus), a Black Friday deve registrar faturamento de R$ 13,6 bilhões, uma alta de 16,5 % em relação a 2024, com 17,2 milhões de pedidos e ticket médio de R$ 808. Ou seja, não vence quem dá apenas descontos, mas quem entende que os clientes buscam mais: relevância, consistência e cuidado na experiência.
Métricas X engajamento
Nos últimos anos, vimos volumes extraordinários de mensagens. Acompanhamos isso de perto: bilhões de comunicações trocadas nesse período, com recordes de escala e performance. Só no ano passado, a Braze enviou para a região da América Latina e Caribe cerca de 37 bilhões de mensagens, refletindo o crescimento e a maturidade do mercado em engajamento digital. Mas hoje, quantidade não garante resultado. O risco é se perder no meio do excesso de notificações, banners e ofertas.
O consumidor já demonstra sinais de cansaço. Uma mensagem enviada na hora errada, um canal forçado ou uma segmentação rasa podem desgastar um contato promissor.
Três Dicas para transformar a Black Friday em fidelização:
1. Planejar cedo, personalizar sempre
Campanhas de impacto não começam na véspera. Criar jornadas de engajamento com semanas de antecedência permite testar, ajustar e segmentar melhor. Prévias exclusivas, ofertas antecipadas para clientes fiéis, mensagens baseadas no histórico de compras ou navegação. O segredo está na personalização: no conteúdo, no canal e no momento certo.
2. Usar múltiplos canais — sem exagero
As marcas que mais se destacam são aquelas que combinam canais tradicionais e emergentes, como WhatsApp e mensagens in-app, de forma integrada. O ponto central é a orquestração: cada mensagem deve somar, não competir. Exagero, especialmente no e-mail, leva ao descadastro e compromete a reputação.
3. Cuidar da experiência pós-compra
O verdadeiro valor aparece depois da venda. Entrega eficiente, suporte ágil, qualidade do produto, comunicações transparentes e até ofertas adicionais criam um ciclo positivo. Muitos clientes entram pela Black Friday apenas pelo preço; cabe à marca mostrar que vale a pena ficar. É nesse ponto que valores como transparência, atendimento e compromisso fazem diferença.
O papel da tecnologia
Nada disso funciona sem uma base confiável. Plataformas escaláveis, seguras e estáveis são fundamentais. É possível acompanhar picos de mensagens com alta disponibilidade e confiabilidade — um diferencial essencial, sobretudo na América Latina, onde questões como instabilidade de rede e diferentes legislações de privacidade exigem robustez.
Em 2025, a Black Friday precisa ser encarada menos como “um dia de liquidação” e mais como um ponto de reposicionamento da marca diante do cliente. Não basta falar alto, é preciso falar certo: com relevância, empatia e consistência.
Se há algo que aprendemos, é que cada mensagem bem pensada pode gerar confiança. E confiança é o que sustenta não apenas uma venda, mas um relacionamento que atravessa datas, crises e tendências.
