Substituindo a TV O POVO, o Canal FDR estreia hoje, 9, com nova programação que dá destaque à produção audiovisual local e ao compromisso com a educação
Em diversas áreas, mudanças ocorrem ao longo do tempo para que existam renovações de ciclos ou aberturas para novas possibilidades. A partir desta segunda-feira, 9, se faz presente uma nova mudança ligada à Fundação Demócrito Rocha (FDR): a implementação do Canal FDR em substituição à TV O POVO. A estreia do canal traz novas programações que destacam a produção audiovisual local e o compromisso da emissora com a educação, aspectos que estão relacionados aos propósitos da própria Fundação.
A TV O POVO surgiu em 2007 como uma emissora da Fundação Demócrito Rocha, mas ligada fortemente ao jornal O POVO. Assim, seus primeiros anos de existência foram marcados pela grande presença de conteúdos jornalísticos na programação, com o nome herdado da empresa mantenedora da Fundação “orientando” o tipo de produção veiculada pela TV. Em 2011, por exemplo, foram transmitidas 37 horas semanais de programação própria, acrescentando as reprises, com 20 programas na grade.
Entretanto, o lado jornalístico da emissora enfrentou, aos poucos, um processo de “transfusão” e, assim, ela passou a ser caracterizada ainda mais pelo aspecto da educação, “razão de ser” da Fundação Demócrito Rocha e que está presente na TV O POVO desde o seu surgimento. Em 2017, a TV tornou-se parceira do Canal Futura, da Fundação Roberto Marinho. Em 2020, por exemplo, foram veiculadas 2 mil videoaulas na TV O POVO.
Devido à marca que estava inserida no nome da emissora, esperava-se um direcionamento mais forte para o jornalismo, mas não era o que estava acontecendo na TV O POVO. Por isso, foi pensada a inserção de um projeto que contemplasse explicitamente os propósitos da Fundação Demócrito Rocha, entre eles o de aliar a comunicação com a educação. A partir desse objetivo, foi definida a reformulação da emissora. Com isso, surgiu o Canal FDR.
De acordo com Marcos Tardin, jornalista e diretor geral da Fundação Demócrito Rocha, essa transição se constituiu num processo que vinha sendo pensado há mais de um ano e que contou com o envolvimento de cerca de 30 pessoas, incluindo diretores tanto da FDR quanto da empresa jornalística O POVO. “Nós achamos que, nessa mudança de deixar de ser TV O POVO, o novo nome deveria vir para marcar a conexão com as causas, as ações, os compromissos e os propósitos da Fundação. ‘FDR’, evidentemente, é o nome da instituição, mas a alteração para ‘Canal’ ocorreu porque transparece mais a ideia de um braço de atuação da própria fundação”, explica.
Para Tardin, portanto, o Canal FDR atuará como uma emissora educativa e como um segmento audiovisual da produção da Fundação Demócrito Rocha, que não se limita apenas ao sinal de uma emissora de TV. Ele reforça também o compromisso “cada vez mais forte” com a produção independente, em especial a realizada no Ceará. “Essa estreia já começa valorizando ainda mais a produção audiovisual independente. Não é de agora que fazemos isso, mas se intensificará com a exibição de obras (dessa vertente) e com parcerias com o Itaú Cultural, por exemplo”, complementa. Por fim, o diretor afirma que a programação do canal visa contemplar “todos os interessados nas questões de educação e de cultura, em especial do Nordeste e do Ceará”.
No contexto de novidades em que está inserido o Canal FDR, haverá também a apresentação de sua nova identidade visual, com novas chamadas, vinhetas e animações para integrar a sua grade de programação. Às 9 horas desta segunda-feira, o início dessa nova fase acontecerá com a exibição de “Vida”, filme de Levi Magalhães produzido no Núcleo de Cinema de Animação da Casa Amarela. Encerrando as estreias do primeiro dia, o Canal FDR veiculará, a partir das 19 horas, o filme “A Luz Salva”, do diretor e roteirista Tibico Brasil e que narra a trajetória do fotógrafo cearense Chico Albuquerque.
Para Chico Marinho, coordenador da então TV O POVO e do Núcleo Audiovisual do Grupo de Comunicação O POVO, um dos aspectos que devem ser destacados com a presença do Canal FDR é a “parceria com a produção audiovisual artística e cearense”, entre eles o Coletivo Nigéria, responsável pelo documentário “ConViver”, que será exibido nesta terça-feira, 10, às 19 horas. Marinho também aponta a satisfação em desenvolver esse trabalho: “É bem bacana estar em parceria não apenas com os diretores conhecidos. Para nós, é o maior prazer do mundo desenvolver esses projetos e dar apoio ao audiovisual cearense”.
Algo que reforça esse comprometimento do canal em relação ao audiovisual independente é a inserção do “Claquete” na programação. Todos as sextas, 19 horas (com reprise aos sábados, 15h20min), a partir desse programa, o Canal FDR exibirá filmes brasileiros independentes e, em seguida, trará os desafios e os bastidores da produção audiovisual a partir de conversas exclusivas com seus realizadores. A apresentação do “Claquete” será feita por Arthur Gadelha e por Deisa Garcez.
O Canal FDR também firmou parceria com o Festival Nóia, com exibição de curtas-metragens produzidos por universitários de várias regiões do Brasil. Além disso, a Fundação Demócrito Rocha estreou “Lana & Carol”, primeira série de ficção produzida no Ceará. Quanto a conteúdos educativos, farão parte da programação os projetos “Superação Enem” e “Enem Mix”, com aulas e resoluções de questões como preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio. Em parceria com o Itaú Cultural, será exibida a série “Camarim em Cena”, com entrevistas com personagens do teatro nacional e internacional. A programação de estreia do Canal FDR transmitirá o show de Luiza Nobel como parte da abertura do projeto Corredor Cultural do Benfica. Os programas que eram veiculados na grade da TV O POVO continuarão sendo exibidos, assim como o Canal FDR fará a transmissão de conteúdos do Canal Futura.
Confira a programação de estreia do Canal FDR
Onde: em sinal digital aberto, no canal 48.1; em sinal fechado, canal 23 (Multiplay), 24 (NET) e 138 (Brisanet)
Segunda-feira, 9
9 horas – Filme “Vida”, de Levi Magalhães
19 horas – Filme “A Luz Salva”, de Tibico Brasil
Terça-feira, 10
19 horas – Documentário “ConViver”, produzido pelo Coletivo Nigéria
Quarta-feira, 11
19 horas – Filme “Faixa”, produzido pelo Coletivo Nigéria
Quinta-feira, 12
18 horas (ao vivo) – Show de abertura do projeto Corredor Cultural Benfica, com Luiza Nobel
Sexta-feira (13/11)
19 horas – Programa “Claquete”
Sábado (14/11)
15h20min – Reprise do programa “Claquete”
17 horas – Programa “Camarim em Cena”
17h30min – “Mais Telas – Borboletas e Sereias”, série dos diretores pernambucanos Paulo Caldas e Bárbara Cunha
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Fonte: Vida&Arte Jornal O POVO