É certo que você pode – e deveria – amar o que você faz. Trabalhar com algo que desperta paixões nos impulsiona a obter resultados superiores. Isso é inquestionável. No entanto, amar o que se faz não pode comprometer a viabilidade do seu negócio.
Parece contraditório, mas reflita: tenho visto empreendedores com tanto envolvimento emocional pelos seus negócios que perdem a capacidade de enxerga-los de forma estratégica. Como consequência, ignoram aspectos fundamentais da gestão, como a adaptabilidade ao mercado e a saúde financeira do negócio.
O foco deve ser no entendimento das necessidades e desejos do consumidor – e não nos gostos e preferências do empreendedor. Uma marca, ao ser lançada no mercado, passa a pertencer ao público, principalmente quando estabelece uma forte conexão com os valores e a vida dos seus consumidores.
Outro efeito dessa “paixão cega pelos negócios” é a concessão de benefícios insustentáveis aos clientes. O empreendedor ama tanto que faz que oferece vantagens excessivas ou com margens inviáveis, que comprometem financeiramente os resultados da empresa. É aquela visão: amo tanto o que faço, que faria até de “graça” só pela realização por fazer. Isso pode ser bonito e prazeroso, mas com certeza não é um modelo de gestão sustentável.
Amar o que se faz é uma força poderosa que deve ser sustentada por uma visão estratégica do negócio aliada à sustentabilidade financeira e ao foco no cliente. O importante é transformar esse amor em motor de construção para uma empresa sólida, rentável e duradoura, equilibrando paixão e gestão estratégica com foco em resultados.
