A tarde do segundo dia de encontro contou com debate sobre maturidade do comportamento digital do brasileiro diante das novas tecnologias
O Winds For Future está agitando a praia do Cumbuco neste fim de semana. A tarde do segundo dia de encontro contou com muita imersão, debates, networking e oportunidades de desenvolver ações sustentáveis para o
planeta, com foco, especialmente, em novas tecnologias. Diego Platini (YOUFY), Tiago Guimarães (BUGABOO), Paulo Renan (RITO), de empresas de DNA cearense, protagonizaram um encontro no palco LATAM, mediado por Darlison Azevedo, Head de Conteúdo da Sua Música, no qual discutiram as novidades que já entraram no vocabulário de quem está atento ao futuro. Web3, blockchain, metaverso, NFTs, criptomoedas, chegada do 5G, gamificação, tudo ainda é muito recente e em construção, mas pede atenção aos usuários. É o futuro que está batendo na nossa porta, rompendo um paradigma sobre a forma dos indivíduos se relacionarem no universo digital.
Na prática, o que é metaverso?
Em 1992, Neal Stephenson cunhou o termo metaverso em seu livro Snow Crash. Quase três décadas depois, a palavra virou moda depois que o Facebook anunciou investimento para criar o próprio mundo virtual povoado por avatares de seus usuários. Diego Platini explica que apesar do termo se referir a uma narrativa ficcional, o contexto está cada vez mais possível a partir da democratização do acesso à conectividade e ao amadurecimento do comportamento digital dos usuários. No romance de Stephenson, as pessoas usam avatares digitais de si mesmas para explorar um universo online, na maioria das vezes, para escapar de uma realidade distópica. O livro prevê que o metaverso se tornará um sucessor da internet e, consequentemente, das redes sociais.
Os personagens criados pelo escritor podiam se deslocar por este mundo virtual inteiro — concebido a partir de um sistema complexo de computação gráfica 3D — oferecendo aos usuários um repertório incrivelmente realista, tão popular quanto os programas de televisão da década de 1990.
Diego Platini (YOUFY), Tiago Guimarães (BUGABOO), Paulo Renan (RITO) reforçam que não se trata apenas de um mundo 3D, realidade virtual e realidade aumentada. O metaverso é toda a fusão de on e off do nosso atual cenário, que está em constante evolução.
“Enxergo o metaverso como capítulo de um livro chamado internet, que está dentro de uma coleção chamada digitalização. Para a gente chegar nesse caminho, muitos vetores apontam para lá. Avatares, NFTs, realidade virtual, tudo isso são aspectos novos como o e-mail, sites, jogos e-commerce um dia já foram”, ressalta Paulo Renan, co-fundador e designer de experiência da Rito Produção Cinematográfica.
Tiago Guimarães, CEO da BUGABOO, empresa especializada e referência em realidade virtual, realidade aumentada, 3D e games, destacou a importância de desenvolver uma comunidade em torno da revolução tecnológica:
“Precisamos desenvolver um ecossistema de inovação e nos apropriar dele para não perdemos o timing certo desse movimento. É um novo momento, são novas discussões e todos devem estar abertos para compreender e modelar essa nova realidade”, destaca o executivo.
Diego Platini, CEO da YOUFY, start up que produz robôs aptos a executar atividades rotineiras, repetitivas e até cognitivas que acontecem em meio virtual e simulam a ação humana, ainda alerta que os robôs não irão disputar espaço no mercado de trabalho com humanos.
“Estamos falando de aprendizado e educação digital. Um profissional jamais será substituído por uma máquina, pois tem em essência a subjetividade necessária para avançar enquanto espécie. Essa ideia ilusória é só reflexo de como o aprendizado e o letramento digital do brasileiro está sendo tratado hoje. Precisamos de mais estímulo e meios para não mais subutilizar a capacidade que podemos ter em inovação nos negócios”, enfatiza.
Vive-se gradativamente a fusão entre os mundos físico e digital. Com a aceleração da digitalização causada pela pandemia de 2020, essa fusão também acelerou, configurando um ambiente fluido entre ambientes online e offline no trabalho, nos relacionamentos, na educação, no entretenimento e nos negócios. Assim, o metaverso evoluiu e já traz oportunidades para aqueles que o identificam muito além dos games ou dos óculos de realidade aumentada.
Programação Winds For Future
Esta edição do maior festival de inovação e sustentabilidade da América Latina, além de trazer o jornalista e escritor Zeca Camargo como painelista principal, conta com palestrantes como Preto Zezé, presidente global da Central Única das Favelas (CUFA), Débora Garofalo, primeira mulher brasileira finalista do Global Teacher Prize, o Nobel da educação, Clara Bidorini, responsável por Startups na Amazon Web Services, da Amazon, entre outros.
Além disso, o Winds For Future terá ampla programação gastronômica e esportiva com mais uma edição do Kiteparade, onde será novamente registrado o recorde mundial de kitesurfistas ao mesmo tempo na praia do Cumbuco, além de shows musicais.
Feiras, exposições e workshops
Durante o Winds For Future acontece também o Hub Cumbuco e o Mercado do Bem. A hub é destinada à inovação com oficinas e workshops de sustentabilidade e o mercado é uma feira aberta ao público com produtos que contemplam o social e a sustentabilidade. A Expo Eletric, com lançamentos de produtos elétricos, desde carros a microgeradores de energia, também é uma das atrações exclusivas do Festival.
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