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Artista cearense Blecaute participa de exposição coletiva no Museu de Arte do Rio

Por Redação

27/09/2023 12h15

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Blecaute é um dos artistas convidados para participar da exposição coletiva “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade” do Museu de Arte de Rio (MAR)

Referência de movimento estético e de resistência política, o funk é tema que inspira a produção de diversos artistas contemporâneos, dentre eles Blecaute, artista visual cearense e participante da 2ª edição do Programa de Residências e Intercâmbios (PRIS) do Hub Cultural Porto Dragão – equipamento da Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM).

A partir de conexões construídas durante o PRIS, Blecaute é um dos artistas convidados para participar da exposição coletiva “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade” do Museu de Arte de Rio (MAR), que tem inauguração marcada para esta sexta-feira (29/9), com as obras “Only Colored” (2022), “Filhos de um Deus que dança” (2022) e “Festa de Preto É Pra Se Libertar” (2022). A partir de técnicas de colagem e pintura digital, a trilogia “Festa de Preto” retrata a relação entre musicalidade e negritude, reivindicando uma narrativa de festa, de arte, de cultura.

Para o artista, participar do programa de residência artística do equipamento foi importante não somente para o desenvolvimento de um projeto artístico, mas para a criação de redes de contato.

“O PRIS foi uma mudança na minha percepção enquanto artista. Foi a primeira residência que eu passei, e eu estava em um período complicado, então veio no momento certo. Além de saber que outras pessoas veem meu trabalho como potência a ser desenvolvida, pela questão financeira também. Foram três meses que eu consegui me manter bem, com o mínimo de dignidade, e focar no trabalho com a arte. Quando se tem um dinheiro fixo, dá para focar melhor no que a gente pode fazer para além do que a gente tem que fazer para ganhar dinheiro. Foi um período essencial na minha carreira e agora estou buscando outros espaços para criar novas possibilidades e ter uma certa segurança. O PRIS foi, de fato, um divisor de águas“, relata Blecaute.

Com curadoria de Marcello Campos, junto a Taísa Machado e Dom Filó, a exposição irá apresentar a história do funk, para além de sua sonoridade, mas também evidenciando a matriz cultural urbana e periférica, a dimensão coreográfica, e os desdobramentos estéticos, políticos e econômicos. Salientando a potência visual e a existência de uma iconografia relacionada à prática cultural do funk, estarão presentes objetos próprios da história do estilo musical, combinados a uma profusão audiovisual de sons, vozes e gestos.

Participam da exposição mais de 100 artistas brasileiros e estrangeiros, como Herbert, Vincent Rosenblatt, Blecaute, Gê Vianna, Manuela Navas, Maxwell Alexandre, Fotogracria, Emerson Rocha, Panmela Castro, Bruno Lyfe, entre outros. A abertura no dia 29 de setembro também contará com apresentações de dança e atrações musicais. O evento é gratuito, sujeito à lotação e com retirada de ingressos através do Sympla do Museu de Arte do Rio.

Blecaute | Foto: Nayra Maria

SOBRE BLECAUTE

Nascido e criado no Conjunto Rio Doce, no bairro Passaré, Blecaute é artista visual e licenciando em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará. Concretiza estudos e sua visão de mundo enquanto negro e periférico através das artes plásticas. Como autodidata, começa sua trajetória na pintura digital no final de 2019 e, hoje, trabalha com diversos materiais e linguagens. Em 2022, participou como residente do Programa de Residências e Intercâmbios (PRIS) do Hub Cultural Porto Dragão.

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