Objetivos: o que enquanto por que

Por Redação

24/06/2024 17h58

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Há motivos por trás de uma escolha. O que cismo é: quais são as razões para a coexistência de modalidades de “porquês” em “os quês”: perguntas (‘por que’ ou ‘por quê’) e respostas (‘porque’) atuam como afirmações no desenvolvimento do segundo estádio de Planejamento de Pesquisa em UX. Atenho-me no primeiro estágio para a construção dos Objetivos da pesquisa estratégica em experiência.

Os objetivos de UX parecem conter sementes de perguntas intersubjetivas, germinando em um terreno fértil de investigação e, logo, de empatia.

Ao questionar “o que” adjunto ao um “por que”, o UX planner se engaja na investigação por soluções que ressoem com as questões e os eventuais vazios sem respostas dos atores-usuários. Essa lacuna é frequentemente referida como “dor”; prefiro “sofrência”, decorrente de um vazio, necessidade.

Se verdade, o desenvolvimento de produtos digitais e features, assim, atenderiam aos seus requisitos e expectativas. Defendo que os objetivos de UX animam os cenários de pesquisa, reclamado em última croniqueta. Desenham sintomas alumiados por searas de descobertas evidentes e soluções relevantes. Dedico-me, após a festa Shavuot, ao primeiro anexo de “o que” enquanto “por que.”

Retomar São Paulo, após um mês dramático de emoções nos cenários do Benfica, fez valer sentidos para os próximos lances. Ontem, longe do deserto mineiro, ao ver a lua cheia com Grindler, a figura estagiária, e Socius, a companheira, exprimiu um encontro entre o Cocó e o Tietê. O que digo é sobre o tracejo de lances, de metas.

Reclamara que o segundo estádio de uma Estratégia de Planejamento de UX trata de considerações acerca dos Objetivos pleiteados. Sinalizei que estes devem estabelecer metas claras de UX, incluindo benchmarks que contribuam para um entendimento profundo das causas raízes, “dores” e “sintomas” de uma experiência em questão. Também, da meta do Discovery em traçar e desenhar soluções.”

De fato, o pressuposto de “dores”, diz sobre próximos estreitos. No âmbito do Planejamento de Experiência do Usuário (UX), os objetivos transcendem a criação de interfaces funcionais e esteticamente aprazíveis. Deve ser desenhado à luz das compreensões significativas de sinergias simbólicas de atores-usuários e features.

Em Nosso UX é corrente a abordagem fenomenológica de Alfred Schütz. Nesta croniqueta não será diferente. Os objetivos de UX podem ser reformulados para priorizar as experiências intersubjetivas dos usuários, reconhecendo-se a importância de suas vivências e contextos culturais na configuração e figuração de suas interações com produtos digitais.

Isso vai além de pensar objetivos enquanto “os quês”. Repito: devem sinalizar os próximos estádios contidos no Planejamento de Pesquisa em UX. Objetivos energizam os Cenários do UX. Explico:

Objetivo tal Semente de uma Pergunta Intersubjetiva

Considerando a ênfase de Schütz na natureza intersubjetiva da compreensão, a Estratégia de Planejamento de UX visará a uma apreensão perguntante do mundo do usuário, que é um ator.

Ao lado de “o que”, deve constar “por que”? Isso envolve o engajamento do UX planner, a pessoa investigadora, com os significados subjetivos, intenções e contextos dos atores-usuários, para projetar soluções que ressoem questões e deveres, requisitos a serem investigados.

A frase a ser expressa na planilha do estrategista será a síntese do Objetivo. Deverá transcender as preferências superficiais do mundo do negócio e alcances para definir questões que explorarão como os atores-usuários acessam a essência de suas experiências.

Meu Objetivo é lançar a feature x, a será ação y. É sobre essa experiência?”. O futuro é o redesenho do lançar.

Nesta formulação, a separação entre “o que” (lançar a feature x) e “por que” (a ação que os atores experienciarão y) é contundente. Remete uma questão que dinamizará a revisão da própria afirmação: é sobre isso? Este é teor inerente do UX plan, rementer próprio valor do planejamento estratégico.

Abre o conceito de intencionalidade de Schütz e a constituição de significado nas ações humanas. Argumenta da tese do autor que defende que as ações humanas são sempre orientadas por um propósito, e que o significado de qualquer ação é seu ato projetado correspondente.

Assim, parece oportuno a reflexão do “é sobre isso?”. Torna-se um procedimento crítico no UX Planning, já que desafia os profissionais a refletirem sobre a intenção material e o significado subjacente ao lançamento de uma nova feature.

Ao associar “o que” e “é sobre isso?”, invoco o imperativo de alinhar as ações de design com os motivos que centram as experiências dos atores-usuários em um plano de investigação.

Assim, o objetivo é definido como uma ação específica interessada, intencional, e a justificativa é apresentada como a razão que impulsiona essa ação investigativa. Por quê? Não olvide este, será tema da minha próxima intervenção.

Kochav Nobre
Auditor de pesquisa na Ernest & Young
Kochav Nobre é auditor em pesquisa na Ernst & Young (EY). Professor designado na Universidade do Estado de Minas Gerais. Pesquisador visitante do Zentrum für Medien- Kommunikations- und Informationsforschung (ZeMKI) da Universidade de Bremen na Alemanha (2022) e Max Kade German-American Center da Universidade de Kansas (2018). Graduado em Publicidade pela Escola Superior de Propaganda em Marketing, mestre em Sociologia e doutor em Estudos da Mídia.Possui mais de dez anos de experiência em pesquisa e oito anos em docência. Inventor do software Qualichat, desenvolvido em seu pós-doutoramento na UNICAMP, entre 2020 e 2022. Fundador do Ernest Manheim Laboratório de Opinião Pública.