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Em pesquisa, Fundação Dom Cabral identifica estágio de maturidade em Gestão e Governança de empresas brasileiras

Por Redação

18/09/2023 14h38

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Responsáveis por 2 em cada 10 empregos no País, as médias empresas brasileiras precisam amadurecer nos processos que as levarão ao futuro

A Fundação Dom Cabral (FDC), por meio do seu Centro de Inteligência em Médias Empresas, investiu numa ampla pesquisa, com quase 1.000 empresas, para identificar o estágio atual de Maturidade em Gestão e Governança das Médias Empresas Brasileiras. Os pesquisadores também buscaram identificar as dimensões da gestão que precisam amadurecer para alcançar melhores resultados. Embora exista uma variedade de estudos sobre gestão e governança no mercado brasileiro, há uma escassez de pesquisas concentradas nas médias empresas, que desempenham um papel crucial na economia nacional, sendo responsáveis por 25% da massa salarial da iniciativa privada.

O estudo aponta que as médias empresas brasileiras, embora longevas, precisam avançar na estruturação de processos que as levarão ao futuro. Confira dados sobre o nível de maturidade:

  • 73% têm mais de 20 anos de mercado e estão relativamente estruturadas para uma gestão orientada para a entrega de resultados do curto prazo;
  • 25% estão em estágios iniciais de maturidade com processos de gestão não estruturados ou emergentes;
  • 47% já têm seus processos de gestão estabelecidos;
  • 28% são consideradas avançadas e excelentes em gestão.

“Concluímos que, as médias empresas brasileiras têm processos estabelecidos para a entrega de resultados de curto prazo, mas necessitam avançar justamente nos processos que monitoram, antecipam ou respondem às mudanças no ambiente, preparando-as para o futuro”, explica Áurea Puga, professora da Fundação Dom Cabral e uma das líderes do estudo.

A FDC também identificou, com base no levantamento, as dimensões da gestão mais relevantes, para gerar desempenho superior, separando, como referências, 2 de cada 10 empresas de médio porte respondentes com melhores resultados e comparando-as com as demais. A pesquisa da FDC tem 3,4% de margem de erro e 95% de confiança. De acordo com os critérios adotados pelo IBGE, as médias empresas possuem entre 50 e 499 funcionários e, pelo BNDES também são incluídas as organizações com receita operacional bruta anual entre R$4,8 e R$300 milhões. Elas representam cerca de 1% do total de negócios, são responsáveis por 25% da massa salarial e por 20% dos empregos formais gerados no país.

Durante o estudo, os pesquisadores descobriram que as maiores lacunas entre as empresas de maior resultado e as demais, estão em processos de gestão que pensam e constroem o futuro dessas empresas. São elas:

  • Adaptabilidade: têm processos estruturados para monitorar ativamente o ambiente externo. Algumas agem proativamente, liderando tendências;
  • Gestão da inovação: veem na inovação um elemento estratégico central; têm processos de gestão da inovação estruturados e monitorados, desde a geração de ideias até a implantação dos projetos propostos;
  • Transformação digital: têm infraestrutura tecnológica que gera agilidade nas respostas às mudanças do mercado, maior produtividade e decisões baseadas em dados;
  • Gestão de pessoas: buscam ativamente atrair e reter talentos, além de desenvolverem as competências que atendam as demandas atuais e futuras do negócio;
  • Gestão comercial e marketing: conecta-se com os clientes, seus anseios e demandas, além de construir jornadas valiosas e eficientes. Esta dimensão contribui diretamente para a geração de valor para os stakeholders e para o seu crescimento;

Por outro lado, a pesquisa sinaliza que, tanto as empresas de referência, como as demais, não possuem processos de governança estruturados, o que cria um ambiente de insegurança para a tomada de decisão.

“Isso significa que de forma geral, mesmo as médias empresas com melhores resultados e promissoras, ainda têm um importante desafio pela frente para garantirem um ambiente organizacional seguro para o seu crescimento e geração de valor para os stakeholders”, comenta Áurea.

Os pesquisadores também concluíram que:

  • Setor de serviços: de maneira geral, apresenta um nível de maturidade mais avançado em comparação aos outros setores, elas destacam-se por possuírem processos de inovação e gestão comercial e de marketing mais maduros, desempenhando um papel essencial para sua posição de destaque no mercado;
  • Setor industrial: destaca-se a dimensão de Internacionalização, que é praticamente inexistente nos demais, embora seja uma das principais estratégias propulsoras de alto crescimento das médias empresas, de acordo com os estudos do centro de inteligência de Médias Empresas da FDC. A sustentabilidade também recebe uma avaliação mais elevada no setor industrial, indicando relação intrínseca com suas atividades;
  • Setor do comércio, destacam-se as dimensões que são a gestão da cadeia de valor, inovação e sustentabilidade, demonstrando preocupação das empresas tanto com a eficiência operacional, quanto com processos que proporcionam notável diferenciação no mercado consumidor.

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