Eleito presidente do Sindicato da Indústria Gráfica do Estado do Ceará para o biênio 2022 – 2024, Luciano Aragão Bezerra concedeu uma entrevista exclusiva ao Nosso Meio sobre as expectativas quanto o futuro da mídia impressa
Revistas, jornais, etiquetas, cartões, convites e panfletos. Por meio da indústria gráfica são produzidos diariamente milhares de impressos, que ajudam a movimentar a economia do país. Segundo a Abigraf Nacional, a indústria gráfica emprega mais de 220 mil profissionais no Brasil, que atuam nas áreas de criação, pré-impressão, impressão e acabamento.
Para marcar essa importante contribuição, comemora-se hoje, dia 24/06, o Dia da Indústria Gráfica. A data foi escolhida em 1988, em alusão ao nascimento do alemão Johannes Gutenberg, inventor da prensa móvel que também foi responsável pela utilização de tinta a base de óleo, possibilitando a disseminação de escritos como a Bíblia. Por isso, Gutenberg é considerado o pai da indústria gráfica e da comunicação moderna.
Luciano Aragão Bezerra é o novo presidente eleito do Sindicato da Indústria Gráfica do Estado do Ceará (Sindgrafica-CE), eleito para o biênio 2022-2024. Em entrevista ao Nosso Meio, Luciano falou sobre as expectativas quanto ao novo cargo, tendências de mercado, e sua carreira no mundo da indústria gráfica.
Confira a entrevista na íntegra:
NOSSO MEIO: Quando e como você começou a se envolver no mundo da indústria gráfica?
LUCIANO ARAGÃO: Em 2004, iniciei na Aaron Rotulos & Etiquetas Adesivas, minha primeira experiência profissional na indústria. Tinha acabado de entrar na faculdade de administração e, logo em seguida, iniciei como estagiário. Passei por todos os setores da empresa, o que me gerou uma intimidade com o ofício e conhecimento que permite dar continuidade ao legado construído pelo pai, que é a minha maior inspiração.
NM: Você foi eleito recentemente o presidente da Sindgráfica para o biênio 2022 – 2024. Qual sua expectativa enquanto presidente eleito para como o sindicato vai atuar nos próximos anos?
LA: A minha expectativa é que consigamos ampliar a atuação da entidade e abarcar um espectro mais amplo das atividades gráficas – o que inclui setores como o de rótulos, etiquetas e embalagens.
NM: O Sindgráfica vem atuando nos últimos anos apostando no relacionamento entre os empresários, colaboradores e fornecedores. Como essa atuação fortalece o mercado da mídia impressa no estado?
LA: No mundo cada vez mais complexo, as relações humanas vão ser a tônica de qualquer setor da economia. A linha de atuação das gestões anteriores está correta e devemos dar continuidade ao trabalho de fortalecimento das relações com as pessoas que integram o setor.
NM: Recentemente, o Singráfica fechou uma parceria com a Two Sides Brasil, entidade comprometida com práticas sustentáveis. Qual a sua opinião sobre como o setor deve se fortalecer e criar soluções que pensem em reciclagem e sustentabilidade?
LA: Acho que o primeiro a ser feito é parar de demonizar um material ou o outro. Papel e plástico têm suas aplicações, são todos importantes, geram empregos e benefícios à cadeia. Devemos investir mais esforço para reduzir o greenwash e fortalecer a educação ambiental.
NM: O mercado gráfico é um importante componente da economia e responsável por milhares de empregos no Brasil. Quais as principais tendências de mercado para a indústria gráfica para os próximos anos?
LA: Não diferente de outros setores da economia, a indústria gráfica está se reinventando e de forma muito rápida. Mas, precisamos estar atentos às mudanças de tecnologia e oportunidades no mercado, bem como fortalecer e capacitar nossa mão de obra. Com a força do associativismo, conseguiremos melhorar o cenário econômico.
NM: Cada vez mais, a impressão digital está sendo usada para imprimir rótulos, corrugados, caixas de papelão, flexíveis, plásticos rígidos e embalagem de metal; abrangendo o share da impressão analógica – lito, flexo e roto – para oportunidades completamente novas. Essa impressão digital personalizada oferece mais oportunidades de negócios para as empresas?
LA: A impressão digital oferece oportunidades complementares aos demais sistemas de impressão. A base para que se possa oferecer uma oferta de valor adequada é compreender mais a fundo os custos das operações, para poder precificar melhor os produtos e serviços. Esse é um dos pontos que pretendemos focar.
NM: Como oferecer ao mercado da comunicação impressa um produto que impacte efetivamente o cliente final?
LA: Melhorando a qualificação dos colaboradores – da pré-impressão, até o acabamento, chegando inclusive ao comprador de material gráfico. Uma comunicação mais precisa e um entendimento da atividade gráfica vão ajudar a impactar de forma positiva o cliente e a todos os envolvidos.
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