Tendência

Estudo revela importância do acesso à formação para os negócios de empreendedoras nordestinas

Publicado em

13/11/2023 08h54

Compartilhe
  • Whatsapp
  • Linkedin

Participaram da pesquisa empreendedoras de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte

A pesquisa Efeito Furacão será lançada no dia 13 de novembro pela Be.Labs, aceleradora de negócios e mentoria de empreendimentos femininos do Nordeste, e traz dados sobre o impacto causado por educação e formação adequadas na vida de empreendedoras, que precisam de apoio específico e empático às dificuldades por elas enfrentadas.

O perfil socioeconômico formado a partir das respostas das empreendedoras indica média de idade de 40 anos e meio. Do total, 48% são casadas e 77% têm filhos. Declaram-se chefes de família 60% e 62% informaram ser negras.

A renda conquistada com o negócio próprio por quase dois terços das mulheres (62%) fica entre um e três salários mínimos. Do total, um terço (32%) tem em seu currículo pelo menos uma pós-graduação completa. A fundadora da Be.Labs, Marcela Fujiy, revela que este é o principal desafio das mulheres na hora de empreender.

“O que temos de mais valor para oferecer às mulheres é formação especializada, com olhar empático para todas as agruras por elas vivenciadas. Seus repertórios de vida são muito diferenciados e, em geral, elas são vistas pelo mercado como empreendedoras de pouco potencial competitivo. Para as mulheres que recebemos no programa, visamos oportunizar aprendizados e práticas que possam transformar o negócio e a vida delas, reduzindo desigualdades e as aproximando de uma gestão mais saudável para seu trabalho”, afirma.

O relatório ouviu 350 participantes das 1.600 mulheres que passaram pelo Efeito Furação, programa de pré-aceleração de negócios oferecido pela Be.Labs. Um questionário online foi aplicado para as participantes de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte, estados que receberam turmas do programa.

A pesquisa aponta que a maior parte das empreendedoras que passaram pela capacitação (44,3%) empreende no segmento de produção artesanal, confeitaria e alimentação. Entre as entrevistadas, 45% afirmam gerir os negócios sozinhas e 73,4% contratam preferentemente outras mulheres para as vagas surgidas. O conceito de sororidade é reforçado também durante a formação, expandindo o apoio a outras mulheres e a atuação em rede para minimizar desigualdades.

Antes da formação, apenas 15,5% das empreendedoras faziam a separação das finanças pessoais das do negócio. Após a capacitação esse percentual subiu para 50,9%. O relatório também aponta avanço das participantes do curso em relação à objetividade da rotina financeira e contábil. Antes do curso, 19,4% das mulheres disseram já poder gerir seu negócio de forma objetiva e transparente. Mas para 59,5% isso só foi possível após absorver novos conhecimentos, acompanhando o ciclo de formação.

Outro dado relevante trata da precificação dos serviços/produtos realizada pelas empreendedoras do Efeito Furacão. Quase 71% delas disseram ter aprendido a fazer o cálculo de custos fixos e variáveis para definir preços mais adequados, com maior compreensão da lucratividade do negócio.