Transfigurator: tapeceiro

Por Kochav Koren

08/11/2023 11h00

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Frame: Designers fazem uma Discovery para alterar a Hero de uma aplicação que é mudada ao fim do ciclo.

Cena 1: Kochav troca o tapete de casa e lembra dos tapetes de sua vida, tecidos por um Tapeceiro em potencial.

Cena 2: Os usuários mais ativos do aplicativo ajustam seus quadros temporais para utilizar as novas funcionalidades. São convidados para uma entrevista pelos Designers, que validam o que ouvem mantendo o novo desenho.

Ao desenhar uma nova tela de interação, o que rege, usualmente é uma regra de negócio. Esta tranfigura-se em feature, uma nova funcionalidade que se justifica pela “dor” de um usuário. O framework Figuras já defende nesta croniquetas que este usuário é um ator porque obviamente é uma pessoa. A cinca de “personas” é generalizar o geral. Isso impacta no desenho do desenhista de experiência que faz grafia, escreve ou pesquisa. 

Nas mudanças de telas a reação é sempre um resultado incontestável. Toda ação subjuga uma segunda. O desenhista que muda o ritual e as vulnerabilidades de fuga da jornada destes atores precisam encarar diferentes representações ante suas telas. A Figura que verso trata as mutações de desenho interativos como algo inerente a sua predisposição em mudar. Se nula, odiará a nova experiência. Se próximas ao que se agencia, tenderá a se adaptar mais facilmente.

Explico o caso defendendo que se a Figura Tapeceiro for entrevistada pelos desenhistas de experiência (UX Researchers), eles tenderão a manipular a conversa de forma mais intencional, seguirão o ritmo da conversa sem indisposição, serão educados ao entrar e sair da reunião e, por fim, ajustarão suas perguntas com criatividade, mesmo que essas não representem uma necessidade “real” de mudança na firma. Eles são atores que metafiguram, ou seja, representam representar. Eu os nomeio Transfigurator.

Aos amantes da disciplina empresarial da “Transformação Digital”, reclamo propriedade para abstrair o ator que faz transformar. Dedico-me a averiguar nas mudanças de tela, de casa, de tapetes, os operadores analíticos para o ato de mudar. Uma nova tela, desenhada por um praticante de mudanças, sempre causará estranhamento ao ator que não a planejou. Esta é a tese desta croniqueta.

A reformulação de um sítio ou de uma tela de interação em aplicação deve ser encarada como uma mudança de lar. Uma transformação. Nisso, habita uma figura promissora para o agenciamento da mudança, o designer de transformação, a metafigura, que tangencia as outras, o Transfigurador. Para mim, o Tapeceiro.

A 6 de novembro de 2023, Kochav refletia sobre os tapetes de sua vida. Memorava uma Figura de outrora com potencial transformador, sem embargo, não mais vista no presente. Havia traços nela para postulação a Tapeceira. Tão somente latência. Não conseguiu representar dessa forma porque seu ator de interação não permitiu o ato decisivo para um seio familiar: a oportunidade de mudança, de nata tecelagem. Kochav fez bem em atribuir ao novo tapete de Frutal tamanha referência. A Real Vila alcançará. Explico sua não atribuição de não Tapeceira.

O sucesso do passado desvaneceu-se porque ambos os atores mencionados por Kochav não se apegaram ao significado de “transfiguração”: transformação, mudança, metamorfose e transfiguração. Ela, figurante de uma parte relacional com o Outro, não apurara a dicção, tampouco do sentido próximo de “fazer uma travessia”. Não lera a simbologia do expressa em transfretar ou transformar. Não compreendera a alomorfia intrínseca ao Transfigurator.

Nosso UX, em 2023, codificou-se em diferentes instâncias. O leitor, por certo, parara no primeiro parágrafo pelas cifras ilegíveis. Kochav fez bem em utilizar códigos para expressar a experiência proposta pela coluna. No ano civil que advém, sem nenhum embargo, recodificará em uma linguagem popular, seguindo os juízos de 42. Alomorfia, a propósito, refere-se à essência subjacente do Transfigurator. Discorre sobre o estádio de alteração, conversão, metamorfismo e modificação que a Figura do Tapeceiro reproduz e figura que façam reproduzir. 

Como a aprendizagem dar-se por refutação e negação, a antonímia do verbo de Transfigutor, nosso Tapeceiro, é justo o que se cristalizou a atriz referida por Kochav: a senhora da conservação, da invariabilidade, manutenção e permanência conservadora da Real Vila. Evitaram, Real e Vila, a incorporação da mutação. Abstiveram-se do agir para mudar, por isso planearam um potencial transformativo. Até desejavam, Vila e Real, mas não agenciaram. Não suportaram a transfiguração. Desprezam as transformações do que já atribuíram rituais. Kochav tem bons sentimento ao lembrar os tapetes da Real Vila. Tão-só gratulação.

Ora, a conclusão da premissa, assim, é que toda transmutação de tela deve ser arranjada enquanto estas estão, em seu domínio, adormecidas. Mudar o acordado é metaliforme, digo, agudo, estridente. Explico.

Praticando os vetores analíticos do framework Figuras, Kochav em sua leitura em sala de aula, que não é ateliê, de Publicidade Regional, enraizado no professor Gilmar de Carvalho, de abençoada memória, fez valer o seguinte.

Cena 4: Como decifrar os passos itinerantes de uma Figura? 

A cena final retoma a deste primeira do quadro desta croniqueta.

O que digo é:

Alterar o conteúdo mais visualizado é arriscado. Realizar testes A/B em amostras que não identifiquem as Figuras pode levar ao enviesamento do Tapaceiros ou do latente Transfigurator. Portanto, o perigo reside na possibilidade de a conversa ser influenciada de forma só concorde com os objetivos e necessidades reais da empresa, o que pode resultar em ações inadequadas ou ineficazes. É prioritário que os designers de experiência conectem-se ao equilíbrio entre a criatividade e a conformidade com as metas e necessidades reais da organização.

Vejo relevância em realizar uma síntese dos quatro principais elementos que compõem Nosso UX, inspirados nas cifras de Kochav. São oriundas de sua continua exploração da etnografia de rua, aplicando a Capoeira ao contexto face a face mediado pela mídia. Isso inclui a investigação dos rituais e das vulnerabilidades fundados ao ganchos analíticos para “dados” e “desenhos amostral” do Pesquisador de Experiência.

Criptografia das Figuras de Kochav:

  • Sentimento em suas variações ante uma interação

Ritmo da roda Capoeira; 

Tom e tonalização ou, key/keying em Ervirg Goffman (1974)

  • Malandragem ao utilizar uma funcionalidade:

Mandinga do Capoeira; 

Maquinação ou, fabrication em Ervirg Goffman (1974)

  • Atitude ao se preparar para uma ação em app: 

Ginga do Capoeira; 

Laminação ou lamination em Ervirg Goffman (1974)

  • Ânimo ao entrar e sair de uma jornada em uma aplicação

Entra e sair do jogo de Capoeira; 

Ancoragem ou anchorages em Ervirg Goffman (1974)

Reclamo o exercício de identificar o Tapeceiro, a metafigura do Transfigurator, que se apresenta enquanto um Transformado e Catalisador da metamorfose. Aplico ao uso em ambientes de mudanças.

  • Sentimento em suas variações do Transfigurator

Faz ninar o acordado. 

  • Malandragem ao utilizar uma funcionalidade:

Alta, nível 4 de 5.

  • Atitude ao se preparar para uma ação em app: 

Proativo se motivado, desistente enquanto crente de si.

  • Ânimo ao entrar e sair de uma jornada em uma aplicação:

Entra com classe, cativa; sai com a mesma classe, isola-se.

O Tapeceiro em seu ofício distancia-se do trapaceiro pelo alto teor afirmativo de retorno ao lar. Blasona, sem temor, o sionismo. Invalida qualquer jornada de mudança que coloniza seus novos rituais. Desenhistas da experiência, evitem validar novas telas com o Transformator, ele potencializa mudanças interiores acima de tudo que podem não estar à altura dos matizes das Certezas, Suposições e Dúvidas.

Sobre o Colunista:

Kochav Nobre é cientista da mídia e etnógrafo de produtos digitais. Pesquisador visitante do Zentrum für Medien- Kommunikations- und Informationsforschung (ZeMKI) da Universidade de Bremen na Alemanha (2022) e Max Kade German-American Center da Universidade de Kansas (2018). Graduado em Publicidade pela Escola Superior de Propaganda em Marketing, mestre em Sociologia e doutor em Estudos da Mídia.Possui mais de dez anos de experiência em pesquisa e oito anos em docência. Inventor do software Qualichat, desenvolvido em seu pós-doutoramento na UNICAMP, entre 2020 e 2022. Fundador do Ernest Manheim Laboratório de Opinião Pública.

Kochav Nobre
Auditor de pesquisa na Ernest & Young
Kochav Nobre é auditor em pesquisa na Ernst & Young (EY). Professor designado na Universidade do Estado de Minas Gerais. Pesquisador visitante do Zentrum für Medien- Kommunikations- und Informationsforschung (ZeMKI) da Universidade de Bremen na Alemanha (2022) e Max Kade German-American Center da Universidade de Kansas (2018). Graduado em Publicidade pela Escola Superior de Propaganda em Marketing, mestre em Sociologia e doutor em Estudos da Mídia.Possui mais de dez anos de experiência em pesquisa e oito anos em docência. Inventor do software Qualichat, desenvolvido em seu pós-doutoramento na UNICAMP, entre 2020 e 2022. Fundador do Ernest Manheim Laboratório de Opinião Pública.