Entrevistas

Conheça a trajetória profissional de Ricardo Lira, eleito Publicitário do Ano pelo Prêmio Colunistas

Publicado em

23/02/2024 09h42

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Em entrevista exclusiva ao Nosso Meio, Ricardo repercutiu a conquista do titulo de Publicitário do Ano no Prêmio Colunistas, falou sobre os processos de criação junto a equipe, desafios ao longo da trajetória, e as expectativas para os próximos passos

O Prêmio Colunistas é uma das premiações mais importantes e tradicionais da publicidade brasileira. Ele reconhece e premia os profissionais e empresas que se destacam pela excelência e criatividade em diversas áreas da comunicação, como publicidade, marketing, design e mídia.

Com mais de 30 anos de atuação no mercado publicitário, a Avesso Propaganda, agência com sede em Recife, foi a agência com melhor desempenho de Pernambuco em todo o Prêmio, levando 3 grand prixs, 8 ouros, 4 pratas, 1 bronze, além de 16 peças finalistas.

O publicitário Ricardinho Lira, Sócio Diretor da Avesso, foi eleito o Publicitário do Ano pelo prêmio. Ao longo de mais de 15 anos de mercado, acumulou cases para marcas como Pixbet, TIM, Johnson & Johnson (tanto institucional J&J, quanto produtos como Listerine, Johnson’s Baby, Sundown, Sempre Livre), Trident, Club Social, Lacta, Tang, Ford, Nissin Miojo, Cachaça 51, entre outras.

Em entrevista exclusiva ao Nosso Meio, Ricardinho conversou com nossa equipe sobre o título que recebeu, sobre valores e princípios que norteiam a profissão, desafios e expectativas para os próximos anos.

Nosso Meio: Você acaba de ser eleito o Publicitário do Ano! Como você se sente com esse reconhecimento tão significativo?

Ricardo Lira: Me sinto muito feliz e, acima de tudo, muito grato. Ao time da Avesso que trabalha ombro a ombro pra pensar e conceber os projetos; Aos meus sócios, que são amigos e parceiros leais; Aos fornecedores, que ajudaram a dar vida aos projetos que pensamos e, claro, aos clientes que confiam nas nossas ideias e propostas. Meu nome está lá como publicitário do ano, mas sei que estou representando esse conjunto gigante de pessoas competentes e comprometidas com um trabalho sério e relevante. Isso faz toda a diferença.

NM: Poderia compartilhar um pouco sobre projetos ou campanhas ao longo dos anos que foram importantes para a sua trajetória profissional?

RL: Interessante essa pergunta porque também acredito que esse prêmio, de fato, é uma construção de muitos anos. Toda minha trajetória foi construída um passo de cada vez, comecei estagiário e fui tendo grandes oportunidades, até me tornar sócio. Comecei no mercado em 2008 e passei por poucas agências, mas sempre de forma muito visceral, vestindo muito a camisa. Meu primeiro trabalho foi numa pequena agência, mas que me deu a possibilidade de colocar a mão na massa em várias áreas e me deu uma visão holística de uma agência, que foi a Emicê (atual 220).

Depois, em 2009, fui pro Gruponove, onde passei quase uma década e tive a possibilidade de trabalhar com marcas gigantes como Johnson & Johnson, Cachaça 51, Club Social, Lacta, Tang, além de marcas com grande representatividade local, como Brilux e Natto. Após a fusão que deu origem à BG9 trabalhei ainda com a TIM, Ford, Nissin Miojo, Trident, etc. Foram inúmeras campanhas e cases premiados, inclusive internacionalmente.

Mas uma que me marcou muito foi a campanha de João Campos para deputado Federal, que pude contribuir à convite da liderança da campanha. Outro projeto que fiquei honrado de ter participado foi o projeto da Pixbet em que patrocinamos a transmissão da Globo na Copa do Mundo 2022, sendo a primeira vez na história que uma agência fora do eixo Rio-SP intermediou e fechou um projeto desse porte. Ver um filme nosso, da Avesso, rodando na final da Copa do Mundo, pro Brasil inteiro ver, foi algo muito forte e que nos emociona demais.

NM: Quais foram os principais desafios enfrentados ao longo dos anos?

RL: Talvez um dos maiores desafios seja o fato de eu ser, frequentemente, a pessoa mais jovem nas salas de reuniões. Isso desde o começo da minha trajetória. Então eu acabo me cobrando mais para passar ao máximo confiança e segurança em torno do diagnóstico, estratégia e propostas criativas que apresentamos. Até quando cursei mestrado em Buenos Aires, eu era o mais novo da turma, mas isso nunca foi algo posto, apenas sinto como um desafio adicional.

NM: Qual você considera que foi o diferencial do seu trabalho que levou a esse reconhecimento?

RL: Eu sou completamente apaixonado por propaganda. Realmente amo o que faço e acho que, de alguma forma, isso chega na ponta. O cuidado com a entrega, com o que vai pra rua. Acredito que a equipe também acaba se envolvendo, o cliente sente, enfim, essa paixão e comprometimento pelo que fazemos acaba sendo um diferencial da Avesso, porque isso faz parte do nosso dia a dia.

NM: Como você mantém sua criatividade e inovação em alta em um ambiente de constante mudança na indústria publicitária?

RL: A publicidade mudou muito de 2008, quando comecei, para 2024. Mas essa é a única certeza que temos no nosso mercado. Estamos sempre mudando. Acredito que mais importante do que focar nas mudanças é priorizar aquilo que não muda nunca: o ser humano. Mais do que olhar, a gente sentir o nosso público. Antes dele ser consumidor, ele é uma pessoa.

Ele tem necessidades, reações, sentimentos inerentes à condição humana. E isso não muda nunca. São os mesmos sentimentos do ano de 2008, 1908, 1808… Então acho que é sim muito importante entender a rotina do consumidor, rastrear os pontos de contato, plataformas, etc, mas o diferencial é entender a pessoa antes de entender o consumidor.

MN: Quais são os valores e princípios fundamentais que norteiam o seu trabalho como publicitário?

RL: Sempre falar a verdade. Acredito muito que cada empresa, produto, pessoa, tem sua a sua verdade. Algo do seu DNA ou característica que faz parte da sua identidade. Não acredito em fabricar uma mensagem, impor uma “embalagem” que não condiz com a natureza da marca. É preciso encontrar algo que seja verdadeiro e forte o suficiente para nortear o conceito, discurso e narrativa da marca.

Outro ponto que acho fundamental é respeitar os processos. Na Avesso a gente não acorda com uma ideia. Essa ideia tem que estar à serviço de uma estratégia, tem que fazer sentido, ter justificativa, um porquê.

NM: Como você se mantém atualizado sobre as tendências e mudanças na indústria publicitária?

RL: Boa pergunta (risos). Eu tenho meus gostos pessoais, todos nós temos. Mas eu procuro viver um pouco de cada tribo. Até na minha playlist de músicas vai do rock ao samba, do brega ao gospel – e acho importante isso.

Esse é um exemplo apenas, o ponto principal é que é preciso estar aberto e vivenciando o mundo fora da bolha da propaganda. É assim que costumo me atualizar e trazer pro nosso universo alguma plataforma ou oportunidades que acabam sendo encontradas.

NM: Qual é o papel da equipe e da colaboração no sucesso dos projetos que você esteve presente?

RL: Sem a equipe nada seria possível. E falo equipe num sentido bem abrangente. O time inteiro da Avesso, mesmo as pessoas que não participaram diretamente de algum job, mas estavam na retaguarda avançando com outros projetos. Os fornecedores, veículos e produtoras são fundamentais, porque eles que ajudam a gente a dar vida às nossas ideias. E, claro, sem os clientes nada seria possível, porque eles que confiam e acreditam nas loucuras que levamos e defendemos.

Ou seja, é um trabalho em equipe, da forma mais extensa possível. Falei isso pra todos assim que soube da premiação: meu nome está lá, eleito como Publicitário do Ano, mas estou representando muita gente boa, competente e comprometida com a qualidade do que colocamos na rua.

NM: Quais são seus planos e aspirações para o futuro?

RL: Estou enxergando esse prêmio como um incentivo para continuar trilhando meu caminho. Com pé no chão, mas sempre mirando alto. Sem passar por cima de ninguém e defendendo aquilo que acredito, porque isso dá sentido a tudo.

Meu desejo é ver a Avesso voando cada vez mais alto, mantendo o DNA que Zé Mário plantou quando fundou a agência, 33 anos atrás, e que tenho a honra de ajudar a levar adiante junto com os demais sócios Rapha, Mattoso e Nathi, nosso time de colaboradores e nossos clientes, que são a razão da gente existir enquanto empresa.